Suécia mantém prisão e Equador estende asilo a Julian Assange

Acusação de delitos sexuais contra o fundador do WikiLeaks, que está na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, foi mantida pela Justiça sueca; governo equatoriano se ofereceu para encontrar uma solução rápida para o caso

WikiLeaks founder Julian Assange gestures during a news conference at the Ecuadorian embassy in central London August 18, 2014. REUTERS/John Stillwell/pool
WikiLeaks founder Julian Assange gestures during a news conference at the Ecuadorian embassy in central London August 18, 2014. REUTERS/John Stillwell/pool (Foto: Gisele Federicce)


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Opera Mundi - O governo do Equador ratificou nesta sexta-feira (21/11) a decisão de manter "pelo tempo que for necessário" o asilo diplomático ao fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, após a decisão da Justiça sueca de manter a ordem de prisão contra ele por supostos delitos sexuais. Assange goza de proteção na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012.

"Fiel a sua longa tradição de defesa dos direitos humanos, e em particular aos das vítimas de perseguição política, o Equador ratifica seu compromisso de proteger a liberdade e a vida do cidadão Julian Assange", afirma um comunicado do Ministério de Relações Exteriores.

Além disso, o governo equatoriano "reitera seu oferecimento de cooperação judicial ao Reino da Suécia, para conseguir uma rápida solução ao caso".

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Em declarações concedidas em coletiva de imprensa, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, disse esperar que "haja um maior nível de diálogo com o novo governo socialdemocrata sueco".

O posicionamento equatoriano foi tomado um dia após o tribunal de apelação de Estocolmo confirmar, na última quinta-feira (20/11), a ordem de prisão contra Assange, que pedia anulação da sentença.

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"Não há razão para anular a detenção unicamente porque Assange está em uma embaixada e a ordem de detenção não pode ser aplicada, no momento", disse o tribunal de apelação de Svea, em Estocolmo, que ressaltou o "importante risco de fuga" do australiano.

O australiano pediu reiteradas vezes para ser interrogado no Reino Unido. Posição que foi ratificada pela embaixada equatoriana: "o Equador mantém seu convite a que funcionários suecos visitem sua embaixada em Londres para que tomem o depoimento de Julian Assange ou utilizem meios de videoconferência para isso".

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"Ambas as possibilidades estão contempladas de forma explícita na legislação processual vigente na Suécia e na União Europeia", esclarece o comunicado, no qual Equador expressa também "sua confiança em reabrir com prontidão os canais de diálogo político no mais alto nível com o governo da Suécia, o que permitirá abordar de maneira franca e construtiva o caso em questão".

Em agosto, quando completou dois anos na embaixada, Assange afirmou que sairia "da embaixada do Equador logo, mas não pelas razões que vocês imaginam, nem pelas quais indicam os meios de comunicação". À época, ele não deu detalhes de como seria essa saída, nem se ele se entregaria às autoridades do Reino Unido por razões de saúde, como informara a imprensa britânica.

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Asilo no Equador

Assange se refugiou na embaixada equatoriana da capital britânica em 19 de junho de 2012. O asilo foi concedido diante do "temor de perseguição política motivada por suas ações como jornalista". Ele teme que, ao chegar à Suécia, o governo dos Estados Unidos solicite sua extradição, onde seria julgado por ter filtrado milhares de documentos diplomáticos secretos que provocaram tensões com diversos países do mundo.

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Apesar de o australiano contar com a proteção do governo de Rafael Correa, Londres se nega a dar-lhe um salvo-conduto diplomático o que permitiria a saída de Assange da embaixada para ir a Quito.

O ativista é acusado de ter estuprado duas mulheres suecas, motivo pelo qual a Suécia reivindica a extradição ao Reino Unido. Assange nega as acusações.

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Até o momento, os Estados Unidos não têm nenhum processo aberto contra ele.

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