Felisburgo: MST protesta contra adiamento do caso

Manifestações em Brasília e BH ocorrem devido ao segundo adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, principal acusado pelo chamado Massacre de Felisburgo, ocorrido em 2004, quando cinco agricultores foram assassinados por 17 pistoleiros no município mineiro; grupo de sem-terra caminhou entre a Praça da Assembleia e o Fórum Lafayette pedindo agilidade no caso e prisão preventiva a Chafik

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Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil

Brasília - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão promovendo nesta quarta-feira (15), em Brasília e Belo Horizonte, protestos contra o segundo adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, principal acusado pelo chamado Massacre de Felisburgo, no qual cinco agricultores foram assassinados por 17 pistoleiros, em 2004. Poucos dias após ter confessado a participação no crime, Chafik conseguiu habeas corpus e responde ao processo em liberdade. O tribunal do júri deveria começar nesta quarta-feira.

Em Belo Horizonte, manifestantes fizeram uma passeata em protesto contra o novo adiamento do julgamento. Durante a caminhada entre a Praça da Assembleia e o Fórum Lafayette, o grupo exigiu a rápida remarcação do início do julgamento e a prisão preventiva de Chafik. Ao final do protesto, representantes do movimento se reuniram com o juiz Glauco Soares Fernandes, do 2º Tribunal do Júri, que forneceu mais informações sobre a decisão judicial de adiar o julgamento.

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Em Brasília, manifestantes de vários estados marcharam pela Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três Poderes, onde se concentraram diante do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo protesta contra a morosidade da Justiça no julgamento de crimes contra trabalhadores rurais. Segundo as lideranças do movimento, Chafik já confessou a participação no crime e, nessas circunstâncias, a demora do seu julgamento contribui para a impunidade.

Durante a caminhada pela região central de Brasília, os sem-terra se uniram à 4ª Marcha Nacional contra a Homofobia, que, além de reivindicar a garantia dos chamados direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e a laicidade do Estado, reuniu integrantes do Movimento pela Legalização da Maconha.

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Chafik é acusado de comandar o ataque ao acampamento Terra Prometida, em Felisburgo (MG), a cerca de 740 quilômetros de Belo Horizonte, capital do estado. Seu julgamento estava previsto para começar hoje (15), mas, ontem (14), o 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte acatou um pedido feito pela defesa do fazendeiro e adiou, por tempo indeterminado, o início do julgamento.

Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça mineiro, a expectativa do juiz Glauco Soares, presidente do Tribunal do Júri, é que o julgamento ocorra na segunda quinzena de agosto.

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Para justificar os pedidos de adiamento, apresentado na última segunda-feira (13), os advogados de defesa de Chafik alegaram que não haveria tempo hábil para que as testemunhas de acusação e de defesa fossem ouvidas na Comarca de Jequitinhonha e para elaboração das estratégias da defesa.

Segundo o MST, a iniciativa serviu apenas para retardar por ainda mais tempo o início do julgamento, adiado antes em 17 de janeiro deste ano, quando o juiz da Comarca de Jequitinhonha, onde ocorreria o tribunal do júri, enviou o processo para Belo Horizonte.

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O Massacre de Felisburgo ocorreu em 20 de novembro de 2004. Na ocasião, foram mortos cinco trabalhadores rurais: Iraguiar Ferreira da Silva, de 23 anos; Miguel Jorge dos Santos, de 56; Francisco Nascimento Rocha, de 72; Juvenal Jorge da Silva, de 65; e Joaquim José dos Santos, de 48. Cerca de 20 pessoas ficaram feridas, inclusive crianças. As cinco vítimas foram executadas com tiros à queima-roupa.

Ontem (14), o procurador de Justiça Afonso Henrique de Miranda, que coordena o Centro de Apoio das Promotorias de Conflitos Agrários, do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, disse à Agência Brasil que lamenta o novo adiamento do julgamento, mas ressaltou que, ante os argumentos da defesa do réu, é melhor que a Justiça defina uma nova data para o início do tribunal do júri do que correr o risco de que a decisão seja anulada ou questionada sob a alegação de vícios processuais.

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Edição: Davi Oliveira

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