Teatros de BH correm o risco de fechar

O diretor e fundador do Teatro da Cidade, Pedro Paulo Cava, explicou que o teatro foi construído em terreno cedido por uma construtora que faliu posteriormente e foi objeto de processos judiciais; O tombamento imaterial do espaço no ano passado não impediu que o imóvel fosse a leilão para saldar dívidas; “Estou em guerra contra o Ministério da Cultura. Você não sabe na mão de quem cai o seu projeto. Pode conseguir a captação ou não. A política cultural brasileira hoje se encontra engessada por esse modelo partidário e que depende da burocracia. O fechamento dos espaços é só um sintoma disso”, lamentou

O diretor e fundador do Teatro da Cidade, Pedro Paulo Cava, explicou que o teatro foi construído em terreno cedido por uma construtora que faliu posteriormente e foi objeto de processos judiciais; O tombamento imaterial do espaço no ano passado não impediu que o imóvel fosse a leilão para saldar dívidas; “Estou em guerra contra o Ministério da Cultura. Você não sabe na mão de quem cai o seu projeto. Pode conseguir a captação ou não. A política cultural brasileira hoje se encontra engessada por esse modelo partidário e que depende da burocracia. O fechamento dos espaços é só um sintoma disso”, lamentou
O diretor e fundador do Teatro da Cidade, Pedro Paulo Cava, explicou que o teatro foi construído em terreno cedido por uma construtora que faliu posteriormente e foi objeto de processos judiciais; O tombamento imaterial do espaço no ano passado não impediu que o imóvel fosse a leilão para saldar dívidas; “Estou em guerra contra o Ministério da Cultura. Você não sabe na mão de quem cai o seu projeto. Pode conseguir a captação ou não. A política cultural brasileira hoje se encontra engessada por esse modelo partidário e que depende da burocracia. O fechamento dos espaços é só um sintoma disso”, lamentou (Foto: Luis Mauro Queiroz)


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ALMG - A precária situação financeira e a possibilidade de fechamento do Teatro da Cidade e do Teatro Kléber Junqueira, ambos em Belo Horizonte, foram tema de audiência pública realizada nesta quarta-feira (26/8/15) pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os dois espaços são mantidos por seus fundadores e, atualmente, não recebem recursos nem da Prefeitura de Belo Horizonte nem do Governo do Estado.

O diretor e fundador do Teatro da Cidade, Pedro Paulo Cava, explicou que o teatro foi construído em terreno cedido por uma construtora que faliu posteriormente e foi objeto de processos judiciais. O tombamento imaterial do espaço no ano passado não impediu que o imóvel fosse a leilão para saldar dívidas. Além disso, desde 2012 o espaço não recebe recursos do

“Estou em guerra contra o Ministério da Cultura. Você não sabe na mão de quem cai o seu projeto. Pode conseguir a captação ou não. A política cultural brasileira hoje se encontra engessada por esse modelo partidário e que depende da burocracia. O fechamento dos espaços é só um sintoma disso”, lamentou.

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Kléber Junqueira, presidente e fundador do Teatro Kléber Junqueira, falou de seu esforço pessoal na transformação de um cinema tradicional, localizado no bairro Calafate, em um teatro que comporta espetáculos com cenários de grandes proporções. Segundo ele, o teatro surgiu de um impulso artístico e agora dedica-se à formação de plateia, recebendo alunos de escolas públicas de 24 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte por meio do projeto Teatro para Todos, que tem mais de 500 mil espectadores por ano.

“Nesses 11 anos, estamos bancando sozinhos o teatro. Queríamos uma parceria efetiva, sem politicagem. Nossa política cultural foi privatizada. Nossos espetáculos estão sem patrocínio. Sinto que estamos sendo boicotados pelos burocratas”, criticou.

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A presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões (Sated-MG), Magdalena Rodrigues, lamentou a situação dos teatros e frisou que o problema deve-se ao fato de que o Ministério da Cultura está “à míngua” e de que não há uma política de fomento cultural. “Por que não criar mecanismos para fomentar a arte profissional?”, questionou.

Já o presidente do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas (Sinparc), Rômulo Duque, pontuou que vários espaços culturais da cidade, como o Teatro do Icbeu, já foram fechados, enquanto em Juiz de Fora e Ibirité novos espaços estão sendo inaugurados. “Todos nós precisamos lutar para que esses espaços fiquem abertos porque uma vez que são fechados, fica praticamente impossível reabri-los”, avaliou.

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Marco legal - O diretor de Artes Cênicas e Música da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Cássio Batista Pinheiro de Barcellos, pontuou que a Prefeitura de Belo Horizonte tem feito grandes esforços pela cultura na cidade, mas ainda há muito a ser feito, em parte porque não há um marco legal federativo que permita investimentos maiores na área.

“Gastamos R$ 15 milhões na reforma dos dois teatros municipais da cidade. Iremos inaugurar um teatro no bairro Alípio de Melo e estamos realizando diversas ações para descentralizar a cultura. No entanto, temos uma dívida centenária. Os Planos Estadual e Federal de cultura são grandes avanços, mas sem um marco legal, a coisa não irá para a frente. Se não colocarmos dinheiro público diretamente, o fechamento não só desses espaços, mas de muitos mais, será realidade”, afirmou.

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A assessora de gabinete da Secretaria Adjunta de Estado de Cultura, Cesária Alice Macedo, disse acreditar que uma gestão compartilhada seria uma solução a médio prazo. “O Plano Estadual de Cultura pode ser um caminho importante para que consigamos preservar esses espaços”, lembrou.

Parlamentares prestam solidariedade à causa

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Autora do requerimento que deu origem à audiência, a deputada Ione Pinheiro (DEM) destacou que a Comissão de Cultura já teve vitórias em causas que pareciam perdidas, como a continuidade do Teatro Klauss Viana. “É o povo que está perdendo com o fechamento desses espaços, as crianças que estão ficando órfãs de cultura. Temos de nos mobilizar em busca de uma solução. Não podemos fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo”, cobrou.

O presidente da comissão, deputado Bosco (PTdoB), falou da necessidade da valorização e resgate do patrimônio cultural diversificado de Minas Gerais. “Não temos de pensar em fechar teatros, mas sim presídios”, comparou. A vice-presidente da comissão, deputada Cristina Correia (PT), apontou o esforço dos parlamentares em incentivar a classe artística. “Temos trabalhado muito pela cultura, que tem sido marginalizada e deixada de lado pelos governantes. Podem contar conosco para que cheguemos numa solução do caso de vocês”, disse.

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Já o deputado Wander Borges (PSB) destacou o caráter transformador da cultura, que “faz com que o cidadão, mesmo que gradativamente, se transforme para melhor”, segundo ele. “É claro o descaso com a cultura no País. Os editais dificultam a captação de recursos”, completou.

Requerimentos – Na mesma reunião, a comissão aprovou dois requerimentos para a realização de audiências públicas, ambos de autoria do deputado Rogério Correia (PT). O primeiro é de reunião que terá como objetivo discutir a luta de resistência cultural dos negros por meio dos clubes de negros em Minas Gerais. O segundo é de debate para discutir a 8ª edição do Festival de Arte Negra em Belo Horizonte, o maior festival latino-americano dedicado à cultura e arte negra.

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Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).

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