Ex-premiê da Tailândia é banida da política

Autoridades tailandesas desferiram nesta sexta-feira um golpe duplo na ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, deposta pelos militares, e sua poderosa família, banindo-a da política por cinco anos e, ao mesmo tempo, prosseguindo com acusações criminais contra ela por negligência, o que pode levá-la à prisão

Premiê deposta da Tailândia, Yingluck Shinawatra, concede entrevista em Bangcoc. 22/01/2015 REUTERS/Chaiwat Subprasom
Premiê deposta da Tailândia, Yingluck Shinawatra, concede entrevista em Bangcoc. 22/01/2015 REUTERS/Chaiwat Subprasom (Foto: Gisele Federicce)


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Por Panarat Thepgumpanat e Pracha Harirakspitak

BANGCOC (Reuters) - As autoridades tailandesas desferiram um golpe duplo na ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, deposta pelos militares, e sua poderosa família nesta sexta-feira, banindo-a da política por cinco anos e, ao mesmo tempo, prosseguindo com acusações criminais contra ela por negligência, o que pode levá-la à prisão.

As decisões poderão acirrar a tensão no país, politicamente dividido e que ainda vive sob a lei marcial desde que os militares tomaram o poder em maio, destituindo os remanescentes do governo de Yingluck e pondo fim a meses de protestos nas ruas.

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O banimento e a ação judicial são a mais recente reviravolta em dez anos de política turbulenta que opuseram Yingluck e seu irmão Thaksin -também ex-primeiro-ministro– ao regime monárquico-militarista, que considera os Shinawatras uma ameaça e despreza suas políticas populistas.

Yingluck irá enfrentar acusações criminais no Supremo Tribunal Federal e, se for considerada culpada, poderá pegar até dez anos de prisão, informou a Procuradoria-Geral nesta sexta-feira.

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As acusações contra a primeira mulher no cargo de primeiro-ministro no país, afastada sob a alegação de abuso de poder, dias antes do golpe militar em maio, referem-se à seu papel em um esquema pelo qual os agricultores recebiam pelo arroz valores acima dos preços de mercado, o que custou bilhões de dólares à Tailândia.

Yingluck prometeu lutar contra as acusações.

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"A democracia tailandesa morreu junto com o Estado de direito", disse ela em um comunicado publicado em sua página do Facebook.

"Vou lutar até o fim para provar minha inocência, não importa qual seja o resultado. E, mais importante, quero estar ao lado do povo tailandês. Juntos, temos de trazer prosperidade à Tailândia, trazer de volta a democracia e verdadeiramente construir a justiça na sociedade tailandesa."

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As ruas da capital estavam tranquilas nesta sexta-feira, já que os moradores cumpriram a ordem da junta militar, que proíbe reuniões públicas.

A segurança foi reforçada em torno do edifício do Parlamento, controlado pelos militares, que votou a favor da culpabilidade de Yingluck em um caso separado de impeachment por ela não exercer supervisão suficiente do sistema de subsídio de arroz.

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O impeachment retroativo aprovado na Assembleia Legislativa Nacional leva ao banimento da política por cinco anos. Yingluck defendeu o subsídio ao arroz e contestou as acusações em uma audiência parlamentar na quinta-feira, mas não apareceu na Casa nesta sexta.

A votação do impeachment requeria uma maioria de três quintos da Assembleia, cujos membros foram nomeados pela junta golpista, liderada pelo primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha. Cerca de 100 dos 220 membros são militares da ativa ou reformados.

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