País é dominado pelo ódio de classe nutrido pela casa-grande, diz Mino Carta

“Nós precisamos de um 'New Deal', de um Roosevelt. Mas cadê um Roosevelt?", questiona o jornalista Mino Carta sobre o desmoronamento da República no Brasil;  “Vi Ciro Gomes falar em pacto entre capital e trabalho. Impossível. Este é um país dominado pelo ódio de classe, nutrido naturalmente pela casa-grande”, afirmou

“Nós precisamos de um 'New Deal', de um Roosevelt. Mas cadê um Roosevelt?", questiona o jornalista Mino Carta sobre o desmoronamento da República no Brasil;  “Vi Ciro Gomes falar em pacto entre capital e trabalho. Impossível. Este é um país dominado pelo ódio de classe, nutrido naturalmente pela casa-grande”, afirmou
“Nós precisamos de um 'New Deal', de um Roosevelt. Mas cadê um Roosevelt?", questiona o jornalista Mino Carta sobre o desmoronamento da República no Brasil;  “Vi Ciro Gomes falar em pacto entre capital e trabalho. Impossível. Este é um país dominado pelo ódio de classe, nutrido naturalmente pela casa-grande”, afirmou (Foto: Aquiles Lins)


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Da Rede Brasil Atual - Em entrevista a jornalistas e blogueiros no início da noite de hoje (23), o jornalista e diretor da revista CartaCapital Mino Carta defendeu que o Brasil precisa de um novo e ambicioso programa para se recuperar enquanto democracia. “Nós precisamos de um New Deal, de um Roosevelt. Mas cadê um Roosevelt? O que diz o Ciro Gomes é isso: um pacto capital-trabalho. Mas isso é possível?”, questionou. O New Deal ("novo acordo", em inglês) foi o grande programa de recuperação dos Estados Unidos desenvolvido nos anos 1930 pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, para tirar o país da chamada Grande Depressão pós-1929.

“Vi Ciro Gomes falar em pacto entre capital e trabalho. Impossível. Este é um país dominado pelo ódio de classe, nutrido naturalmente pela casa-grande”, disse o jornalista.

Ele também fez críticas ao PT e disse que o grande erro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi não ter assumido o Ministério da Casa Civil logo no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, em janeiro de 2015. “Aquele era o momento em que ele deveria ter assumido a Casa Civil. Se tivesse dado essa cartada importantíssima, tenho certeza de que não haveria impeachment.” Ele afirmou que, apesar do erro, sua amizade com Lula tem 40 anos e “é incondicional, mas discordei inúmeras vezes”. Para o jornalista, o ex-presidente “é o único líder popular brasileiro”.

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Mino Carta foi entrevistado pelos jornalistas Eleonora de Lucena, Fernando Morais, Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha, Miro Borges, Paulo Henrique Amorim e Rodrigo Vianna, no Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé. Mino respondeu sobre por que anunciou, em texto de ontem (22), na CartaCapital, que estava escrevendo seu último editorial.

Ele afirmou que deixaria de escrever seus editoriais “motivado pela inevitável conclusão de que estou escrevendo as mesmas coisas há tempo demais”. Manifestou  desilusão e descrédito sobre a possibilidade de o Brasil encontrar uma saída razoável no rumo da democratização. “O país não vai para a frente, pelo contrário. Às vezes me convenço de que estamos voltando no tempo”, disse. “Casa-grande não existe sem a senzala.”

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O jornalista disse não se iludir com o “aparente racha da mídia nativa” em relação ao  presidente Michel Temer (enquanto o sistema Globo ataca, o jornal Folha de S. Paulo dá munição ao presidente). “É a antessala da enésima tentativa de conciliação das elites. No fim, vai ganhar a Globo. A Globo vai ditar o jogo e os outros irão atrás. Já estão armando a conciliação e as eleições indiretas”, disse.

Declarou também não acreditar que, hoje, o país possa viabilizar as eleições diretas. “A CartaCapital continuará a bater nesta tecla com vigor e determinação. Mas não acredito que isso seja possível. Acredito que o racha é aparente. O que lhes convém é a indireta e a senzala não reage. Nosso povo traz no lombo as marcas da chibata. Nosso problema é que padecemos três séculos de escravidão que deixaram uma marca feroz no povo brasileiro.”

Embora tenha manifestado ceticismo sobre a possibilidade de realização de eleições diretas no curto prazo, afirmou que a manutenção do calendário eleitoral seria uma saída aceitável. “Desde que as circunstâncias permitissem, se não as 'diretas já', eleições justas em 2018, e desde que houvesse condições de que Lula, meu incondicional amigo, apresentasse sua candidatura.”

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Questionado sobre por que a Rede Globo foi “para cima de Temer”, disse acreditar que “vão fazer eleição indireta e colocar alguém do seu interesse”.

Para o jornalista, o Brasil deveria ser uma potência mundial, mas trata-se de um país “onde os capitalistas não entenderam que o povo é um tesouro, porque são um bando de cretinos”.

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O diretor de CartaCapital citou o juiz Sérgio Moro e afirmou que o magistrado também “é um cretino”. Acrescentou: “Nossos adversários são cretinos, vulgares, ignorantes, cafajestes. A casa-grande é de direita? Não vamos ofender a direita”, disse. Segundo ele, o PT errou durante e após consumado o processo de impeachment. “Como o PT reage ao complô contra Dilma? Não reage. Engoliu tranquilamente o que estava acontecendo”, criticou.

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