Canadá torna-se segundo país do mundo a legalizar maconha para fins recreativos

Após 95 anos de proibição, o Canadá se torna a partir desta quarta-feira (17) o segundo país do mundo a legalizar a maconha para fins recreativos, atraindo a atenção de todo o mundo para a experiência

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247, com New York Times - Após 95 anos de proibição, o Canadá se torna a partir desta quarta-feira (17) o segundo país do mundo a legalizar a maconha para fins recreativos, atraindo a atenção de todo o mundo para a experiência. O Uruguai foi pioneiro, mas tem menos de um décimo da população canadense.

A venda será feita em dispensários licenciados, onde adultos a partir de 18 anos (ou 19, conforme a província) poderão comprar até 30 gramas de cannabis. A comercialização de comestíveis e outros produtos feitos com maconha, no entanto, só se tornará legal no ano que vem.

A legislação também traz severas restrições sobre propaganda e uma forte burocracia, como requisitos para licenciamento de produtores. As empresas, no entanto, estão fazendo lobby por uma flexibilização das regras.

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— É como a Seagram’s (fabricante de bebidas) às vésperas do fim da Lei Seca nos Estados Unidos — diz Deborah Weinstein, uma advogada de Ottawa que elaborou a entrada da Canopy Growth Corp., a maior empresa de cannabis do mundo, na Bolsa de Valores de Toronto, sob o código WEED.

— É um dia na história canadense do qual, ao olharmos para trás, vamos nos orgulhar — disse Hilary Black, uma das principais ativistas em favor da maconha no país, que trabalha na Canopy Growth.

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Avaliada em mais de US$ 10 bilhões, a Canopy supera a fabricante de aviões Bombardier em valor de mercado.

Analistas de mercado estimam que a indústria da maconha alcance US$ 5 bilhões até 2020 naquele país, criando empregos em cidades industriais ociosas como Smith Falls, em Ontário, onde fica a sede da Canopy.

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Especialistas, no entanto, ressaltam que nem todos os produtores de maconha vão sobreviver. Há, hoje, 120 empresas com licença para plantar cannabis para fins medicinais — que o Canadá legalizou em 2001. Agora, o produto é para quem quer se divertir, e tem crescido a procura por licenças.

Reflexo em outros setores

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Já há cursos em universidades sobre negócios com cannabis, investimentos, varejo e cultivo. E surgiram empresas de turismo com foco em cannabis, que oferecem serviços de bud and breakfast (“broto e café da manhã”), a exemplo do bed and breakfast.

Outros setores também estão lucrando. Como empresas que vendem software para que quem planta maconha possa rastrear o produto, como exigido pelo governo. Há também demanda por fertilizantes, energia e estufas.

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Além disso, fábricas abandonadas — como aquela na qual a Tweed, subsidiária da Canopy, funciona — são hoje imóveis com muita procura.

Até a mídia canadense aderiu. Em Toronto, o jornal Globe and Mail contratou repórteres e editores para produzir a newsletter diária Cannabis Professional, cuja assinatura anual custará em torno de US$ 1.500. Algo comemorado pelo advogado Jack Lloyd, que, durante anos publicou, sob pseudônimos, livros sobre cannabis:

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— Agora, todas as empresas de mídia têm jornalistas especializados em cannabis. Percorremos um longo caminho.

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