Pestana: “só precisa de ajuste quem se desajustou”

Um dos tucanos mais ativos no Congresso, o deputado Marcus Pestana (MG) afirma, em entrevista ao 247, que o ajuste fiscal só é necessário por conta das "trapalhadas do governo Dilma"; "Não é à toa que a população repudia. O governo cometeu erros profundos, ele é o pivô da situação. O nome da crise, a raiz da crise é Dilma Rousseff. Então não é justo que os trabalhadores paguem por isso", dispara; Pestana defende que "não há nenhuma incoerência" no fato de a bancada do PSDB ter votado integralmente na alteração do fator previdenciário, criado no governo FHC; "O que houve é que o PT, em 12 anos, paralisou a agenda de reformas, entre elas a previdenciária", diz; "Nós estamos unidos. Incoerência é o PT"

Um dos tucanos mais ativos no Congresso, o deputado Marcus Pestana (MG) afirma, em entrevista ao 247, que o ajuste fiscal só é necessário por conta das "trapalhadas do governo Dilma"; "Não é à toa que a população repudia. O governo cometeu erros profundos, ele é o pivô da situação. O nome da crise, a raiz da crise é Dilma Rousseff. Então não é justo que os trabalhadores paguem por isso", dispara; Pestana defende que "não há nenhuma incoerência" no fato de a bancada do PSDB ter votado integralmente na alteração do fator previdenciário, criado no governo FHC; "O que houve é que o PT, em 12 anos, paralisou a agenda de reformas, entre elas a previdenciária", diz; "Nós estamos unidos. Incoerência é o PT"
Um dos tucanos mais ativos no Congresso, o deputado Marcus Pestana (MG) afirma, em entrevista ao 247, que o ajuste fiscal só é necessário por conta das "trapalhadas do governo Dilma"; "Não é à toa que a população repudia. O governo cometeu erros profundos, ele é o pivô da situação. O nome da crise, a raiz da crise é Dilma Rousseff. Então não é justo que os trabalhadores paguem por isso", dispara; Pestana defende que "não há nenhuma incoerência" no fato de a bancada do PSDB ter votado integralmente na alteração do fator previdenciário, criado no governo FHC; "O que houve é que o PT, em 12 anos, paralisou a agenda de reformas, entre elas a previdenciária", diz; "Nós estamos unidos. Incoerência é o PT" (Foto: Aline Lima)


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Gisele Federicce, 247 – Por conta do posicionamento de sua bancada na Câmara dos Deputados durante as votações das Medidas Provisórias 664 e 665 – que fazem parte do ajuste fiscal do governo e restringem o acesso a benefícios como seguro-desemprego – e da alteração do fator previdenciário, o PSDB recebeu críticas nos últimos dias de analistas políticos que enxergam uma espécie de 'oposição a qualquer custo'.

Para o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, por exemplo, ser oposição, atualmente, é "ser contra tudo o que faz o governo". No caso do PSDB, ele afirma que existe ainda um pudor em atacar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas que o partido "vota contra e atrapalha o programa do ministro, que é claramente tipo tucano", sobre medidas que, segundo ele, caberiam perfeitamente na campanha de Aécio Neves.

O colunista Vinícius Torres Freire comenta que a aprovação da nova fórmula para o cálculo da aposentadoria, com regras que beneficiam os trabalhadores, mas que vinham sendo evitadas pelo governo por conta de seus custos e instabilidade futura no sistema previdenciário, "foi uma vitória do populismo, da ignorância, da pequenez e, francamente, do espírito de porco político". Diz ele ainda: "o PSDB no Congresso faz apenas chacrinha, avacalha de modo oportunista e aproveitou para dar mais um tiro no avariado governo Dilma 2".

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Em entrevista ao 247, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos críticos mais ativos da oposição, nega qualquer incoerência. O fator previdenciário foi criado durante o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e agora recebeu votos do próprio PSDB pela flexibilização. O motivo, de acordo com Pestana, é o consenso que foi se formando ao longo dos anos pela necessidade de mudança.

Na prática, o fator surgiu em 1999 como uma fórmula para desestimular aposentadorias precoces e reduzir o chamado "rombo" da Previdência Social. Sua mudança é uma luta histórica das centrais sindicais. O novo cálculo, do sistema 85-95, permite a aposentadoria integral para o homem que somar 95 anos (idade mais tempo de contribuição) e a mulher que somar 85.

