MP denuncia "Novo Jornal" e lobista Nilton Monteiro
Ministério Público de Minas Gerais aponta suposta quadrilha de estelionatários envolvida em golpes bilionários, com forte atuação na internet; segundo a denúncia, Monteiro seria um "incorrigível falsificador", que atuaria em conjunto com o veículo de comunicação mineiro
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Minas 247 - A 11ª Promotoria de Combate ao Crime Organizado e Investigações Criminais do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou, na última semana, uma suposta quadrilha de estelionatários que agia em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Brasília e Espírito Santo, acusada de golpes que ultrapassam um bilhão de reais, e que contava com ramificações dentro de várias instituições e forte apoio na internet.
Segundo a denúncia, a quadrilha contava com duas vertentes de atuação. A primeira era encarregada da falsificação de papéis e dar credibilidade aos mesmos, através de fraudes periciais.
A segunda era composta pelo site “Novo Jornal” e seu proprietário Marco Aurélio Flores Carone, “indivíduo que atuava como verdadeiro ‘relações públicas’ do bando, encarregado do linchamento moral dos ofendidos”.
A denúncia ressalta que, o “Novo Jornal”, “longe de funcionar como órgão legítimo de imprensa, atua como verdadeiro balcão para a intimidação e desmoralização de vítimas da quadrilha, disseminação de papéis falsos criados pelo bando e divulgação de matérias enaltecedoras à figura do chefe dos quadrilheiros”.
A denúncia é fruto de uma investigação conduzida pelo MP mineiro que coletou, durante os últimos três anos, dezenas de documentos que apotariam que a quadrilha, liderada pelo estelionatário Nilton Antônio Monteiro, montava papéis falsos para calçar cobranças judiciais por dívidas milionárias e inexistentes. Até mesmo o Tesouro Nacional encontra-se entre as várias vítimas da quadrilha, através da negociação fraudulenta de Letras do Tesouro Nacional.
Nilton Monteiro, que se encontra preso, é descrito pelo MP como “um audacioso e incorrigível falsificador, ardiloso megalomaníaco criador de factoides que, mediante promessa de pagamento aos demais quadrilheiros de remuneração derivada do valor que eventualmente recebesse nas ações judiciais, valia-se dos préstimos dos mesmos para a execução dos delitos”.
O MP aponta que “pelo que se apurou, ao longo de cerca de mais de uma década os quadrilheiros forjaram inúmeros documentos particulares e públicos, aproveitando-se do fato de ser o denunciado Nilton Antônio Monteiro uma espécie de ‘Midas da falsificação’, especialista em forjar toda sorte de documentos. Assim transcreveram simulações de diálogos e criaram um sem número de documentos forjados, públicos e privados”. Tendo enxertado artificialmente assinaturas, carimbos e logomarcas em papéis, “não raro utilizando ilicitamente emblemas de empresas e de instituições públicas, com emprego de meios cibernéticos”.
De acordo com a denúncia, a quadrilha falsificou documentos públicos e privados não apenas para lastrear cobranças judiciais astronômicas para auferir vantagens econômicas indevidas, mas também para tumultuar a vida de suas vítimas.
O último golpe cometido por Nilton Monteiro que integra a denúncia é a tentativa dele de se habilitar no inventário do ex-deputado Sergio Naya, pleiteando uma herança no valor de R$ 907 milhões.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247