Fernando Brito: no governo Bolsonaro, a luta de facções substitui a disputa política

"Estamos olhando muito e compreendendo pouco de um curioso embate 'militares versus olavetes', sobre o qual só podemos ver os tiros disparados, mas não os fundamentos de suas posições políticas, exceto a graduação alta ou super-alta de entreguismo do país", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço

Fernando Brito: no governo Bolsonaro, a luta de facções substitui a disputa política
Fernando Brito: no governo Bolsonaro, a luta de facções substitui a disputa política (Foto: Adriano Machado - Reuters)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Desde que a era “lavajatista” destruiu os mecanismos institucionais da política – os partidos – e que se colocou os movimentos sociais e os sindicatos sob o rótulo de apêndices do petismo, ficou muito difícil analisar a política brasileira.

Agora, por exemplo, estamos olhando muito e compreendendo pouco de um curioso embate “militares versus olavetes”, sobre o qual só podemos ver os tiros disparados, mas não os fundamentos de suas posições políticas, exceto a graduação alta ou super-alta de entreguismo do país.

Os pregadores “antiideológicos” de ambos fazem, todo o tempo, a pregação de sua ideologia.

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Os militares, menos barulhentos, arvoram-se em defensores da liberdade e o general Santos Cruz, guindado do anonimato para a Secretaria de Governo da Presidência da República mete-se no Judiciário e defende o arquivamento, “em nome das liberdades”, do inquérito do STF sobre as ‘fake news” e agressões que a extrema direita despeja sobre ele. Segue, afinal, o caminho confessado do General – agora assessor do Planalto – Eduardo Villas-Boas, que deu seu pitaco impositivo no julgamento da prisão em segunda instância.

Já a turma que não é neonazista porque diz que o nazismo era de esquerda, vocifera contra os militares por terem sido “cúmplices” da esquerda. “Os militares posaram de eliminadores do esquerdismo e depois passaram vinte anos ajudando-o a tornar-se a única força política habilitada a tomar o poder”, diz o guru Olavo de Carvalho.

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A novidade, entretanto, é que Jair Bolsonaro fez, sempre pelo patético modo de “tuitar” nas redes sociais, seu segundo movimento de apoio ao grupo extremista civil, primeiro dando um apoio genérico aos ataques ao vice, Hamilton Mourão, e agora postando um vídeo, já tirado do ar, onde o guru Carvalho espezinha os militares, dizendo que “a última contribuição das escolas militares foram as obras de Euclides da Cunha. Desde então, foi só cabelo pintado e voz empostada”.

E que “os milicos” só fizeram “cagada” e entregaram “o país aos comunistas”.

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Como disse ao início, é difícil analisar o que se passa dentro de facções, onde os mecanismos de controle funcional em segredo e apenas de acordo com a vontade dos “chefes”. Mas se valem as impressões, acho que o olavismo tem levado vantagem e serviu-se das portas que a alta oficialidade abriu a Bolsonaro, pela sua ambição de poder, para entrar nos quartéis.

Afinal, foram eles quem colocaram um capitão como general dos generais.

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É bom a oposição ficar longe disso. Os que buliram com as vivandeiras que se bivaquem com elas.

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