Setor automotivo já demitiu 2 mil em Minas
O cenário acompanha a situação preocupante para o setor em todo o Brasil, visto que a própria Fiat, em Betim, tinha dado férias coletivas a 2 mil e seus funcionárias, no último mês, visando à contenção de gastos, e a Volkswagen concedeu férias a 4,5 mil trabalhadores, em sua unidade em Taubaté (SP), e só deve contar com seu quadro completo novamente no fim de abril; Com o fechamento de empresas de autopeças e a queda na produção das montadoras, outro setor atingido é o das concessionárias, que integram o terceiro setor da economia, o comércio
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Pautando Minas - O setor automotivo, um dos carros-chefes da economia na região Central do estado, já demitiu mais de 2 mil pessoas. O fato se deve à crise na indústria, com acentuada queda de venda de carros no país. Os atingidos não estão apenas nas fábricas de automóveis, mas também nas lojas de autopeças, oficinas mecânicas e concessionárias de Minas Gerais. Em Itabirito, por exemplo, a fábrica de autopeças Delphi, que tinha a Fiat como cliente principal, fechará as portas e demitirá cerca de 800 funcionários.
O cenário acompanha a situação preocupante para o setor em todo o Brasil, visto que a própria Fiat, em Betim, tinha dado férias coletivas a 2 mil e seus funcionárias, no último mês, visando à contenção de gastos, e a Volkswagen concedeu férias a 4,5 mil trabalhadores, em sua unidade em Taubaté (SP), e só deve contar com seu quadro completo novamente no fim de abril.
Empresários e sindicatos temem uma reação em cadeia ao fechamento de tradicionais empresas que atuavam no estado, a exemplo da Delphi, que funcionava desde 1995 e encerrou suas atividades por considerar insustentável, a médio e longo prazo, a manutenção da produção. A empresa informou em nota que estudou a sustentabilidade de seu negócio, que produzia chicotes elétricos para toda a América do Sul. “A Delphi decidiu pela consolidação de sua operação, anunciando o encerramento das atividades da fábrica em Itabirito, com o objetivo de manter a competitividade do negócio e poder melhor atender aos seus clientes”, diz o texto. Segundo sindicatos do setor, o fechamento já era esperado, visto que a fábrica vinha periodicamente demitindo funcionários.
A Delphi, no entanto, possui outra unidade em Paraisópolis, Sul de Minas, que deve ser mantida e será, então, a principal unidade da empresa. A Prefeitura de Itabirito, por sua vez, tenta ainda encontrar uma nova marca para operar no terreno onde estava baseada a Delphi, mas ela não deve ser do setor automotivo. A saída da empresa consolida um total de 19 mil vagas fechadas pelo ramo de autopeças em todo o país.
Montadoras baseadas no estado, como a Fiat, em Betim, ou a Mercedes-Benz, em Juiz de Fora, não comentaram o fato.
Reação em cadeia atinge concessionárias
Com o fechamento de empresas de autopeças e a queda na produção das montadoras, outro setor atingido é o das concessionárias, que integram o terceiro setor da economia, o comércio. Desde o início do ano, três lojas foram fechadas em Belo Horizonte, uma da GM, outra da Citroën e uma terceira, da Peugeot. Teriam sido registradas mais de 500 demissões apenas na região Metropolitana da capital.
De acordo com sindicatos de comércio e revendedoras de automóveis no estado, entretanto, o máximo que as concessionárias poderiam cortar, em número de funcionários, já foi atingido, sendo a continuidade das demissões prejudicial para as lojas, que atingiriam a data-base estabelecida em negociação com as entidades classistas e estariam sujeitas a processo e multa no Ministério do Trabalho. Isso deve estancar a perda de trabalhadores no setor.
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