Merval vê ducha fria, mas prevê segundo turno

Popularidade da presidente, somada a uma economia que melhora, limita os movimentos da oposição, mas a matemática do colunista do Globo ainda garante um segundo turno, quanto maior for o número de candidatos

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Merval vê ducha fria, mas prevê segundo turno


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247 - Enfrentar a presidente Dilma Rousseff em 2014 será tarefa difícil, segundo o jornalista Merval Pereira, do Globo. Mas ele ainda aposta num segundo turno. Leia abaixo:

Tarefa difícil - MERVAL PEREIRA

A pesquisa do Ibope/CNI foi uma ducha de água fria nos candidatos a opositores da reeleição da presidente Dilma Rousseff, em menor intensidade para o senador Aécio Neves, que é mesmo da oposição. Não parece provável que desista da candidatura mesmo diante da aparência de imbatível que a presidente Dilma ostenta nesses dias.

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Há quem acredite nos meios políticos - um deles é o governador Eduardo Campos, que torce por isso - que o senador Aécio Neves pode partir para tentar se eleger novamente governador de Minas se a presidente estiver muito bem nas pesquisas no início do ano, mas é difícil que isso aconteça. Ao assumir a presidência do PSDB em maio, Aécio estará comprometido com um projeto partidário que não se abandona sem mais nem menos.

Nem uma eventual dissidência tucana em São Paulo pode servir de desculpa, pois tudo indica que ele terá o apoio do governador Geraldo Alckmin, mesmo que José Serra não se engaje na campanha. Como Aécio ainda tem quatro anos de mandato, poderia disputar a eleição presidencial sem perder o mandato, e ficaria com a imagem nacional para tentar novamente em 2018. É claro que naquela eleição poderá ter outra vez um candidato de peso em São Paulo, se o governador Geraldo Alckmin se reeleger.

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O governador Eduardo Campos, que costeia o alambrado governista quase fora do controle, deve ter tomado um baque com o crescimento de popularidade presidencial no Nordeste, sua região. Mas reagiu como quem está disposto à luta. Já havia dito que popularidade não é voto, e disse sobre a pesquisa que ninguém deve cantar vitória antes do tempo.

O governador de Pernambuco tem dito a interlocutores que está disposto a se candidatar mesmo para perder, embora não goste de perder, desde que o PSB considere essa uma tarefa importante com vistas ao futuro do partido. Os poucos setores que têm dúvidas sobre a viabilidade de sua candidatura temem que esse périplo que vem fazendo pelo país, reunindo-se com políticos e empresários, dê ao eleitorado pernambucano a sensação de que está abandonando o estado, quando o principal trunfo que ele tem é sua gestão.

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Parece ser uma preocupação excessiva, pois a situação de Campos em Pernambuco é diferente da de Gilberto Kassab em São Paulo, que foi punido pelo eleitorado depois que, na percepção popular, abandonou a cidade para sair pelo país na construção do seu PSD.

Campos tem uma tradição na política de Pernambuco, na linhagem do avô Miguel Arraes, que Kassab não tinha. Mesmo com Dilma apresentando esse desempenho de favorita nas pesquisas, é muito difícil imaginar que ela possa vencer no primeiro turno como os analistas petistas - alguns com contratos assinados de prestação de serviços que desqualificam suas análises - anunciam já estar decidido nas estrelas.

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Em 2010, bastou que Marina tivesse cerca de 20% dos votos para levar a eleição para o segundo turno. A então candidata petista recebeu 46,91% dos votos válidos (que exclui brancos e nulos). Serra obteve 32,61% dos votos, e Marina Silva (PV), 19,33%. Na sequência, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) teve 0,87% dos votos válidos, José Maria Eymael (PSDC), 0,09%, Zé Maria (PSTU), 0,08%, Levy Fidelix (PRTB), 0,06%, Ivan Pinheiro (PCB), 0,04% e Rui Costa Pimenta (PCO), 0,01%.

Como dessa vez deve estar na lista Campos, será preciso que dois dos três principais candidatos fracassem para não haver segundo turno. Os tucanos fazem a seguinte conta sobre os 45% de votos que tiveram no segundo turno em 2010: a fragilidade de Dilma ajudou, mas no contraponto Lula estava na Presidência, empenhado 100% em campanha. Com mais de 7,5% de crescimento do PIB no ano, com Petrobras e pré-sal "brilhando", sem traço visível de inflação, hoje aguda e presente no dia a dia das famílias.

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Sem tais ingredientes, a tarefa será facilitada, pois, além de tudo, Aécio parece um candidato mais "leve" que Serra. O governo vê com outros olhos: hoje a candidatura de Dilma teria em seu apoio a alta popularidade da presidente, que não existia em 2010, além da de Lula. E a economia melhorará este ano, o suficiente para manter a sensação de bem-estar da população.


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