Blogueira espalha notícia falsa e provoca assédio contra filha de Nassif

Jornalista Joice Hasselmann, ex-Veja, postou de modo provocativo – e sem checar – nota sobre participação de estudante homônima de Luiza Nassif em ato contra Moro em Nova York; Luiza Nassif, de 29 anos, estudante de Economia da New School, porém, era apenas uma homônima; a notícia falsa foi uma das origens de uma onda de ataques e ameaças desferidas por grupos da direita em redes sociais à filha de Nassif

Jornalista Joice Hasselmann, ex-Veja, postou de modo provocativo – e sem checar – nota sobre participação de estudante homônima de Luiza Nassif em ato contra Moro em Nova York; Luiza Nassif, de 29 anos, estudante de Economia da New School, porém, era apenas uma homônima; a notícia falsa foi uma das origens de uma onda de ataques e ameaças desferidas por grupos da direita em redes sociais à filha de Nassif
Jornalista Joice Hasselmann, ex-Veja, postou de modo provocativo – e sem checar – nota sobre participação de estudante homônima de Luiza Nassif em ato contra Moro em Nova York; Luiza Nassif, de 29 anos, estudante de Economia da New School, porém, era apenas uma homônima; a notícia falsa foi uma das origens de uma onda de ataques e ameaças desferidas por grupos da direita em redes sociais à filha de Nassif (Foto: Gisele Federicce)


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Da Rede Brasil Atual - Uma notícia falsa publicada pela jornalista Joice Hasselmann, ex-Veja, foi uma das origens de uma onda de ataques e ameaças em redes sociais desferidas à filha do jornalista Luis Nassif. Ela vem sendo atacada por grupos de direita acusada de ter "comandado" protesto contra o juiz Sérgio Moro, durante palestra proferida em Nova York na última segunda-feira (7).

"Filha de Nassif comanda ato contra Moro em NY", escreveu Joice em postagem no Facebook. A homônima Luiza Nassif, de 29 anos, estudante de Economia da New School, em Nova York, que participou das manifestações onde Moro deu palestra, aparece citada em matéria do jornal Folha de S.Paulo. Por livre associação, sem a devida checagem, Joice transformou a estudante em filha do editor do Jornal GGN.

O jornalista afirma que a filha nada tem a ver com o fato. Ataques e xingamentos estariam trazendo transtornos a sua vida pessoal e profissional, segundo Nassif.

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A falsa informação foi posteriormente replicada por outros sites e blogs conservadores. Na postagem, Joice Hasselmann associa à participação da "filha" a pagamentos de R$ 5,7 milhões recebidos por Nassif "do governo petista".

Fonte ligada ao Jornal GGN, de Luis Nassif, esclarece que esse montante se refere à venda de espaço publicitário a órgão públicos, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, segundos critérios definidos pela Secretaria de Comunicação (Secom), e possíveis de serem consultados através do Portal da Transparência. Durante os protestos, a filha de Nassif, formada em Administração, permaneceu em São Paulo, onde reside.

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Joice Hasselmann ganhou destaque nos círculos conservadores durante as manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Demitida de Veja em 2015, Joice foi denunciada no Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindjor-PR) por plágio de 65 matérias e reportagens em passagens anteriores por veículos como Gazeta do Povo, Bem Paraná e G1, ao longo de 2014.

O conselho comprovou a denúncia e encaminhou o caso para a Comissão Nacional de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Segundo o conselho paranaense, ela foi advertida por produção comercial de um artigo sem autorização do profissional e da entidade que detém a sua propriedade intelectual e excluída dos quadros do sindicato.

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A palestra de Sérgio Moro em Nova York ocorreu no âmbito de um congresso empresarial, "Construção de Instituições, governança e conformidade no Brasil: política e negócios", evento promovido, entre outras entidades, pela Lemann Center for Brazilian Studies, do empresário Jorge Paulo Lemann. Sócio da Ambev e dono da Budweiser, Burger King e Heinz, Lemann é o homem mais rico do Brasil e 19º do mundo, segundo a Forbes, com patrimônio de US$ 28 bilhões.

A jornalista Heloisa Villela informou em texto para o blog Vi o Mundo que o juiz Sérgio Moro entrou e saiu de Nova York sem ser notado pela imprensa americana. Ao subir ao palco montado na biblioteca da Universidade de Columbia para a palestra, foi interrompido por uma mulher que estava na plateia. Ela e outros quatro manifestantes foram retirados.

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Aos manifestantes se juntaram alunos da New School, co-patrocinadora do evento, que propuseram incluir pelo menos uma voz discordante para que o debate fosse mais equilibrado. Luiza Nassif, do grupo da New School, disse que os estudantes conseguiram verba da faculdade para pagar passagem e estadia de um jurista para fazer o contraponto a Moro no debate.

A organização do evento, porém, não abriu a possibilidade. Os alunos da New School redigiram carta aberta expressando preocupação e decepção. "Quando suas instituições dão voz ao Juiz Sérgio Moro, vocês dão legitimidade a um homem cujas ações e agenda pessoal violaram princípios básicos da Justiça internacional e jogaram o Brasil em um abismo político-econômico."

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Do lado de fora, nas escadarias de Columbia, a feminista, professora e doutora de Ciências Políticas e Sociais da New School, Nancy Fraser, se juntou aos protestos dos estudantes. Disse que esperava ver outras vozes incluídas no debate, já que o encontro contou com o apoio financeiro da universidade na qual ela trabalha.

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