Para Dora, mensalão mineiro é diferente

Segundo ela, casos diferem porque Eduardo Azeredo perdeu a eleição e não pôde implementar compra de votos; ela se esquece, no entanto, de que o esquema foi montado quando Azeredo já era governador e não menciona que três estatais abasteceram o valerioduto

Para Dora, mensalão mineiro é diferente
Para Dora, mensalão mineiro é diferente


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247 Colunista do Estado de S. Paulo, a jornalista Dora Kramer argumenta que o mensalão mineiro (e tucano) é diferente do petista porque Eduardo Azeredo perdeu a tentativa de reeleição, em 1998, e não pôde implementar um esquema de compra de votos. Dora se esquece, no entanto, de que o esquema foi montado quando Azeredo era governador e foi abastecido com recursos das estatais Copasa, Comig e Bemge, segundo salientou o próprio ministro Joaquim Barbosa, ao receber a denúncia. Leia um trecho da coluna de Dora desta terça-feira:

Duas medidas. Quando começar o julgamento do processo em que o tucano Eduardo Azeredo figura como beneficiário de esquema de financiamento ilegal de campanha,haverá gritaria e confusão.

O Supremo Tribunal Federal será cobrado por mercadoria que não pode entregar: isonomia total em relação ao julgamento de agora.

Há o traço base de união entre os dois casos: Marcos Valério Fernandes de Souza no papel de operador de arrecadações públicas e privadas em troca de trânsito livre ao tráfico de influência.

Valério fez primeiro para Eduardo Azeredo na tentativa frustrada da reeleição ao governo de Minas, em 1998. Eleição perdida, os ilícitos ficaram restritos à campanha.

Talvez se tivesse vencido Valério usasse as mesmas companhias para implantar em Minas e que viria a executar sete anos depois no plano federal.

Com a derrota, não se materializou esquema de compra de apoio parlamentar ao Executivo nem foram gerados os conflitos que em 2005 levariam Roberto Jefferson a quebrar a lei da Omertà e denunciar a existência da organização ora condenada como criminosa.

Quando se reclama da demora no julgamento do “mensalão mineiro” não se leva em conta que só foi descoberto muito depois, já nomeio do escândalo capitaneado pelo PT.

A despeito das diferenças, quando o caso for julgado os tucanos não correrão o risco de ir para a cadeia, mas não escaparão de responder pela proteção dada a Azeredo, na época da descoberta senador e presidente do PSDB.

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