Diretor do Estadão ao 247: “Barbosa deve limpar o que fez”

Jornalista João Bosco Rabello afirma que "nada justifica" agressão verbal de presidente do Supremo ao repórter Felipe Recondo; "Foi muito ruim para a imprensa como um todo, que é uma instituição intermediária entre a sociedade a as autoridades", disse o diretor do jornal O Estado de S. Paulo em Brasília ao 247; para Rabello, ministro Joaquim Barbosa, além das desculpas via assessoria de imprensa do STF, deveria "desagravar pessoalmente o repórter, para limpar o que fez"

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Marco Damiani _247 – O diretor da sucursal de O Estado de S. Paulo em Brasília, jornalista João Bosco Rabello, considera incompleto o pedido de desculpas feito via assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal para o episódio em que o ministro Joaquim Barbosa respondeu ao início de uma pergunta do repórter Felipe Recondo com a expressão "vá chafurdar no lixo". Diante de outros profissionais de imprensa, visivelmente alterado, Barbosa ainda ofendeu Recondo com a palavra "palhaço".

"É lamentável", resumiu Rabello ao 247. "Eu espero que agora, para limpar isso, o ministro adote uma atitude elegante e convide o repórter para uma conversa na qual, pessoalmente, apresente suas desculpas. Eu gostaria que ele desagravasse o profissional". Para ele, "não pode ficar dúvida nenhuma sobre o repórter, que nem teve chance de fazer a pergunta que tentou fazer".

Articulista político e responsável pelo comando de uma equipe tarimbada de um dos principais veículos de comunicação do País, Rabello viu no episódio muito da "distorção existente na visão e no trato das autoridades com a mídia". "A imprensa é uma camada da sociedade, nós somos intermediários entre o público e as autoridades, não buscamos informações para consumo próprio, mas para veiculação geral", definiu ele. "Muitas autoridades, por conveniência pessoal, procuram se desviar das abordagens em entrevistas para esconder situações mal explicadas. No  caso específico, porém, nem isso houve, porque a pergunta nem sequer foi feita totalmente", frisou Rabello. Ele acentuou que não havia, entre o presidente do STF e o repórter do Estadão, qualquer episódio de atrito anterior.

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"É isso que torna o caso ainda mais lamentável. Não houve reclamação sobre o tom da pergunta, alguma coisa que poderia ser considerada impertinência ou indelicadeza, nada disso. A pergunta do repórter nem chegou a ser feita. O mau humor do ministro foi muito grande. A nota do STF atribuiu isso ao cansaço dele, mas isso diz pouco".

A imprensa como instituição, para Rabello, saiu atingida pela rudeza de Barbosa. "O Estado foi o veículo que fez a abordagem, mas a mesma reação poderia ter sido dirigida a qualquer outro veículo da mídia", acredita ele. "Isso mostra que as relações das autoridades com a mídia precisam mudar. Tem de haver uma reciclagem".

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