Dilma agora tem um amigo

O "casamento" entre Lula e Sarkozy foi por interesse. O de Dilma e Hollande será ancorado em "afinidades eletivas"



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A melhor notícia das últimas semanas para um Brasil tumultuado por CPIs e escândalos veio da França. Com a eleição do socialista François Hollande, a presidenta Dilma Rousseff ganhou um aliado de peso no front internacional. E que dará adensamento ao discurso que a diplomacia brasileira vinha tentando construir diante da crise econômica global: o de que uma recessão não se combate com austeridade, mas com medidas de estímulo ao crescimento. Aliás, como o Brasil tem feito desde 2008.

Até agora, nas duas principais viagens internacionais que fez, à Alemanha e aos Estados Unidos, Dilma falou para as paredes. Com a chanceler Angela Merkel, a empatia recíproca foi próxima de zero. Na visita à Casa Branca, representantes da comitiva brasileira enxergaram em Barack Obama um interlocutor desinteressado e alheio ao que se passava ao seu redor. Quase uma rainha da Inglaterra.

Por isso mesmo, a vitória do socialista francês foi muito comemorada, ainda no domingo, no Palácio da Alvorada. Dilma e Hollande nem se conhecem, mas falam a mesma língua: a de que a legitimidade dos governos provém das urnas, e não dos mercados financeiros. No discurso da vitória, Hollande reconheceu as dificuldades que terá pela frente, mas não deixou de mencionar a esperança que sua eleição representou não apenas para os franceses, mas também para vários países do sul da Europa e de outros continentes. O modelo suicida que vem sendo aplicado na Espanha, por exemplo, terá vida curta, diante da inevitável convulsão social.

Se há um discurso comum, também existem oportunidades imensas. Brasil e França já vinham solidificando sua relação nos governos de Lula e Nicolas Sarkozy. Mas aquele era um casamento pragmático, ancorado em interesses legítimos: o do Brasil, de ser reconhecido como potência, com direito a voz nas questões internacionais, e o dos franceses, de aprofundar a cooperação econômica com a sexta economia do mundo e que, em breve, será a quinta, superando a própria França.

No “casamento” entre Dilma e Hollande os mesmos interesses estarão em jogo, mas os dois líderes têm aquilo que os poetas chamam de “afinidades eletivas”. São semelhantes, são irmãos em pensamento, enfim, são amigos potenciais. E essa amizade é necessária num mundo em transformação e em busca de um novo modelo de paz social.

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