Reinaldo vê toda a imprensa contra a Serra

Pode até ser verdade, mas isso tem uma explicação. Quem escolhe a companhia de Reinaldo, porta-voz do ódio e do preconceito, acaba ficando sozinho

Reinaldo vê toda a imprensa contra a Serra
Reinaldo vê toda a imprensa contra a Serra


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247 – José Serra, como se sabe, começou a campanha eleitoral contando com a simpatia escancarada de veículos como Veja, Folha de S. Paulo, Globo e Estado de S. Paulo. Entre os blogueiros, o mais entusiasmado serrista sempre foi Reinaldo Azevedo. Mas seria difícil imaginar que Reinaldo, com sua retórica pontuada pelo ódio, fosse capaz de dar o tom da campanha de Serra. Como foi isso o que aconteceu, Serra, segundo Reinaldo, hoje tem toda a imprensa paulistana contra si. Nada mais natural. Quem escolhe a companhia de Reinaldo, acaba ficando sozinho. Leia, abaixo, post do blogueiro que se intitula “Tio Rei”: 

E Haddad continua dispensado pelos jornalistas de responder sobre sua própria obra. O nome disso é campanha eleitoral

A adesão da imprensa dita “neutra” e “isenta” à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo é vergonhosa e eticamente dolosa. É vergonhosa porque se pratica o engajamento mais descarado, mas sem advertir o leitor. “Com você é diferente?”, pergunta o petralha nervosinho. É! Eu já declarei voto. E é eticamente dolosa porque apela à mentira. “Com você é diferente?”, insiste aquele mesmo, tirando do chão as patinhas dianteiras. É! Declarei voto, mas só lido com fatos. A que estou me referindo?

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Por incrível que pareça, boa parte dos repórteres faz perguntas sobre o kit gay apenas ao tucano José Serra. O petista Fernando Haddad não precisa responder sobre a sua própria obra. A Serra, as questões, quase invariavelmente, vêm em tom negativo, embutindo um engajamento já na pergunta: “O senhor não teme que…” — e lá vem uma pauta do interesse de Haddad ou do sindicalismo gay. Ninguém teve a vergonha na cara, até agora, de perguntar ao petista se é lícito fazer proselitismo sobre bissexualidade a crianças; ninguém perguntou a Haddad se é lícito defender na escola que travestis usem banheiros femininos. Ninguém perguntou a Haddad se é lícito promover joguinhos com os infantes para tratar das pessoas que se “sentem desconfortáveis com seu órgão genital”. 

Ninguém perguntou a Haddad nem mesmo a diferença entre a crítica que Serra faz ao kit gay e a crítica que Dilma fez, quando vetou o material. Refaço a sugestão para que a campanha tucana coloque no ar aquele vídeo, no horário eleitoral, sim!

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E por que não se pergunta nada disso? Porque o tal kit é tido como “progressista”, e não se admite, como escreveu Marcelo Coelho, que alguém possa ser contra ele, a menos que seja “desumano ou sórdido”. Logo, só se pode ser humano e decente aderindo à pauta. E não pensem que os editores se envergonham disso, não! De jeito nenhum! A isenção, hoje em dia, consiste em haver divergências de um lado só. Quanto Marta Suplicy e Haddad ainda trocavam cotoveladas para ver quem seria o candidato do PT, a “isenção” da imprensa paulistana chegou a ser comovente. Quando é PT versus PT, a gente vê o espírito do verdadeiro jornalismo, né?… Do “lado” e do “outro lado” do mesmo lado! Quando ficou claro que Lula queria mesmo o agora candidato, aí a ex-prefeita já começou a apanhar: era velha demais, muito rejeitada, antipática… Assim, mesmo na isenção de um lado só, um homem ainda pode fazer desequilibrar a balança…

Um força real de oposição que decida confrontar o petismo vai tomar porrada do jornalismo e ponto final! Se, para arremate dos males, houver um tema ligado a comportamento ou valores, aí não tem jeito: ou o sujeito é favor da descriminação das drogas, do aborto e do kit gay, ou é “desumano e sórdido”. Afinal, como é possível ser decente sem ser um deles?

