Ministros fecham acordo histórico na OMC

Primeiro acordo em 20 anos acertado na madrugada deste sábado na Organização Mundial do Comércio começou a tomar forma depois que EUA e Índia superaram suas diferenças; pacote inclui apenas algumas temas da Rodada de Doha, mas traz de volta a credibilidade do órgão, comandado pelo brasileiro Roberto Azevêdo, que se emocionou em Bali, na Indonésia, após o entendimento; estimativas são de que o resultado traga um incremento de US$ 1 trilhão no comércio global

Primeiro acordo em 20 anos acertado na madrugada deste sábado na Organização Mundial do Comércio começou a tomar forma depois que EUA e Índia superaram suas diferenças; pacote inclui apenas algumas temas da Rodada de Doha, mas traz de volta a credibilidade do órgão, comandado pelo brasileiro Roberto Azevêdo, que se emocionou em Bali, na Indonésia, após o entendimento; estimativas são de que o resultado traga um incremento de US$ 1 trilhão no comércio global
Primeiro acordo em 20 anos acertado na madrugada deste sábado na Organização Mundial do Comércio começou a tomar forma depois que EUA e Índia superaram suas diferenças; pacote inclui apenas algumas temas da Rodada de Doha, mas traz de volta a credibilidade do órgão, comandado pelo brasileiro Roberto Azevêdo, que se emocionou em Bali, na Indonésia, após o entendimento; estimativas são de que o resultado traga um incremento de US$ 1 trilhão no comércio global (Foto: Gisele Federicce)


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247 – A Organização Mundial do Comércio (OMC) fechou um acordo histórico na madrugada deste sábado 7, em Bali, na Indonésia. O pacote traz apenas algumas questões da Rodada de Doha, mas traz de volta a credibilidade ao órgão que discute as práticas comerciais no mundo.

O presidente da organização, o brasileiro Roberto Azevêdo, chegou a se emocionar depois de acertado o entendimento. "É um acordo ambicioso. Se não fosse, não teria sido tão difícil de fechar", declarou o dirigente à Folha de S.Paulo.

O acordo correu o risco de ser naufragado depois que Cuba, apoiada por Venezuela, Bolívia e Nicarágua, se recusaram a assinar até o último minuto. A ilha comandada por Raul Castro discordava em apoiar um acordo para facilitar o comércio enquanto ainda é alvo de embargo dos norte-americanos.

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De acordo com as estimativas, o resultado pode gerar um incremento de US$ 1 trilhão no comércio mundial. O pacote está voltado principalmente para três temas: desburocratização do comércio, agricultura e promoção do desenvolvimento dos países pobres.

Leia abaixo noticiário da Reuters sobre o acordo:

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OMC supera problema de última hora e fecha primeiro trato comercial global

Por Randy Fabi

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NUSA DUA, Indonésia, 7 Dez (Reuters) - A Organização Mundial do Comércio (OMC) chegou ao seu primeiro acordo de reforma do comércio neste sábado com a barulhenta aprovação de quase 160 ministros que se reuniram na ilha indonésia de Bali para decidir sobre o acordo que pode injetar 1 trilhão de dólares na economia global.

A aprovação veio depois que Cuba desistiu de uma ameaça de última hora de vetar o pacote de medidas.

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"Pela primeira vez em nossa história, a OMC verdadeiramente realizou", disse o chefe da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, a ministros exaustos que participaram de um dia extra de negociações na ilha tropical.

"Dessa vez todos os membros se uniram. Colocamos de volta a palavra 'mundial' em Organização Mundial do Comércio", disse. "Estamos de volta ao trabalho... Bali é só o começo."

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As negociações iniciadas na terça-feira quase fracassaram no último minuto, quando Cuba repentinamente se recusou a aceitar um acordo que não ajudasse a abrir o embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha, o que forçou as negociações a se arrastarem pela manhã de sábado.

Cuba posteriormente concordou em realizar um acordo com os Estados Unidos.

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Ainda assim havia ceticismo com o acordo fechado na Indonésia.

"Além da burocracia sobre uma séria disputa na área de segurança alimentar, se avançou pouco em Bali", disse Simon Evenett, professor de comércio internacional na Universidade de St. Gallen, na Suíça. "Lidar com a rixa em torno da segurança alimentar absorveu o oxigênio do restante das negociações", acrescentou.

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As negociações começaram sob nuvens por conta de uma insistência da Índia de que só apoiaria um acordo se houvesse um acerto na questão dos subsídios aos alimentos, por causa de seu gigantesco programa de estocagem de comida para alimentar os pobres.

A Índia, que terá eleições no ano que vem, foi elogiada domesticamente por tomar um posição em favor dos pobres do mundo.

Um eventual acordo foi recebido com júbilo pelo ministro do Comércio, Anand Sharma. Embora a Índia insistisse em exceções permanentes às regras da OMC, o texto final teve o objetivo de recomendar uma solução permanente em quatro anos.

Mas o acordo é um marco para os 159 membros da OMC, representando o primeiro pacto comercial global da entidade desde sua criação em 1995.

Também resgata a entidade da beira do fracasso e vai gerar confiança na capacidade de reduzir as barreiras ao comércio em todo o mundo, depois de 12 anos de negociações sem sucesso.

O acordo vai reduzir barreiras comerciais e acelerar a passagem de produtos pelas alfândegas. Analistas estimam que ao longo do tempo ele pode impulsionar a economia mundial em centenas de bilhões de dólares e criar mais de 20 milhões de empregos, a maioria deles em países em desenvolvimento.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelos governos de cada um dos membros.

"É bom tanto para os membros desenvolvidos quanto para os em desenvolvimento", disse o representante comercial dos Estados Unidos, Michael Froman.

(Reportagem adicional de Tom Miles em Genebra)

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