Haddad tocou na ferida e comprou guerra com Abril

Candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad pode ter aberto uma caixa-preta, ao citar o processo em que Alexandre Schneider, vice de José Serra, é acusado de improbidade administrativa; ex-secretário municipal de Educação, Schneider responde por favorecimento a uma fundação ligada à Abril, que, coincidência ou não, mergulhou de cabeça na campanha tucana

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247 – No meio jornalístico, muitos profissionais experientes, que já passaram por Veja e outras revistas da Editora Abril, se surpreendem com o engajamento político da casa. De todos os grupos editoriais brasileiros, a Abril é, disparado, o que mais se envolve em campanhas políticas, utilizando, para tanto, seus veículos de comunicação. Quase sempre, sem nenhuma sutileza.

Por muito tempo, sempre houve dúvidas sobre as motivações da casa. Por que será que o publisher da Abril, Roberto Civita, é tão partidário nas suas escolhas? Ideologia? Preconceito de classe em relação ao operário que chegou ao poder? Alinhamento com interesses norte-americanos? Ou escambos econômicos, pura e simplesmente?

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Ontem, ao citar um processo que Alexandre Schneider, o candidato a vice na chapa de José Serra, responde por improbidade administrativa, Haddad tocou numa ferida, abriu uma caixa-preta e pode ter comprado uma guerra eterna com a editora Abril. O processo citado por Haddad é o de número 0006305-89.2010.8.26.0053 e tramita desde março de 2010 na 12ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo (confira aqui). O valor da causa é de R$ 635.312,67 e réu é Alexandre Schneider, que teria causado esse prejuízo aos cofres públicos, contratando, sem licitação, a Fundação Victor Civita, criada pelo fundador da Abril e pai de Roberto Civita.

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De acordo com os promotores que tocam o processo, a decisão teria sido tomada por relações de compadrio, gerando como contrapartida benefícios políticos ao réu. O treinamento dos professores da rede municipal de ensino, objeto da contratação, não teria sido nem sequer prestado pela Fundação Victor Civita.

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Depois disso, Schneider, amigo da Abril, se tornou vice de Serra. Na semana das eleições, Veja São Paulo dedicou capa ao prefeito Gilberto Kassab, questionando se os paulistanos não estariam sendo injustos com ele. Dias antes, a prefeitura empenhou R$ 1,4 milhão para a compra de exemplares da revista Nova Escola.

Distribuídas na rede pública de ensino, as revistas Nova Escola e Gestão Escolar são produtos rentáveis da Editora Abril. Compradas por governos, sobretudo em São Paulo, pavimentam boas relações com a casa. Veja, embora não declare seu voto em Serra, faz campanha explícita pelo candidato tucano, utilizando não apenas a revista, como também os blogueiros da casa – vide o caso Malafaia (leia mais aqui).

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Se vier a se tornar prefeito de São Paulo, confirmando nas urnas seu favoritismo, Fernando Haddad poderá reconstruir as pontes com a Editora Abril. E isso passa pela secretaria de Educação. A escolha será dele.

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