Terá sido Gurgel o "entrevistado" de Veja?

Em setembro, Marcos Valério prestou um depoimento secreto a Roberto Gurgel, relatando seu medo de ser assassinado; no mesmo mês, Veja dedicou capa ao empresário, atribuindo a ele frases como "Lula era o chefe", supostamente ditas a terceiros, mas que não foram gravadas. Será que o interlocutor próximo do operador do mensalão, que fazia tabelinha com Veja, era o procurador-geral?

Terá sido Gurgel o "entrevistado" de Veja?
Terá sido Gurgel o "entrevistado" de Veja?


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247 - Numa das reportagens mais polêmicas de sua história, Veja publicou, com data de 19 de setembro, uma suposta entrevista com o empresário Marcos Valério. Ela continha acusações graves como: (1) o ex-presidente Lula era o chefe do mensalão; (2) o caixa do PT em 2002 foi de R$ 350 milhões; (3) Valério vinha sendo ameaçado de morte e (4) Lula só não teria sido pego porque Valério, Delúbio Soares e José Dirceu decidiram protegê-lo.

Todas essas acusações foram publicadas entre aspas e vendidas ao leitor como uma entrevista em on, com gravador ligado, de Marcos Valério a Veja. Lá dentro, no miolo da matéria, informava-se que as declarações haviam sido ditas por Valério a terceiros, a interlocutores próximos.

Agora, graças ao trabalho dos jornalistas Felipe Recondo e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, sabe-se também que, em setembro, Valério prestou um depoimento secreto ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Neste depoimento, ele teria citado os nomes de Lula, do ex-ministro Antonio Palocci e também de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André. No mesmo relato, Valério também afirmou que corria o risco de ser assassinado -- o que foi reproduzido por Veja em sua reportagem de 19 de setembro.

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Durante algumas semanas, alguns jornalistas insinuaram que Veja teria as gravações de Valério, mas, em entrevista ao portal Comunique-se e ao jornal O Globo, o diretor da revista, Eurípedes Alcântara, afirmou que as declarações de Valério poderiam ser comprovadas em juízo, com ou sem gravações. Era um sinal de que a revista não possuía áudio algum contra Lula.

Como, então, justificar uma reportagem tão agressiva, sem provas concretas? Talvez esteja aí a pista. Por que não imaginar que o próprio Gurgel possa ter sido o "interlocutor próximo" de Marcos Valério, ouvido pela revista Veja?

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Em tese, o depoimento prestado pelo empresário ao procurador-geral Gurgel, que ainda nem foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, corre em segredo de Justiça. Mas o senador Fernando Collor, que já apresentou várias representações contra o procurador, tem também denunciado encontros frequentes de repórteres de Veja com integrantes da cozinha de Rangel.

O que está em marcha é um processo para excluir Luiz Inácio Lula da Silva da arena política no Brasil.

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