Intelectuais europeus lançam manifesto contra o fascismo de Bolsonaro

Um grupo de mais de 200 intelectuais, acadêmicos e políticos europeus divulgou nesta sexta-feria, 19, um manifesto de repúdio à candidatura de extrema-direita a presidente, Jair Bolsonaro (PSL). O documento foi publicado pelo jornal francês Le Monde; "A vitória da extrema direita radical no Brasil corre o risco de fortalecer o movimento internacional que levou políticos reacionários e antidemocráticos ao poder em muitos países nos últimos anos", diz o manifesto assinado, entre outros, por Martine Aubry, Didier Fassin e Thomas Piketty

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247 - Um grupo de mais de 200 intelectuais, acadêmicos e políticos europeus divulgou nesta sexta-feria, 19, um manifesto de repúdio à candidatura de extrema-direita a presidente, Jair Bolsonaro (PSL). O documento foi publicado pelo jornal francês Le Monde.

O manifesto assinado, entre outros, por Martine Aubry, Didier Fassin e Thomas Piketty, faz um apelo aos brasileiros para que se oponham à eleição de Bolsonaro para a presidência no segundo turno das eleições presidenciais em 28 de outubro.

"A vitória da extrema direita radical no Brasil corre o risco de fortalecer o movimento internacional que levou políticos reacionários e antidemocráticos ao poder em muitos países nos últimos anos", diz a reportagem do Le Monde. 

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Leia, abaixo, a reportagem do Le Monde na íntegra, traduzida para o 247 por Sylvie Giraud.

LE MONDE

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19.10.2018 às 16h57

Tribuna. Encabeçado por mais de 200 acadêmicos, políticos e cidadãos europeus e do Canadá, este manifesto faz parte de um movimento mundial de apoio à democracia, diante da violência desencadeada pela candidatura de Jair Bolsonaro no Brasil. Está aberto aos democratas de todas as sensibilidades políticas. Frente ao risco iminente de um retorno à ordem autoritária na América Latina, a solidariedade internacional é imperativa.

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Nós, cidadãos, intelectuais, ativistas e políticos que vivemos, trabalhamos e estudamos na Europa e no Canadá, expressamos aqui nossa profunda preocupação com a ameaça iminente da eleição de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil em 28 de outubro de 2018.

A memória da ditadura militar

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A vitória da extrema direita radical no Brasil corre o risco de fortalecer o movimento internacional que levou políticos reacionários e antidemocráticos ao poder em muitos países nos últimos anos.

Bolsonaro defende abertamente a memória da ditadura militar que impôs sua lei no Brasil entre 1964 e 1985, suas práticas de tortura e seus torturadores. Ele despreza a luta pelos direitos humanos. Ele expressa uma hostilidade agressiva em relação a mulheres, aos afro-descendentes, membros da comunidade LGBT +, aos povos indígenas e aos pobres. Seu programa visa destruir as conquistas políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais das últimas quatro décadas, bem como os esforços dos movimentos sociais e do campo progressista para consolidar e ampliar a democracia no Brasil.

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A eleição de Bolsonaro ameaça as frágeis instituições democráticas, para a construção das quais os brasileiros assumiram tantos riscos. Sua chegada ao poder também seria um grande obstáculo para qualquer política internacional ambiciosa em matéria de proteção ambiental e preservação da paz.

Primeiros signatários: Martine Aubry, prefeita de Lille, ex-ministra (Partido Socialista); Luc Boltanski, sociólogo, diretor de estudos da EHESS; Peter Burke, historiador, professor emérito da Universidade de Cambridge; Roger Chartier, historiador, diretor de estudos na EHESS/ Collège de France; Mireille Clapot, membro do Drôme, vice-presidente da Comissão dos Assuntos Externos (LRM); Laurence Cohen, senadora da região de Val-de-Marne (PCF); Didier Fassin, professor de Ciências Sociais no Instituto de Estudos Avançados, Princeton; Carlo Ginzburg, professor emérito da UCLA e da Escola Superior de Educação de Pisa; Eva Joly, Eurodeputada (Grupo Verts-ALE); Pierre Louault, senador da região de Indre-et-Loire (UDI); Paul Magnette, Primeiro Magistrado Municipal de Charleroi, ex-ministro da Valônia, ex-presidente do Partido Socialista da Bélgica; Thomas Piketty, diretor de estudos da EHESS.

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