Sobel: "Netanyahu faz mal para Israel"

Rabino Henry Sobel critica a posição do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no conflito em Gaza e diz não concordar em assistir passivamente a morte dos civis: "É preciso negociar, negociar. Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança"; coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre  

Rabino Henry Sobel critica a posição do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no conflito em Gaza e diz não concordar em assistir passivamente a morte dos civis: "É preciso negociar, negociar. Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança"; coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre
 
Rabino Henry Sobel critica a posição do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu no conflito em Gaza e diz não concordar em assistir passivamente a morte dos civis: "É preciso negociar, negociar. Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança"; coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre   (Foto: Roberta Namour)


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247 – O rabino Henry Sobel, em documentário exibido pela TV Cultura, criticou a posição de Israel no conflito em Gaza e a falta de diálogo: "O Oriente Médio precisa é acabar com o fundamentalismo, o pensamento religioso radical que está predominando na região. É preciso negociar, negociar. Uma criança não é palestina ou israelense. Uma criança é uma criança".

Ele afirma que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu faz mal para Israel. “Mas felizmente o Estado é maior do que sua pessoa, não podemos confundir o Estado com o governo."

Afirma não concordar em assistir passivamente a morte dos civis em Gaza. Os ataques vitimaram quase 1.900 pessoas em Gaza. Por outro lado, afirma que o exército israelense tem o direito de se defender dos foguetes do Hamas. “Pode até se questionar a dimensão desta defesa, mas o direito a ela não pode ser questionado", diz.

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Ele também critica a presidente Dilma Rousseff por não ter expressado também sua posição sobre os ataques terroristas do Hamas." "O Hamas tem falhado, o governo de Israel tem falhado e o Itamaraty falhou", concluiu (leia aqui na coluna de Mônica Bergamo).

Coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e presidente emérito do Instituto Ethos e idealizador do Fórum Social Mundial, Oded Grajew também cobra responsabilidade de Israel no massacre. Leia aqui:

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A responsabilidade de Israel

Nasci em Tel Aviv em 1944, de mãe e pai judeus, cuja família foi praticamente exterminada pelos nazistas. Vivo há anos no Brasil, país que deveria ser valorizado pelo exemplo de convivência harmoniosa, não só entre árabes e judeus, mas entre comunidades de diversas origens religiosas e nacionais.

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Nos primeiros anos do Estado de Israel (criado em 1948), os kibutzim –cooperativas onde ninguém acumula bens pessoais e todos compartilham da mesma forma os deveres e os benefícios da comunidade e tudo é decidido coletivamente– foram a base da atividade econômica nos territórios do novo país.

Lembro-me que a vida era difícil, mas havia um enorme espírito de solidariedade entre as pessoas e as famílias. Meus pais dividiam um pequeno apartamento (onde nasci) com um casal de amigos e sempre me falaram que foram os anos mais felizes de suas vidas. Foi uma infância muito feliz para mim também.

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Hoje Israel tem uma economia capitalista que gerou muita riqueza (o país tem uma das maiores renda per capita do mundo), mas, ao mesmo tempo, muita desigualdade. A competição passou a ser a cultura dominante e os poucos kibutzim que sobraram são compostos basicamente por pessoas que escolheram um modo de vida mais solidário e menos materialista.

Um dos meus maiores sonhos é presenciar a paz entre Israel, os palestinos e os países árabes. Infelizmente o novo conflito, de trágicas consequências humanas, torna esse sonho ainda distante. De novo, cada lado joga a culpa no outro. Todos são responsáveis, mas considero que a responsabilidade de Israel é maior, não por querer questionar as inúmeras justificativas que usa para defender suas ações, mas pelo fato de ser o mais forte.

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Israel é de longe o país mais forte militarmente e economicamente da região e tem como aliado incondicional os Estados Unidos, a maior potência mundial. O mais forte, em qualquer circunstância, deveria ter maior responsabilidade.

A contrapartida do poder é a responsabilidade. É assim com os adultos que deveriam ter muita responsabilidade com as crianças (suas e dos outros), os ricos em relação às pessoas mais pobres e carentes, a sociedade em relação aos idosos, os países prósperos e fortes em relação aos mais vulneráveis, os políticos com seu povo. É dessa forma que se pratica a solidariedade, a justiça e os mandamentos do judaísmo, cristianismo e islamismo.

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O mais forte deveria ser exemplar, servir de referência e ser o mais solidário, ousado e generoso. O mais forte, em nenhuma circunstância, deveria usar a sua força para agredir e destruir o mais fraco, mesmo quando agredido. Não quero entrar na discussão interminável e inútil de quem tem mais razão. A que tem servido a lógica do olho por olho, reagir à violência com mais violência? Apenas para alimentar o ódio, gerar matanças e inviabilizar a paz.

Israel, o país mais poderoso da região, poderia recuperar os ideais e o espírito de solidariedade e generosidade de seus primeiros anos. Assim teria a grandeza de quebrar o inútil ciclo da violência e não usar toda a sua força e seu poder para matar e destruir, mas para se empenhar tenazmente, para perseguir até obter a paz na região.

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