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O mais estupefaciente, atenção, é que o kit gay foi introduzido no debate político-eleitoral, em São Paulo, pelo… PT! Eu, de fato, escrevo muito, como sabe toda gente. Uma característica (chego até a achar uma qualidade) que facilita o meu trabalho é a boa memória. Até agora ao menos, ela não me deixou na mão. Não manca. Vamos lá. No dia 18 de março deste ano, escrevi um post que tinha um daqueles meus títulos enormes: “Os truques dos esquerdistas para iludir eleitores e de parte da imprensa para iludir leitores. Ou: A Internacional Comunista se funde ao “Freak Le Boom Boom”, de Gretchen, a Marilena Chaui do rebolado! Ou: “Precisamos achar uma pauta para Haddad!”

Releiam, em azul, trecho do que escrevi então:
Queridos, abaixo vai um longo texto sobre o modo como as esquerdas, especialmente a petezada, com a colaboração da imprensa, tentam dar um truque no eleitor — e nos leitores. Também demonstrarei que os figurões do PT se pelam de medo de que a população se lembre de quem são os petistas e do que é o PT. A operação para tentar blindar Fernando Haddad dos temas polêmicos é gigantesca e já mobiliza os apparatchiki da academia e do jornalismo. Uma coisa curiosa: até agora, o pré-candidato tucano à Prefeitura, José Serra, não tocou em temas como o kit gay para as escolas, por exemplo. Os petistas, no entanto, não falam em outra coisa e insistem: tratar do assunto em campanha seria baixaria… Fazem isso agora para mobilizar os “progressistas” do miolo mole e a imprensa, tentado criar precocemente um cordão sanitário em torno do tema, intimidando os adversários. 
(…)
As editorias de política dos grandes jornais de São Paulo estão um pouco desesperadas, Por quê? Porque é preciso, afinal de contas, noticiar alguma coisa sobre Fernando Haddad, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Mas o quê? O “nosso” (delas) candidato é ruim de doer!
(…)

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Volto a hoje
Eis aí. Serra, reitero, não tinha tocado nesse assunto, e os petistas já tratavam obsessivamente dele. E já se preparavam para usar a velha tática leninista de acusar os adversários pelos crimes que eles próprios cometem. Naquele post, eu reproduziu trechos de uma reportagem do Estadão que tratava da mobilização de intelectuais em favor de Haddad. Uma tal Walquíria Leão Rego, titular do Departamento de Ciência Política da Unicamp, afirmou ao jornal esta maravilha:“Chegou o momento crucial, e há o sentimento de que temos de fazer alguma coisa, mesmo sem tribuna. Não podemos deixar que o Serra faça com o Haddad o que fez com a Dilma em 2010?. Acrescentou, então, o Estadão: Walquíria [faz] alusão ao confronto religioso que marcou a campanha entre o ex-governador e a petista Dilma Rousseff, eleita presidente. ‘Para os tucanos, o combate em São Paulo é de vida ou morte’, disse a socióloga, que tem vários estudos sobre o programa Bolsa Família.”

A independente Walquíria tem trabalhos sobre o Bolsa Família… Sei. Muito bem! O que Serra fez a Dilma em 2010? Ora, cometeu o crime de se opor a ela! Isso é mesmo coisa grave! “Confronto religioso?” Qual? Reitero: o post tem sete meses! A campanha nem havia começado! E os petistas já estavam empenhado em sair gritando por aí: “Ele está me agredindo!” Vale dizer: para blindar Haddad, já se atribuía a seu adversário o que ele não havia feito.

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A blindagem
E a blindagem permanece! Agora, o tema virou pauta obrigatória dos que vão entrevistar Serra — e não que ele não deva falar a respeito. Tem mais é de falar, sim!,apontando os descalabros daquele troço. Haddad, no entanto, é poupado de sua própria obra e de alguns de seus desastres como gestor público.

 

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