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Para Pestana, contribuiu para a aprovação da alteração da regra da aposentadoria o fato de o PT ter paralisado as reformas, entre elas a da Previdência, que poderia ter contribuído, segundo ele, para a sustentabilidade do sistema. "Nós não estamos no governo. Se tivéssemos, teríamos aproveitado a reforma e avançado (nesse tema)".

O deputado ressaltou que o ajuste fiscal só é necessário por causa das "trapalhadas" do governo da presidente Dilma Rousseff, que, mesmo assim, não deveria estar jogando a crise "nas costas dos trabalhadores", mas mandando a conta para o "capital especulativo", conforme discursou na tribuna. A MP 664, segundo ele, comete uma "verdadeira inversão na distribuição de renda".

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Nas redes sociais, ele faz críticas ferrenhas contra as medidas e o governo da presidente Dilma: "PT, Dilma e Lula derrotam os trabalhadores! A vaca tossiu e Governo restringe direitos trabalhistas", diz, em um de seus posts. "Prêmio Nobel da Cara de Pau para DILMA, Lula e o PT. Fingiram ser contra terceirização e terceirizaram na MP 664/14 a perícia médica!", protestou em outro.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

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O fator previdenciário foi criado durante o governo FHC. Por que toda a bancada do PSDB votou agora pela flexibilização do sistema?

O fator previdenciário cumpriu um papel essencial. É um mecanismo engenhoso e de caráter transitório, mas que era necessário e foi essencial para a sustentabilidade do sistema da previdência brasileiro. Mas ao longo dos anos, foi se formando um consenso da necessidade de mudança. Aqui no Congresso, na sociedade, no movimento sindical... esse tema é presente há mais de dez anos: a mudança do fator previdenciário.

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E por que a aprovação agora, em um momento que o governo tenta fazer o ajuste fiscal?

Já se pensava em migrar para um sistema em referência à idade. A fórmula 85-95 não é nova, o que houve é que o PT, em 12 anos, paralisou a agenda de reformas, entre elas a continuidade da reforma previdenciária. Então o vácuo de liderança e a atitude do governo do PT criaram esse ambiente que permitiu o acolhimento da medida pela maioria do plenário. O PSDB já vinha discutindo alternativas.

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Não há então, na opinião do senhor, nenhuma incoerência em relação à posição da bancada do PSDB?

Não há nenhuma incoerência. Nós estamos unidos. Incoerência é o PT. Depois de fazer um carnaval na terceirização, a MP 664 estabelece a terceirização da perícia médica, que é uma função típica de Estado. Típica do INSS. A terceirização que a gente defende é no setor privado. Então é uma hipocrisia e uma incoerência enorme. É um festival de incoerência. Nós não.

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O PT está absolutamente incoerente, prejudicando o direito dos trabalhadores. Se o governo Lula e o governo Dilma tivessem liderado a continuidade da reforma da previdência, isso não teria ocorrido. Nós não estamos no governo, se tivéssemos, teríamos aproveitado a reforma e avançado (nesse tema).

O jornalista Carlos Alberto Sardenberg escreveu que as medidas de ajuste do governo caberiam perfeitamente num programa de campanha do senador Aécio Neves. Esta avaliação não é só dele, vem sendo feita também por outros analistas. O senhor concorda?

Entre no meu Facebook e leia meu discurso sobre qual é o ajuste que nós faríamos.

Mas o senhor acredita, então, que é necessário fazer um ajuste fiscal no País?

Só precisa de ajuste quem se desajustou, pela política econômica inconsistente do governo Dilma. Desorganizaram o setor elétrico e tiveram que fazer um tarifaço. No setor do petróleo, também tiveram que fazer um tarifaço no combustível, praticaram empréstimos temerários pelo BNDES... e agora vêm descontar nos trabalhadores? Ou seja: tem dinheiro para umas coisas e não tem para outras.

O ajuste é necessário, mas por conta das trapalhadas do governo Dilma. O nome da crise, a raiz da crise é Dilma Rousseff. Então não é justo que os trabalhadores paguem por isso. É preciso diminuir ministérios, que geram um desperdício de gasto; a inflação é devido a preços mal administrados... Não é à toa que a população repudia. O governo cometeu erros profundos, ele é o pivô da situação.

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