Contra a privatização da educação, estudantes tomam as ruas do Chile

 Sob o lema "O Chile já decidiu", 120 mil pessoas se reuniram na Praça Itália para denunciar os lucros nos centros educativos, os altos níveis de endividamento dos estudantes,a existência de atitudes e práticas sexistas dentro das salas de aula e denunciar o que chamam de tentativa de privatizara educação por parte do governo de Sebastián Piñera; houve enfrentamento com a polícia e dezenas de pessoas foram presas

Demonstrators take part in a protest demanding an end to profiteering in the education system in Santiago, Chile April 19, 2018. REUTERS/Rodrigo Garrido
Demonstrators take part in a protest demanding an end to profiteering in the education system in Santiago, Chile April 19, 2018. REUTERS/Rodrigo Garrido (Foto: Paulo Emílio)


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Agência Brasil - Uma grande passeata de estudantes tomou nessa quinta-feira (19) as ruas de Santiago para protestar contra as políticas do governo de Sebastián Piñera, que assumiu a presidência há pouco mais de um mês. Sob o lema "O Chile já decidiu", 120 mil pessoas se reuniram na Praça Itália para denunciar os lucros nos centros educativos, os altos níveis de endividamento dos estudantes e a existência de atitudes e práticas sexistas dentro das salas de aula.

Os estudantes percorreram quatro quilômetros da Avenida Bernando O'Higgins, principal via da cidade, levando cartazes dos diferentes centros educativos e gritando que "no Chile, a educação não se vende, se defende". Depois de duas horas andando, nas quais receberam até o apoio dos motoristas dos ônibus públicos, que acompanhavam com suas buzinas o canto dos jovens, ocorreram os primeiros enfrentamentos, que acabaram com dezenas de detidos e fortes distúrbios.

O estopim foi a contínua discussão que os estudantes tiveram com os policiais, a quem recriminavam por tentar segmentar a mobilização, impedindo as grandes aglomerações. Em seguida, as autoridades recorreram a bombas de gás lacrimogêneo e a jatos de água para dispersar a multidão. No entanto, centenas de jovens se agruparam de novo para fazer frente às investidas das forças de segurança, lançando pedras e montando barricadas para impedir a passagem dos veículos. Em novembro de 2016, os estudantes do Chile comemoram a aprovação, pela presidente Michelle Bachelet, de um plano para estender a educação gratuita.

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Ao assumir o cargo, Piñera se mostrou favorável a manter esse serviço, mas ontem minimizou a importância da passeata e encorajou os jovens a se preocupar "com algo que valha a pena", como a qualidade da educação ou o cuidado com a natureza. Uma recente sentença do Tribunal Constitucional acirrou os ânimos do setor estudantil, que ainda lembra as fortes mobilizações durante a legislatura anterior do líder conservador.

O principal órgão judicial do país determinou, em março deste ano, que um artigo da reforma educativa aprovada por Bachelet era inconstitucional, o que permite que as empresas ou fundações com fins lucrativos possam novamente controlar universidades e outros centros de educação superior. Os jovens acreditam que a volta de Piñera pode levar à retomada das grandes passeatas no país, já que lhe atribuem o desejo de privatizar a educação.

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