Mentor intelectual do aecismo é Anastasia

As gravações da JBS levaram o Brasil a descobrir perplexo que um grupo criminoso – que tem Aécio Neves como sua personalidade pública mais conhecida – quase chegou à presidência república via eleições democráticas; núcleo do grupo aecista era uma verdadeira tropa de choque e um de seus dois chefes mais importantes e principal mentor intelectual é o senador Antonio Anastasia, atual candidato a governador de Minas Gerais; veja como o grupo comandado por Aécio e Anastasia quase conquistou o Brasil, a partir de Minas Gerais

As gravações da JBS levaram o Brasil a descobrir perplexo que um grupo criminoso – que tem Aécio Neves como sua personalidade pública mais conhecida – quase chegou à presidência república via eleições democráticas; núcleo do grupo aecista era uma verdadeira tropa de choque e um de seus dois chefes mais importantes e principal mentor intelectual é o senador Antonio Anastasia, atual candidato a governador de Minas Gerais; veja como o grupo comandado por Aécio e Anastasia quase conquistou o Brasil, a partir de Minas Gerais
As gravações da JBS levaram o Brasil a descobrir perplexo que um grupo criminoso – que tem Aécio Neves como sua personalidade pública mais conhecida – quase chegou à presidência república via eleições democráticas; núcleo do grupo aecista era uma verdadeira tropa de choque e um de seus dois chefes mais importantes e principal mentor intelectual é o senador Antonio Anastasia, atual candidato a governador de Minas Gerais; veja como o grupo comandado por Aécio e Anastasia quase conquistou o Brasil, a partir de Minas Gerais (Foto: Aquiles Lins)


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Minas 247 - As gravações da JBS levaram o Brasil a descobrir perplexo que um grupo criminoso – que tem Aécio Neves como sua personalidade pública mais conhecida – quase chegou à presidência república via eleições democráticas. Porém, se o "Mineirinho" da lista de propinas da Odebrecht e sua irmã são as figuras mais conhecidas do grupo, de forma alguma eles atuaram sozinhos. O núcleo do grupo aecista era uma verdadeira tropa de choque e um de seus dois chefes mais importantes e principal mentor intelectual é o senador Antonio Anastasia, atual candidato a governador de Minas Gerais. Veja como o grupo comandado por Aécio e Anastasia quase conquistou o Brasil, a partir de Minas Gerais.

Aécio Neves quase chegou à presidência da república, como a "esperança branca" das elites do Brasil – como se dizia nos Estados Unidos dos lutadores brancos, que pretendiam interromper a hegemonia dos pugilistas negros. No Brasil, o neto de Tancredo Neves, para quem foi construída cuidadosamente uma imagem de político jovem, bonitão, honesto, sério, preparado e bom gestor era a esperança dos neoliberais, agiotas e banqueiros, derrotados sucessivamente pela esquerda nas eleições presidenciais, que elegeram primeiro Lula e depois Dilma.

Grande parte dos brasileiros, que foi enganada, descobre agora quando o "Mineirinho" da lista de propinas da Odebrecht é declarado réu pelo STF; que além de artificial, a imagem construída para o atual senador por Minas Gerais também é na sua quase totalidade falsa. Se Aécio pode ser considerado relativamente jovem, para a política, e um bonitão típico da classe alta brasileira, ele não é honesto, nem sério, muito menos preparado e como gestor não passa de um enganador.

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O senador que virou réu chegou tão longe, a ponto de quase ser o presidente do Brasil, impulsionado por uma farsa, que começou a ser construída quando ele foi deputado federal e chegou a presidente da Câmara Federal – período em que se especializou em lidar com os negocinhos do "toma-lá-dá-cá" do baixo clero. Entretanto a sua imagem nacional foi arquitetada e produzida, principalmente, a partir do momento em que Aécio Neves arrebata o governo de Minas Gerais.

Mas ele próprio talvez seja a pessoa menos responsável pela construção de sua imagem e do projeto residencial do seu grupo.

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A figura mais conhecida do comando da quadrilha aecista é a sua irmã, Andréa Neves, também acusada de corrupção, tendo inclusive passado uma temporada na penitenciária de mulheres de Belo Horizonte. Porém, a irmã não passa de uma operadora. O verdadeiro mentor intelectual dos crimes da quadrilha é o atual senador Antônio Anastasia.

