Multidão presta última homenagem a Chávez

As ruas de Caracas foram tomadas após o anúncio da morte do líder bolivariano; venezuelanos entoavam o hino nacional, intercalando com palavras de ordem como “Chávez fica, não vá embora”; repórter colombiana da TV RCN, que tinha relação conturbada com o presidente, apareceu no ar ensanguentada após ataque de um grupo de militantes

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Multidão presta última homenagem a Chávez


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247 – A morte do presidente Hugo Chávez, após meses de luta contra um câncer na região pélvica, levou centenas de chavistas às ruas na noite desta terça-feira, após o anúncio do vice, Nicolás Maduro. Nos arredores da Praça Bolívar, a principal de Caracas, uma entoação do hino nacional, alternada com palavras de ordem como “Chávez fica, não vai embora”. Autoridades declararam uma semana de luto nacional e todas as aulas suspensas até a próxima sexta-feira, quando o corpo de Chávez, morto aos 58 anos, será velado com a presença de chefes de Estado.

Enquanto uma multidão velava o presidente venezuelano na entrada do Hospital Militar Carlos Arvelo, em Caracas, um grupo de simpatizantes agrediu uma repórter colombiana Carmen Andrea Rengifo, correspondente da TV RCN. Ao vivo, já após o ataque, ela apareceu ensaguentada, procurou ajuda de policiais, mas teve que abandonar o local. Ao fundo, era possível ouvir um grito de "viva, Chávez! Malditos!". A repórter tinha relação conturbada com Chávez, com quem trocou palavras ríspidas em algumas entrevistas.

Leia o relato de Patricia Velez, da Reuters, de Caracas:

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Entre descrença e lágrimas, venezuelanos digerem morte de Chávez

Dezenas de venezuelanos se reuniram nesta terça-feira perto do Hospital Militar de Caracas, onde o carismático presidente Hugo Chávez morreu depois de perder uma batalha contra o câncer que não lhe deu trégua por quase dois anos.

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Alguns clamavam "Chávez vive, a luta continua!", enquanto outros custavam acreditar que o homem que governou a Venezuela nos últimos 14 anos morreu, apenas semanas depois de voltar de Cuba, onde foi submetido à quarta cirurgia por um tumor na região pélvica.

"Agora é o momento do povo. Agora temos que continuar a sua luta. Temos que demonstrar que o que ele fez não foi em vão", disse, em lágrimas, Jamila Rivas, de 49 anos, em frente ao hospital.

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O vice-presidente do país, Nicolás Maduro, foi encarregado de anunciar a notícia da morte do líder de 58 anos, que rapidamente passou de boca em boca nas ruas movimentadas da capital.

"Fiquei sabendo no metrô, as pessoas começaram a dizer 'Chávez morreu'", disse Aleida Rodriguez, uma dona de casa de 50 anos que soluçava no meio da rua, no lado leste de Caracas.

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"Eu estava esperando, diziam que não ia se recuperar, o admirava, era um homem excelente", afirmou.
Não muito longe, em um reduto da oposição no leste de Caracas, os motoristas tocaram as buzinas de seus carros, logo que a notícia foi divulgada.

O trânsito normalmente caótico na capital imediatamente entrou em colapso e houve problemas para se comunicar por telefone. Diversas lojas e fábricas fecharam mais cedo por receio de que houvesse violência nas ruas.

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No entanto, em áreas emblemáticas de Caracas, como a praça Bolívar, onde centenas de pessoas cantaram o hino nacional aos prantos, o clima era de tranquilidade.

Os ambíguos comunicados oficiais dos últimos meses sobre a saúde do presidente alimentaram uma onda de boatos de todos os tipos e, até o final, geraram dúvidas sobre as condições reais do presidente.

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"Começaram a me passar mensagens de texto e fui para outro escritório e Maduro estava dizendo que ele tinha morrido, mas, para mim, estava morto há muito tempo", disse Evelyn Carrero, uma advogada de 50 anos, que ia apressada e assustada para sua casa.

(Reportagem adicional de Carlos Garcia e Gupta Girish)

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