Detentos fazem motim no presídio de Minas

Detentos de três pavilhões no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram um motim e queimaram colchões; a confusão ocorreu com os presos dos pavilhões 4, 5 e 6, de acordo com a PM. Representantes da OAB-MG estavam no local e informaram que os internos pedem a saída do diretor do presídio, Rodrigo Machado; os detentos e a melhora do tratamento aos familiares e aos presos; transferência de presos não é descartada

Detentos de três pavilhões no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram um motim e queimaram colchões; a confusão ocorreu com os presos dos pavilhões 4, 5 e 6, de acordo com a PM. Representantes da OAB-MG estavam no local e informaram que os internos pedem a saída do diretor do presídio, Rodrigo Machado; os detentos e a melhora do tratamento aos familiares e aos presos; transferência de presos não é descartada
Detentos de três pavilhões no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram um motim e queimaram colchões; a confusão ocorreu com os presos dos pavilhões 4, 5 e 6, de acordo com a PM. Representantes da OAB-MG estavam no local e informaram que os internos pedem a saída do diretor do presídio, Rodrigo Machado; os detentos e a melhora do tratamento aos familiares e aos presos; transferência de presos não é descartada (Foto: Leonardo Lucena)


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Minas 247 - Detentos de três pavilhões no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram um motim e queimaram colchões na noite desta segunda-feira (16). A confusão ocorreu com os presos dos pavilhões 4, 5 e 6, de acordo com a PM. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG) estavam no local e informaram que os internos pedem a saída do diretor do presídio, Rodrigo Machado. Os detentos também reivindicam a melhora do tratamento aos familiares e aos presos.

“Até a troca da direção, esse agrupamento de intervenção rápida não fazia a atuação nos pavilhões 4, 5 e 6. E agora com a troca de direção eles voltaram a fazer essa intervenção, porque entendeu o diretor ser necessário. Uma cela com seis hoje aqui está com 15 a 20. Então ele achou que era uma situação drástica, uma situação que necessitava de agrupamento de intervenção. Só que com a vinda desse agrupamento, o índice de reclamações por agressões aumentou muito. Os presos relataram para a Comissão de assuntos carcerários hoje diversos números de agressões”, contou o presidente da comissão, Fábio Piló. Seu relato foi publicado no G1.

A polícia cercou a penitenciária e homens do Batalhão de Choque entraram no presídio para controlar o tumulto. Policiais usaram bombas de efeito moral. De acordo com a PM, celas foram depredadas no pavilhão 4, mas não havia presos no pátio. “Eles atearam fogo nos colchões e jogaram esses colchões para o pátio. Após o pavilhão 4 se rebelar, o pavilhão 5 e 6 também se rebelou”, afirmou o tenente-coronel Evandro Borges.
 
Policiais militares foram encaminhados ao local por volta das 19h e, cerca de sete horas depois, a situação estava controlada, informou a corporação. Na manhã desta terça-feira (17), policiais permanecem na penitenciária. 
 
A penitenciária abriga detentos em fase final de cumprimento de penas, em regime semiaberto. Cada pavilhão tem mais de 300 presos, de acordo com o governo.

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) disse que o Grupo de Intervenção Rápida (GIR), o Comando de Operações Especiais (COPE), a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estavam na unidade para conter a confusão.

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A pasta afirmou que o diretor continuará no cargo, pois é "competente e está retomando procedimentos técnicos de segurança do presídio".

Transferências

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O advogado Fábio Piló, presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da OAB-MG, afirmou que transferências de alguns integrantes do motim podem ocorrer ainda hoje (17). A Seap não confirma. Em nota, o órgão informou que, "por razões de segurança, não fornece detalhes sobre transferências de preso".

A Seap também descarta qualquer possibilidade de vínculo entre a rebelião e ordens de grupos externos. Nas últimas semanas, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, duas das principais facções de narcotráfico do Brasil, tem promovido ou incentivado rebeliões em unidades prisionais do AmazonasRoraima e Rio Grande do Norte. No vídeo gravado, o representante dos detentos do Presídio Antônio Dutra Ladeira faz inclusive menção à situação dos demais estados. "Todas as cadeias estão ligadas", disse.

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O MPMG e a OAB-MG irão apurar as denúncias de abusos relatados pelos presos. Além disso, a OAB-MG cobra um esforço conjunto para reduzir a superlotação do sistema prisional do estado. O governo mineiro informou que em 2017 serão inauguradas quatro novas unidades, que poderão receber 1.120 detentos.

Segundo a Seap, o Presídio Antônio Dutra Ladeira tem 1.163 vagas. Por questões de segurança, o órgão não revela quantos presos há atualmente na unidade. De acordo com o advogado Fábio Piló, as celas que teriam capacidade para seis presos, atualmente estariam abrigando entre 15 e 20.

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Além da construção de novas unidades e reestruturação das já existentes, a OAB-MG pede apoio da magistratura, do MPMG e da Defensoria Pública de Minas Gerais. "Vários dos detentos do estado estão com benefícios vencidos, ou seja, já poderiam estar em um regime mais benéfico e não estão. Além disso, o nosso sistema prisional está com 50% de presos provisórios, o que é um absurdo. São pessoas que não tiveram uma sentença condenatória e estão aguardando presas, sendo que existe no Código do Processo Penal medidas alternativas à prisão", diz Piló.

A demissão de agentes penitenciários também é outra preocupação da OAB-MG. O governo de Minas Gerais não renovou os contratos de funcionários que ocupavam a função sem terem sido aprovados em concurso público. O estado passa por uma grave crise econômica e decretou calamidade financeira no mês passado.

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Segundo Fábio Piló, o sistema prisional mineiro conta com 6 mil servidores a menos do que seria necessário. Com a dispensa dos contratados, o Presídio Antônio Dutra ficaria com aproximadamente 490 agentes penitenciários efetivos, quando o ideal seria 640. "Temos pessoas que trabalharam nesta função há 20 anos e ficaram desempregadas. E elas sofrem um preconceito para se reposicionarem no mercado, por terem sido agentes penitenciários", disse o advogado.

*Matéria atualizada às 14h13 (horário de Brasília)

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