Em que Globo se pode realmente confiar?

Jornal dos Marinho avisa na manchete desta terça-feira que os preços dos alimentos sobem e ameaçam a meta de inflação; Valor Econômico, que é metade Globo, metade Folha, anuncia o contrário; dados oficiais, divulgados hoje, apontam recuo dos preços; será que o Globo pisou no tomate?; por trás de tudo isso, evidentemente, há a pressão para que o Comitê de Política Monetária do Banco Central eleve os juros na reunião previstas para os dias 16 e 17

Em que Globo se pode realmente confiar?
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247 - Nesta terça-feira, o jornal O Globo prossegue sua cruzada de manchetes preparada para disseminar mau humor na economia. Depois de questionar as desonerações fiscais, no domingo, e de prever um novo apagão, ontem, o jornal dos Marinho agora avisa que a economia pisou no tomate e diz, na manchete, que "Preço de alimentos dispara e ameaça meta de inflação". O curioso é que outro jornal dos Marinho, o Valor Econômico, que é metade Folha, metade Globo, diz o contrário. Em que Globo se deve realmente confiar?

Leia, abaixo, a matéria do Valor: 

Alimentos perdem fôlego e analistas projetam recuo do IPCA para 0,50%

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Por Arícia Martins | De São Paulo

Influenciada principalmente por uma lenta perda de fôlego dos alimentos, a inflação de março deve ceder em relação à alta de 0,60% apurada em fevereiro, mas não deixará de ser tema de preocupação, segundo economistas. A média de 14 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta para avanço de 0,50% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. As estimativas para a inflação oficial, a ser divulgada amanhã pelo IBGE, variam de 0,47% a 0,52%.

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Se confirmadas as expectativas, o indicador acumulado em 12 meses aumentará de 6,31% para 6,61% entre a leitura passada e a atual, acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%. De acordo com os economistas, ainda que o índice mensal continue desacelerando nas próximas medições, a inflação anualizada permanecerá próxima da banda superior da meta ao menos até meados do segundo semestre.

Puxada pela alimentação, a tendência para o IPCA é de descompressão, diz Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora. Uma combinação de restrições de oferta de itens in natura e de um repasse mais lento da queda de produtos agropecuários no atacado ao varejo, no entanto, mantém esses preços como foco de atenção. Padovani prevê que o grupo alimentação e bebidas recuará pouco, de 1,45% para 1,16%, entre fevereiro e março. Para o índice cheio, a projeção da corretora é de alta de 0,51%.

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Puxada pela alimentação, a tendência para o IPCA é de descompressão, diz Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora. Uma combinação de restrições de oferta de itens in natura e de um repasse mais lento da queda de produtos agropecuários no atacado ao varejo, no entanto, mantém esses preços como foco de atenção. Padovani prevê que o grupo alimentação e bebidas recuará pouco, de 1,45% para 1,16%, entre fevereiro e março. Para o índice cheio, a projeção da corretora é de alta de 0,51%.

Como a inflação de serviços deve se manter pressionada ao longo do ano, o cenário do analista da Votorantim de que o IPCA anualizado voltará para 5,5% até dezembro depende de um comportamento favorável dos preços agrícolas e de uma pequena apreciação do câmbio, diz, assim como de mais desonerações que o governo, em sua opinião, deve implementar. "Pode ser feita uma medida na área de medicamentos, que está pressionando no momento."

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Os analistas ouvidos observam que corte de tributos federais sobre a cesta básica ainda não terá impacto relevante sobre o IPCA de março. Com estimativa de 0,48% para o avanço do indicador no período, Andrea Bastos Damico, do Bradesco, aponta que é difícil distinguir a queda que já vinha sendo observada em alguns produtos, como as carnes, dos possíveis efeitos da medida, que devem ser mais fortes em abril. Mesmo a parte de higiene e limpeza mostrou retrações "muito tímidas", diz Andrea.

Segundo a economista, os alimentos continuarão em nível desconfortável na leitura atual do IPCA, com aumento de 1,2%, porque alguns produtos ainda não refletiram o comportamento observado nos Índices Gerais de Preços (IGPs). Como exemplo, ela menciona o café, item que caiu 5,91% no IGP-M de março, mas não entrou em terreno negativo nas coletas de preços ao consumidor.

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Para Fabio Ramos, da Quest Investimentos, a parte de alimentação está prestes a entrar em processo de desaceleração mais expressiva a partir de abril, quando variará entre 0,10% e 0,20%. Se confirmada sua previsão de alta de 0,51% para o IPCA de março, a inflação no primeiro trimestre terá ficado em 1,98%, acima do avanço de 1,22% registrado em igual período de 2012, mesmo com a ausência de reajustes de transporte público em São Paulo e no Rio e o corte de 18% nas contas de luz.

Ramos sustenta que os preços subiram mais nestes primeiros três meses ainda como efeito do choque agrícola ocorrido em meados do ano passado, assim como da depreciação cambial de cerca de 15% entre o início de 2012 e o de 2013. Como reflexo da dissipação dos efeitos do câmbio e do arrefecimento esperado para os alimentos, a Quest trabalha com inflação menor, de 0,96%, para o segundo trimestre. O indicador acumulado em 12 meses, porém, não deve ceder na mesma intensidade e permanecerá próximo do teto da meta ao menos até junho, diz o analista da gestora de recursos.

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No tocante à política monetária, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, avalia que o IPCA de março pode enfraquecer apostas de aumento de juros, o que considera preocupante, já que os índices de difusão permanecerão elevados, entre 60% e 70%. Em fevereiro, o percentual de itens pesquisados pelo IBGE com reajustes mensais de preços foi de 72,3%. "O governo deveria estar mais preocupado com isso, e não em fazer desonerações, que não funcionam", diz. Para Vale, a Selic subirá 100 pontos base a partir de maio, mas há riscos de que os juros básicos fiquem em 7,25%.

E também o noticiário da Agência Brasil:

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Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), no município de São Paulo, teve deflação de 0,11% na primeira prévia de abril, ante a queda de 0,17% registrada na apuração anterior.

De acordo com a Fipe, registraram deflação na média de preços os grupos habitação (de -1,05% para -0,65%) e despesas pessoais (de -1,02% para -1,05%).

Já os grupos que apresentaram taxas positivas foram alimentação (de 0,77% para 0,59%), transportes (de 0,28% para 0,18%), saúde (de 0,25% para 0,19%), vestuário (de 0,44% para 0,52%) e educação (de 0,13% para 0,18%).

Edição: Juliana Andrade

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