Aposta da Folha começa a falhar no New York Times

Inspirada no New York Times, a cobrança pelo conteúdo na internet adotada nesta semana pelo jornal de Otávio Frias vem sendo questionada nos EUA; jornal comandado por Arthur Sulzberg Jr. saiu à procura de um CEO na internet



✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Sob o protesto de seus leitores, a Folha de S. Paulo adotou nesta semana um modelo de cobrança na internet inspirado na experiência do jornal The New York Times. Neste domingo, a proposta foi defendida pelo editor-executivo Sérgio D´Ávila, com o argumento de que “jornalismo de qualidade custa caro” e de que esta é a tendência internacional (leia mais aqui).

No entanto, no jornal que inspirou a Folha a fazer a mudança, os resultados não têm sido exatamente satisfatórios. Reportagem deste fim de semana da agência de notícias Bloomberg revela que o principal acionista do The New York Times, Arthur Sulzberg Jr., está à procura de um novo presidente para o grupo e busca nomes no mundo da tecnologia. Alguém que seja capaz de alavancar as receitas com a publicidade online. Os nomes mais fortes na lista são o de Paul Sagan, da empresa Akamai Technologies, de Gordon Crovitz, que criou uma empresa de jornalismo online, e de Mark Thompson, ex-diretor-geral da BBC. Outro candidato, correndo por fora, é Eric Schmidt, ex-CEO do Google.

O “muro de cobrança”, conhecido nos Estados Unidos como paywall, que permite aos internautas o acesso a alguns textos gratuitos (20 no caso da Folha), foi adotado pelo The New York Times e garantiu 454 mil assinaturas digitais, segundo a Bloomberg. No entanto, a receita gerada foi bem inferior à que se perdeu com a queda da circulação em papel – o jornal perde leitores há seis anos seguidos e o faturamento do jornal deve cair 11% neste ano, para cerca de US$ 2,07 bilhões.

continua após o anúncio

Segundo a Bloomberg, nos Estados Unidos, os anunciantes estão chegando à conclusão de que a publicidade no papel não vale aquilo que se cobra. No mundo online, boa parte da receita com anúncios tem ficado com empresas de tecnologia, como é o caso do Google e do Facebook. Por isso mesmo, é na tecnologia que o The New York Times busca uma saída para a crise do papel. Recentemente, o grupo da família Sulzberg vendeu sua divisão de jornais impressos regionais para ampliar os investimentos nas mídias digitais.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247