Anastasia é o mentor intelectual dos aecistas

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O senador Antônio Anastasia, conhecido na lista de propinas da Odebrecht como "Dengo", já apareceu entre os acusados da Lavajato, no depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. O policial é denunciado pelo Ministério Público Federal na Operação Lavajato por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção e desvios na Petrobrás. Careca afirmou que em 2010 entregou R$ 1 milhão ao então candidato a governador Anastasia a mando do doleiro Alberto Youssef.

Na declaração, Careca relata que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que o doleiro tinha dito que o destinatário era Anastasia, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. O depoimento que faz menção ao tucano, que em 2010 foi reeleito governador de Minas Gerais, foi feito em 18 de novembro de 2015.

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Apesar do seu envolvimento e de ter sido o "braço direito" de Aécio em todos os anos em que a quadrilha dominou o governo mineiro, Anastasia vem conseguindo preservar a sua imagem, como político sério, preparado e honrado. É uma imagem também falsa, como a do Mineirinho da Odebrecht.

Sem o conhecimento das lacunas nas leis e dos subterrâneos da gestão pública, as especialidades de Anastasia, o grupo aecista jamais teria conseguido realizar a pilhagem de dimensões épicas, que foi levada a cabo em Minas Gerais e acabou por deixar o estado em dificílima situação financeira.

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Raio x da tropa de choque comandada por Aécio e Anastasia

O grupo aecista operava de maneira semelhante à "tropa de choque" que o finado ex-senador Antônio Carlos Magalhães, o ACM, tinha na Bahia. Por isso, o deputado estadual mineiro Sávio Souza Cruz (MDB), um dos mais ferrenhos adversários do propinoduto aecista, apelidou o então governador de "Aecinho Malvadeza".

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Se o Brasil somente começou a perceber a falcatrua que era essa imagem cuidadosamente construída de Aécio, após o aparecimento das gravações da JBS, para os mineiros "a ficha já tinha caído", a muito tempo. O "Mineirinho" perdeu a eleição para presidente em Minas. Se ele não tivesse sido derrotado no estado, seria o presidente da República.

Na época das últimas eleições presidenciais, as pessoas percebiam em Minas Gerais que os dois governos do Aécio, de 2003 a 2010 (quando Anastasia coordenava os secretários estaduais e toda a gestão do estado, como uma espécie de primeiro ministro), e na gestão do próprio Anastasia, de 2011 a 2014, eram um fracasso, apesar de toda a blindagem.

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Anastasia foi peça central no comando dessa engrenagem, montada para enganar os eleitores e roubar o erário mineiro. Ele foi o inventor do "choque de gestão", leia-se: administração falsamente moderna, selvagemente neoliberal, que "enxugou" o Estado e liquidou a Educação, a Saúde e a Segurança Pública. Em 2015, ao tomar posse, o governador Fernando Pimentel assumiu um Estado completamente quebrado, endividado, sem recurso para investir.

Esse é o resultado dos governos do PSDB em Minas, comandado por Antônio Anastasia. Ele mantinha o controle absoluto sobre as licitações, os contratos, as estatais e as finanças do estado. Nenhuma concorrência importante acontecia sem o seu conhecimento, assim como estavam sob a sua estreita supervisão todas as decisões relativas às empresas estatais mineiras e aos vultosos empréstimos de bancos internacionais em moedas fortes, que foram contratados pelo governo mineiro no período aecista.

O papel de Andréa Neves era o de manter a mídia mineira sob suas mãos de ferro, para esconder as falcatruas e passar a ilusão de um governo competente. Ela é conhecida como a "Goebbels" das Alterosas, mas não passava de uma operadora, que trabalhava para "dourar a pílula" dos planos desenvolvidos por Anastasia.

Outro operador importante era o então deputado Danilo de Castro: por enquanto está aparecendo pouco, mas era o secretário de governo; fazia as articulações com deputados, Judiciário e Ministério Público. Danilo de Castro, que recheava a base aliada de emendas, favores. Como Aécio tinha ampla maioria, ele não permitia que se criasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Mesmo singelos requerimentos para pedir notícias, esclarecimentos, dados – por exemplo, sobre o volume de recursos publicitários aprovados para a Rádio Arco-Íris – não eram aprovados. E quando aprovados, a presidência da Assembleia Legislativa não encaminhava e eles eram arquivados.

Frederico Pacheco de Medeiros: Homem de confiança de Aécio na Cemig, onde foi diretor de 2011 a 2015. Articulador da venda de 1/3 das ações da estatal mineira à empreiteira Andrade Gutierrez, Fred foi ainda coordenador financeiro da campanha de Aécio à presidência da República em 2014. Assim como Andrea, passou uma temporada preso.

Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho: presidiu a Codemig e sua equipe que arrecadava o dinheiro de propina da Cidade Administrativa. Em 2014, Aécio cruzou o Brasil em campanha a bordo do jatinho particular do Oswaldinho. Muita coisa ainda vai aparecer sobre ele, que pode ser preso.

Esse grupo, comandado por Anastasia expandiu sua influencia também sobre o aparelho judicial mineiro. Entre os procuradores-gerais de Justiça, o pior foi o Alceu José Torres Marques, que ficou lá 2009 a 2012. Era o arquivador. Se fosse contra o Aécio, matava imediatamente o assunto.

Torres Marques tirou da mão do promotor João Medeiros o processo da Rádio Arco-Íris, de propriedade na família Neves, que investigava enormes desvios de verbas de publicidade e arquivou. O promotor recorreu ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que não lhe deu ouvidos, porque lá também o aecismo tem voz predominante. No Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), desde Itamar Franco, tinha um primo do Aécio chamado Tolentino que arrumava as coisas para os tucanos lá.

Com recursos de Minas, os aecistas tentaram conquistar o Brasil

A partir da forte base em Minas Gerais, o grupo aecista passou a ter também forte influencia no PSDB nacional. Eles montaram um esquema tão forte aqui que conseguiram sobrepor-se ao PSDB de São Paulo. O grupo comandado por Anastasia conseguiu avançar para um esquema nacional de muita proteção. Os aecistas fizeram isso com o dinheiro desviado do patrimônio mineiro. Se esse sistema de proteção fosse só em Minas, ele não teria ido tão longe, garante o deputado estadual Rogério Correia em entrevista para o Viomundo.

A atuação do senador Anastasia no impeachment forjado da presidente Dilma é bem conhecida. Mas, o que poucos sabem é que o chefe do esquema aecista continua operando para prejudicar Minas Gerais, seja por omissão ou por interesses inconfessáveis.

Anastasia se omite em todas as questões relevantes para Minas Gerais. Um exemplo é a tentativa do governo mineiro de suavizar a difícil situação financeira do estado, através da antecipação dos recebíveis do, via de operações bancárias – a chamada securitização. Dessa forma, Minas Gerais faria caixa para manter o governo em funcionamento, podendo atender à população.

Ao invés de ajudar, pressionando também o congresso nacional, para evitar o sacrifício de milhares de famílias, o grupo ligado a Anastasia mantém as velhas práticas mesquinhas e prefere inviabilizar o plano de trocar as receitas prováveis futuras por dinheiro imediato.

Outra amostra das omissões do senador Anastasia, com relação a Minas Gerais, foi a derrota do Projeto de Lei que incluía mais 76 municípios de Minas Gerais na Sudene. Anastasia nem mesmo esteve presente na sessão que votou a proposta, importantíssima para a economia mineira. A derrota de Minas Gerais no senado contrasta com a importante conquista governador, que conseguiu impedir em Recife a retirada de 50 cidades mineiras da área do semiárido.

Talvez, para fugir do tiroteio, que pode atingir seu nome, Anastasia se omite dos intensos debates políticos que estão acontecendo no Brasil. Recentemente ele viajou para a Europa, onde ficou 11 dias e na volta foi imediatamente para o Japão. A impressão é que Minas Gerais e muito menos o Brasil interessam ao senador.

Enquanto prejudica Minas, Anastasia manobra para salvar os seus

O senador Anastasia só não parece ser omisso, quando o assunto é blindar a si próprio e outros políticos amigos da punição por prática de corrupção. Já está na mesa de Michel Temer, para sanção, um polêmico projeto de lei de autoria do senador mineiro.

Conhecedor a fundo dos labirintos jurídicos, que podem beneficiar os corruptos, Anastasia propõe no seu projeto artigos, que na prática eliminam a possibilidade de processar governantes por mal feitos.

Um dos trechos mais criticados do projeto é um artigo que permite a um gestor público propor à Justiça uma ação para declarar a validade de um ato ou de um contrato. A sentença nessa ação teria validade definitiva e poderia "blindar" o ato contra futuros questionamentos na Justiça ou administrativamente.

Outro ponto polêmico é que dá direito ao gestor acusado de ter a defesa custeada pelo Estado. Se a eventual condenação for confirmada, caberia ao gestor restituir, ao final, os valores gastos com sua defesa.

Ao que parece, Anastasia estava bastante preocupado com o seu futuro, quando concebeu essa mudança na legislação.

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