'Odebrecht reforça prisão ao se defender na imprensa'

Juiz federal Sergio Moro criticou a construtora de Marcelo Odebrecht por ter publicado comunicados pagos em jornais expressando “indignação” com a prisão de executivos: “É certo que a empresa tem o direito de se defender, mas fazendo-o seria recomendável que apresentasse os fatos por inteiro e não da maneira parcial efetuada, em aparente tentativa de confundir, valendo-se de seus amplos recursos financeiros, para influenciar a opinião pública e colocá-la contra a ação das instituições públicas, inclusive da Justiça”, escreveu em despacho; ele disse ainda que, ao ignorar provas que indicam envolvimento em fraudes envolvendo a Petrobras, a empreiteira demonstra o risco de reiteração delitiva, que só seria superado com “uma mudança nas práticas empresariais do grupo”

Juiz federal Sergio Moro criticou a construtora de Marcelo Odebrecht por ter publicado comunicados pagos em jornais expressando “indignação” com a prisão de executivos: “É certo que a empresa tem o direito de se defender, mas fazendo-o seria recomendável que apresentasse os fatos por inteiro e não da maneira parcial efetuada, em aparente tentativa de confundir, valendo-se de seus amplos recursos financeiros, para influenciar a opinião pública e colocá-la contra a ação das instituições públicas, inclusive da Justiça”, escreveu em despacho; ele disse ainda que, ao ignorar provas que indicam envolvimento em fraudes envolvendo a Petrobras, a empreiteira demonstra o risco de reiteração delitiva, que só seria superado com “uma mudança nas práticas empresariais do grupo”
Juiz federal Sergio Moro criticou a construtora de Marcelo Odebrecht por ter publicado comunicados pagos em jornais expressando “indignação” com a prisão de executivos: “É certo que a empresa tem o direito de se defender, mas fazendo-o seria recomendável que apresentasse os fatos por inteiro e não da maneira parcial efetuada, em aparente tentativa de confundir, valendo-se de seus amplos recursos financeiros, para influenciar a opinião pública e colocá-la contra a ação das instituições públicas, inclusive da Justiça”, escreveu em despacho; ele disse ainda que, ao ignorar provas que indicam envolvimento em fraudes envolvendo a Petrobras, a empreiteira demonstra o risco de reiteração delitiva, que só seria superado com “uma mudança nas práticas empresariais do grupo” (Foto: Roberta Namour)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Felipe Luchete, do Consultor Jurídico

O juiz federal Sergio Fernando Moro criticou a Odebrecht por ter publicado comunicados pagos em veículos de comunicação expressando “indignação” com a prisão de executivos. Em despacho desta quarta-feira (24/6), ele afirma que o texto publicado “apenas reforça a convicção deste juízo acerca da necessidade, infelizmente, da prisão preventiva”, pois a empreiteira “não tem qualquer intenção de reconhecer a sua responsabilidade pelos fatos, o que seria um passo necessário para afastar o risco de reiteração das práticas criminosas”.

“É certo que a empresa tem o direito de se defender, mas fazendo-o seria recomendável que apresentasse os fatos por inteiro e não da maneira parcial efetuada, em aparente tentativa de confundir, valendo-se de seus amplos recursos financeiros, a opinião pública e colocá-la contra a ação das instituições públicas, inclusive da Justiça”, escreveu Moro.

continua após o anúncio

Ele disse ainda que, ao ignorar provas que indicam envolvimento da Odebrecht em fraudes envolvendo a Petrobras, a empreiteira demonstra o risco de reiteração delitiva, que só seria superado com “uma mudança nas práticas empresariais do grupo”.

Na decisão desta quarta, ele determinou a prisão preventiva de Alexandrino de Salles Alencar, que já está atrás das grades em caráter temporário e foi apontado como operador da Braskem — petroquímica controlada pelo grupo Odebrecht. Embora Alencar tenha acabado de se desligar da empresa, Moro afirmou que “formular o pedido de demissão após a prisão temporária é um mero estratagema para evitar a preventiva”.

continua após o anúncio

“Não reputo o mero afastamento do cargo medida suficiente para prevenir os riscos que a preventiva busca evitar, pois parte dos executivos é também acionista e, mesmo para aqueles que não são, é na prática impossível, mesmo com o afastamento formal, controlar a aplicação prática da medida”, avaliou o juiz. A única alternativa, segundo ele, seria suspender todos os contratos públicos da Odebrecht e proibir novas contratações com o Poder Público, “hipótese atualmente não cogitável considerando os danos colaterais a terceiros”.

O presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, está preso desde sexta-feira (19/6), depois que a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da operação “lava jato”. Para a empreiteira, as prisões de seus executivos e o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sedes da companhia foram ilegais, pois "a Polícia Federal não apresentou, como alegado na decisão judicial, qualquer fato novo que justificasse as medidas de força cumpridas".

continua após o anúncio

Documentos de advogados

Moro pediu ainda que o Ministério Público Federal se manifeste sobre se é possível analisar cópias de mensagens e de arquivos de três diretores do grupo que são advogados. Na última sexta, a revista Consultor Jurídico revelou que os mandados de busca e apreensão na Odebrecht atingiram três diretores que têm a carteira da OAB.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247