Argentina entra em default pela 2ª vez em 12 anos

Mesmo um curto default elevará os custos de financiamento das empresas, aumentará as pressões sobre o peso, drenará recursos das reservas internacionais e alimentará uma das taxas de inflação mais altas do mundo. Quanto o país sofrerá com o default dependerá da rapidez com que a Casa Rosada conseguirá encontrar uma saída para o problema

Mesmo um curto default elevará os custos de financiamento das empresas, aumentará as pressões sobre o peso, drenará recursos das reservas internacionais e alimentará uma das taxas de inflação mais altas do mundo. Quanto o país sofrerá com o default dependerá da rapidez com que a Casa Rosada conseguirá encontrar uma saída para o problema
Mesmo um curto default elevará os custos de financiamento das empresas, aumentará as pressões sobre o peso, drenará recursos das reservas internacionais e alimentará uma das taxas de inflação mais altas do mundo. Quanto o país sofrerá com o default dependerá da rapidez com que a Casa Rosada conseguirá encontrar uma saída para o problema (Foto: Gisele Federicce)


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Por Sarah Marsh

BEUNOS AIRES (Reuters) - A Argentina entrou em default pela segunda vez em 12 anos depois que acabaram as esperanças de um acordo de última hora com os credores chamados de "holdouts", preparando o caminho para que os preços de ações e bônus argentinos desabem nesta quinta-feira e aumentando as chances de que a recessão seja ainda mais forte neste ano.

Depois de sete horas de reuniões em Nova York, o ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, disse que os credores "holdouts" --liderados pelos fundos NML e Aurelius-- rejeitaram de novo a oferta de aderirem à troca com as mesmas condições que os credores reestruturados.

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Kicillof acrescentou que tampouco aceitaram o pedido da Argentina para que peçam à Justiça que suspenda a ordem que impede ao país pagar sua dívida externa se não fizer o mesmo com os "holdouts".

"Oferecemos a eles que entrassem em uma troca imediatamente, mas querem ganhos muito maiores se puderem obtê-los. O que queriam era algo impossível para o Estado", disse o ministro em entrevista à imprensa no consulado argentino em Nova York.

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O mediador judicial Daniel Pollack, que intercedeu nas cinco reuniões realizadas pelas duas partes desde o início do mês, afirmou em comunicado: "A República da Argentina iminentemente estará em default".

"Não é uma mera condição técnica, mas um evento real e doloroso que prejudicará o povo", afirmou. "O cidadão comum argentino será a vítima real e final."

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Mesmo um curto default elevará os custos de financiamento das empresas, aumentará as pressões sobre o peso, drenará recursos das reservas internacionais e alimentará uma das taxas de inflação mais altas do mundo.

"Vai complicar a vida para empresas como a YPF, que vão buscar financiamento no exterior", disse o ex-presidente do banco central argentino Camilo Tiscornia. A empresa energética controlada pelo Estado YPF precisa de recursos para desenvolver a formação de xisto de Vaca Muerta.

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A Argentina buscou em vão uma suspensão de última hora da decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa ordenando o pagamento de 1,33 bilhão de dólares mais juros aos credores "holdouts". Griesa decidiu que a Argentina não podia pagar sua dívida reestruturada sem pagar os "holdouts" ao mesmo tempo.

"Este é um default muito particular, não existe um problema de solvência, e tudo depende da rapidez com que isso será resolvido", disse o analista Mauro Roca, do Goldman Sachs.

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Mesmo grave, a situação está muito longe do caos que aconteceu após o colapso econômico do país em 2001-2001, quando a economia afundou com um governo em bancarrota, e milhões de argentinos perderam seus empregos.

Desta vez o governo é solvente. Quanto o país sofrerá com o default dependerá da rapidez com que a Casa Rosada conseguirá encontrar uma saída para o problema.

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(Reportagem adicional de Richard Lough e Eliana Raszewski)

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