Taliban mata mais de 100 crianças no Paquistão

Ao menos 126 pessoas, a maioria crianças, foram mortas nesta terça-feira quando homens armados do Taliban invadiram uma escola em Peshawar, no Paquistão, fazendo centenas de estudantes reféns, no mais sangrento ataque rebelde dos últimos anos no país; muitos alunos foram executados com tiros na cabeça, segundo o ministro provincial da Informação, Mushtaq Ghani

Familiares de um estudante, que foi ferido por ataque do Taliban a uma escola de Peshawar. 16/2/2014  REUTERS/Fayaz Aziz
Familiares de um estudante, que foi ferido por ataque do Taliban a uma escola de Peshawar. 16/2/2014 REUTERS/Fayaz Aziz (Foto: Gisele Federicce)


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Por Jibran Ahmad

PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - Ao menos 126 pessoas, a maioria crianças, foram mortas nesta terça-feira quando homens armados do Taliban invadiram uma escola em Peshawar, no Paquistão, fazendo centenas de estudantes reféns, no mais sangrento ataque rebelde dos últimos anos no país.

Tropas cercaram o prédio e uma operação de resgate das crianças ainda presas no interior da escola estava em curso, disse o Exército.

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Após horas de cerco, puderam ser ouvidas três explosões no interior da escola gerida pelos militares, e um jornalista da Reuters no local afirmou ter ouvido tiroteio intenso.

Na parte externa, enquanto helicópteros sobrevoavam, a polícia se empenhava em conter grupos de pais desesperados que tentavam ultrapassar o cordão de isolamento e entrar na escola.

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Bahramand Khan, diretor de informação para o gabinete regional do ministro-chefe, disse que ao menos 126 pessoas morreram e 122 ficaram feridas.

"Pode aumentar", disse ele, acrescentando que mais de 100 entre os mortos eram estudantes. Um hospital local disse que os mortos e feridos atendidos tinham entre 10 e 20 anos de idade.

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O movimento radical Taliban assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque.

"Escolhemos a escola do Exército para o ataque porque o governo está alvejando nossas famílias e mulheres", disse o porta-voz do Taliban Muhammad Umar Khorasani. "Queremos que eles sintam a dor."

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Não ficou claro se algumas ou todas as crianças foram mortas pelos homens armados e homens-bomba ou no confronto subsequente com as forças de segurança paquistanesa que tentavam recuperar o controle do prédio.

REFÉNS AINDA NO INTERIOR

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Algumas crianças ainda estavam sendo mantidas reféns na escola, disse uma autoridade provincial, falando cerca de três horas após o início do cerco.

O Taliban paquistanês, que luta para derrubar o governo e estabelecer um rígido regime islâmico, tem prometido intensificar os ataques em resposta a grandes operações conduzidas pelo Exército contra insurgentes em áreas tribais.

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Os insurgentes têm atacado forças de segurança, postos de controle, bases militares e aeroportos, mas atentados contra alvos civis sem qualquer importância logística são relativamente raros.

Em setembro de 2013, dezenas de pessoas, incluindo muitas crianças, foram mortas em um ataque contra uma igreja, também em Peshawar, cidade extensa e violenta perto da fronteira com o Afeganistão.

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Com a operação de resgate em curso, a situação continuava em andamento, com relatos conflitantes sobre o que de fato acontecia dentro da escola.

"Um médico do Exército estava nos visitando e nos ensinando sobre primeiros socorros quando os homens vieram por trás da nossa escola e começaram a atirar", disse um estudante a TV paquistanesa Dunya.

"Nossos professores trancaram a porta e nós nos deitamos no chão, mas eles (os militantes) arrombaram a porta. Inicialmente eles atiraram no ar e depois começaram a matar os estudantes, mas de repente saíram do corredor", acrescentou."Eles tinham barbas longas, usavam shalwar kameez (largas vestimentas tradicionais) e falavam árabe."

O Exército disse que cinco militantes do Taliban foram mortos e que estavam em busca dos restantes. O Taliban disse antes que seis homens-bomba tinham sido enviados para atacar a escola.

O primeiro-ministro Nawz Sharif condenou o ataque e disse estar a caminho de Peshawar.

"Eu não posso ficar recuado em Islamabad. Essa é uma tragédia nacional, provocada por selvagens. Essas eram minhas crianças", afirmou ele em comunicado.

"Essa perda é minha. Esta é uma perda da nação. Estou indo para Peshawar agora e vou supervisionar a operação pessoalmente", acrescentou.

Militares no local disseram que ao menos seis homens armados entraram na escola militar. Acredita-se que cerca de 500 estudantes e professores estivessem no interior do edifício.

"Estávamos em pé no lado de fora de escola quando os tiros começaram de repente e houve caos por todo lado, e gritos de crianças e progessores", disse Jamshed Khan, um motorista de ônibus.

(Reportagem adicional de Mehreen Zahra-Malik e Syed Raza Hassan em Islamabad e Saud Mehsud em Dera Ismail Khan e Amjad Ali)

O diretor de informação do governo local, Bahramand Khan, disse que mais de cem eram crianças. A informação anterior, de Pervaiz Khattak, ministro-chefe da província onde fica Peshawar, era de que 84 crianças haviam morrido. A maioria das vítimas tem entre 12 e 16 anos.

Um jornalista da Reuters no local ouviu tiroteio intenso dentro da escola, que estava cercada por soldados. Helicópteros sobrevoavam o local e ambulâncias levavam às pressas crianças feridas para o hospital.

O hospital Lady Reading em Peshawar, uma cidade grande e instável não distante da fronteira com o Afeganistão, disse que o local recebeu vários corpos e estava cuidando de dezenas de estudantes e dois professores feridos.

"Muitos estão na sala de cirurgia em estado crítico, passando por tratamento", disse o funcionário do hospital Ejaz Khan.

Pervaiz Khattak, uma autoridade local da província onde fica Peshawar, disse que ao menos 84 crianças morreram no ataque.

"No CMH (Hospital Militar Combinado) há cerca de 60 e há mais 24 no Lady Reading (hospital)", disse Khattak, ministro-chefe provincial, a emissoras de televisão.

O Taliban paquistanês, que luta em busca de derrubar o governo e impor um regime islâmico radical, prometeu aumentar os ataques contra alvos oficiais do Paquistão em resposta a uma grande operação militar contra os insurgentes em regiões tribais.

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