Mujica: ordem mundial ‘pode se quebrar em pedaços’

O ex-presidente e atual senador do Uruguai José Mujica afirma que a nova situação política, em que os Estados Unidos estão tentando limitar o comércio livre e a China defende a abertura dos mercados, é um fruto da globalização; Mujica acha que "as classes médias do mundo central" estão respondendo "à implantação do ultranacionalismo que se fecha no protecionismo, produto da frustração e estagnação", algo que "vai custar muito à humanidade"

O ex-presidente e atual senador do Uruguai José Mujica afirma que a nova situação política, em que os Estados Unidos estão tentando limitar o comércio livre e a China defende a abertura dos mercados, é um fruto da globalização; Mujica acha que "as classes médias do mundo central" estão respondendo "à implantação do ultranacionalismo que se fecha no protecionismo, produto da frustração e estagnação", algo que "vai custar muito à humanidade"
O ex-presidente e atual senador do Uruguai José Mujica afirma que a nova situação política, em que os Estados Unidos estão tentando limitar o comércio livre e a China defende a abertura dos mercados, é um fruto da globalização; Mujica acha que "as classes médias do mundo central" estão respondendo "à implantação do ultranacionalismo que se fecha no protecionismo, produto da frustração e estagnação", algo que "vai custar muito à humanidade" (Foto: Gisele Federicce)


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Sputnik Brasil - O antigo presidente do Uruguai e atual senador José Mujica expôs a sua visão sobre as mudanças pelas quais a ordem geopolítica global está passando em contexto de avanço do protecionismo dos EUA e do empenho da China em dominar o comércio mundial.

Em entrevista ao programa GPS Internacional da Sputnik Mundo, Mujica opinou que "às vezes a realidade ultrapassa a nossa imaginação", mas diz que "nada acontece por acaso".

Segundo ele, a nova situação política, em que os EUA estão tentando limitar o comércio livre e a China defende a abertura dos mercados, é um fruto da globalização.

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A globalização "tem tido três forças básicas: o mundo financeiro internacional, o conjunto de empresas transnacionais como força econômica e a revolução nos meios de comunicação, especialmente na informática", explica o ex-presidente uruguaio.

Na opinião dele, "a tendência para concentração maciça de riquezas criou uma cultura de consumo excessivo que, paradoxalmente, por não redistribuir bens se esqueceu das classes médias do mundo central, que agora estão reagindo e dando poder político a projetos que parecem ser de outra época".

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Mujica acha que "as classes médias do mundo central" estão respondendo "à implantação do ultranacionalismo que se fecha no protecionismo, produto da frustração e estagnação", algo que "vai custar muito à humanidade".

Neste contexto o ex-líder do Uruguai questiona "quem vai pagar o custo desta eventual crise de reestruturação comercial e qual o perigo de uma guerra comercial poder ser desencadeada".

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"Estamos falando de uma espécie de tendência autárquica através do isolamento. Pode ser que isso não continue por muito tempo, mas significará de certa forma um abalo", observa.

Neste caso, os países que têm relações comerciais de proximidade com Washington, como o México, por exemplo, terão que olhar mais para os seus vizinhos do Sul, assinala Mujica.

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Segundo ele, o protecionismo que parece estar marcando os EUA "representa uma oportunidade" para que a América Latina avance "em acordos comerciais na região e a uma escala sul-sul, em todas as áreas possíveis".

Na visão do ex-presidente do Uruguai, estes cenários poderão afetar "os preços e a capacidade de vender".

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Segundo Mujica, "todas as tentativas de colocar o mundo em ordem com regras poderão se desfazer em pedaços".

"Acho bastante lógica a eventual tendência da China de olhar para o mercado mundial, faz também parte das suas necessidades e da sua situação. Se os EUA tendem a se fechar, a China buscará outras alternativas", aponta.

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Mujica ressalta que nunca antes houve tantos conflitos no mundo e acrescenta que não existe paz a nível mundial, é uma quimera. No final, o ex-presidente manifestou a esperança de que "o mundo não caia no disparate".

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