“Estancar a sangria” vira disputa entre Temer e Cármem Lúcia

Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, diz que a morte do ministro Teori Zavascki criou um clima de "quem saca mais rápido", entre a presidente do STF e Michel Temer, sobre o futuro da relatoria da Lava Jato; "Carmem Lúcia tem de encontrar apoio interno para uma decisão de redistribuição imediata do caso entre os atuais ministros da Corte, antes que Temer torne pública a sua indicação para a cadeira que pertencia a Teori", diz; já para Temer, é preciso que ele dê garantias ao grupo de senadores – e o grupo é grande – envolvido na Lava Jato de que o novo ministro será "camarada"

Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, diz que a morte do ministro Teori Zavascki criou um clima de "quem saca mais rápido", entre a presidente do STF e Michel Temer, sobre o futuro da relatoria da Lava Jato; "Carmem Lúcia tem de encontrar apoio interno para uma decisão de redistribuição imediata do caso entre os atuais ministros da Corte, antes que Temer torne pública a sua indicação para a cadeira que pertencia a Teori", diz; já para Temer, é preciso que ele dê garantias ao grupo de senadores – e o grupo é grande – envolvido na Lava Jato de que o novo ministro será "camarada"
Jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, diz que a morte do ministro Teori Zavascki criou um clima de "quem saca mais rápido", entre a presidente do STF e Michel Temer, sobre o futuro da relatoria da Lava Jato; "Carmem Lúcia tem de encontrar apoio interno para uma decisão de redistribuição imediata do caso entre os atuais ministros da Corte, antes que Temer torne pública a sua indicação para a cadeira que pertencia a Teori", diz; já para Temer, é preciso que ele dê garantias ao grupo de senadores – e o grupo é grande – envolvido na Lava Jato de que o novo ministro será "camarada" (Foto: Aquiles Lins)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Ao contrário de Moreira Franco, cuja a abjeção permitiu dizer ao colunista Jorge Bastos Moreno, antes mesmo da retirada do corpo de Teori Zavaski do mar, que Michel Temer ia escolher logo o seu substituto no Supremo, o ocupante do Palácio do Planalto não deve falar sobre isso até que terminem as cerimônias fúnebres do ministro morto.

Mas não muito.

Porque há uma situação, a partir de segunda-feira, que se poderia definir como "quem saca mais rápido" entre ele e Cármem Lúcia para decidir quem ficará com a relatoria da Lava Jato e como controle do detonador das delações da Odebrecht.

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Carmem Lúcia tem de encontrar apoio interno para uma decisão de redistribuição imediata do caso entre os atuais ministros da Corte, antes que Temer torne pública a sua indicação para a cadeira que pertencia a Teori.

Se o fizer depois, sua atitude será lida como não apenas como o um capitis diminutio (expressão que os juristas usam quando se quer retirar a autoridade ou a importância de alguém) ao futuro colega, mas uma manifestação pública de desconfiança no indicado presidencial.

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Temer, porém, também tem problemas para executar seu movimento, muito além do decoro de esperar o luto correspondente.

Como se vê na "nota de pesar" do ex-líder de Temer no Senado no Facebook, vai ser preciso dar garantias ao grupo de senadores – e o grupo é grande – envolvido na Lava Jato de que o novo ministro será "camarada". Nem tanto porque eles possam cometer a ousadia de recusar o nome – o que não ocorrerá – mas de fazer um processo que deixe sequelas e ameace os 3/5 que Temer precisa na casa para seus projetos.

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Há um lobby para sustentar uma "queda para cima" do atrapalhado e autoritário ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que ainda agradaria o PSDB e o descontente Geraldo Alckmin. E ainda completaria a obscura simbiose entre Polícia e Justiça.

Mas a crise penitenciária parece, por ora, ter eliminado essa possibilidade, por ter exposto a incapacidade e a ferocidade do cidadão.

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Em condições normais de temperatura e pressão, estaria fora. O problema é que as condições de temperatura e pressão no Brasil estão longe, muito longe, da normalidade.

Sendo assim, é provável que Gilmar Mendes, a esta hora, já esteja desembarcando no Brasil, vindo de suas férias com direito a carona no Haagens Air presidencial, para não deixar – ou dificultar – uma ação rápida de Cármem Lúcia.

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A Praça dos Três Poderes, nestes tempos de abertura do país, bem poderia passar a se chamar OK Corral, aquele de Tombstone, dos velhos filmes de faroeste.

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