Investigação sobre desvio na Educação chega mais perto de Richa

Governador do Paraná está montando junto com advogados uma estratégia para descolar sua imagem do escândalo de corrupção na Secretaria de Educação, alvo da Operação Quadro Negro, que desvendou um desvio de quase R$ 20 milhões para a campanha do tucano e de aliados; as acusações também atingem o irmão e secretário de Infraestrutura, Pepe Richa, e Abi Antoun, primo de Beto Richa; os autos que citam o nome de Richa e de pessoas próximas envolvidas no esquema estão nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot

Governador do Paraná está montando junto com advogados uma estratégia para descolar sua imagem do escândalo de corrupção na Secretaria de Educação, alvo da Operação Quadro Negro, que desvendou um desvio de quase R$ 20 milhões para a campanha do tucano e de aliados; as acusações também atingem o irmão e secretário de Infraestrutura, Pepe Richa, e Abi Antoun, primo de Beto Richa; os autos que citam o nome de Richa e de pessoas próximas envolvidas no esquema estão nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot
Governador do Paraná está montando junto com advogados uma estratégia para descolar sua imagem do escândalo de corrupção na Secretaria de Educação, alvo da Operação Quadro Negro, que desvendou um desvio de quase R$ 20 milhões para a campanha do tucano e de aliados; as acusações também atingem o irmão e secretário de Infraestrutura, Pepe Richa, e Abi Antoun, primo de Beto Richa; os autos que citam o nome de Richa e de pessoas próximas envolvidas no esquema estão nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot (Foto: Leonardo Lucena)


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Paraná 247 – O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), está montando junto com aliados e advogados uma estratégia para descolar sua imagem do escândalo de corrupção na Secretaria de Educação, alvo da Operação Quadro Negro. De acordo com as investigações capitaneada pelo Ministério Público (MP-PR), um depoimento aponta que quase R$ 20 milhões foram desviados para a campanha do tucano e de aliados em 2014. Ele nega. 

As acusações também atingem o irmão e secretário de Infraestrutura, Pepe Richa, e um primo, o já famoso Abi Antoun, que também está envolvido no escândalo de corrupção na Receita Estadual (leia mais aqui). Os dois teriam recebido propina do esquema da pasta de Educação. 

As investigadores querem saber como o dinheiro foi movimentado. Os primeiros detalhes das apurações judiciais mostram que o dono da Valor Construtora, Eduardo Lopes, teria enviado recursos para contas no exterior. As acusações partiram de ex-funcionárias das empresas dele. O empresário seria o responsável por organizar a distribuição do dinheiro entre servidores da Educação e para as campanhas políticas.

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A propina era desviada de escolas projetadas, mas que não foram construídas. O restante da quantia era enviado ilegalmente para fora do Brasil por meio de um doleiro, ainda não identificado, segundo a Carta Capital.

Segundo as investigações, sabe-se que o homem de prenome Rui frequentemente levava dólares e euros à sede da construtora. Os investigadores também identificar outros participantes do esquema na análise das imagens do circuito interno.

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A suspeita é a de que o doleiro seria o facilitador das remessas de recursos para ao menos dois países, Estados Unidos e Moçambique. Durante o último ano, Lopes tinha interesse na abertura de uma filial no país africano, mas não houve sucesso na conquista de obras no exterior, de acordo com as funcionárias.

Os autos que citam o nome de Richa e de Durval Amaral, ex-chefe da Casa Civil e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, estão na Procuradoria Geral da República (PGR), comandado por Rodrigo Janot. Os trechos em que são citados o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), e o deputado Plauto Miró (DEM) foram enviados para a Procuradoria Geral do Paraná.

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Subsidiária para ocultar propina

Com o objetivo de lavar dinheiro, uma subsidiária teria sido criada no nome de uma empregada doméstica em Moçambique e de outros laranjas. Outra forma de ocultação de propina seria em Nova York. Uma das delatoras afirmou que Lopes viajava com grandes quantias de dinheiro para os EUA e não escondia o fato de manter recursos fora do País. 

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Segundo informou uma testemunha, as contas nos EUA estariam registradas em nomes da esposa e do filho de Lopes. Os dois foram detidos por envolvimento no esquema. Gustavo Lopes cumpre prisão preventiva desde o fim do ano passado e a esposa de Eduardo, Patricia Baggio, foi presa no último dia 15. A Justiça lhe concedeu prisão domiciliar por conta da amamentação de um filho de quatro meses.

No Paraná, a logística para o transporte de dinheiro envolvia um estratagema curioso. Quantias de até R$ 800 mil eram sacadas na boca do caixa e levadas para a sede da construtora Valor, onde a propina era separada em caixas de vinho e redistribuída no meio das garrafas como presente aos destinatários do dinheiro.

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Produto de alto valor com Richa

O que também chama atenção é um relógio da marca Rolex, que pode valor até R$ 500 mil, nas mãos do governador. O tucano foi presenteado por Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Educação, com o mimo. Fanini seria o contato de Lopes, que possuía uma coleção de relógios da marca. As investigações querem saber se o ex-funcionário público ganhou o relógio do empresário e por qual motivo.

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Além de relógios de marca, o empresário tinha uma das coberturas em Curitiba avaliada em R$ 4 milhões, sem contar os carros importados e a Mercedes-Benz vermelha usada pelo filho.

Mais tucanos envolvidos

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Aparecera, nos últimos dias, novos nomes do PSDB envolvidos na fraude. Segundo as investigações, os desvios teriam começado alguns anos antes sob o patrocínio do deputado federal Valdir Rossoni (PSDB). As delatoras disseram que a construtora Valor conquistou obras na cidade de Bituruna, Sudeste do Paraná, sem participar de uma concorrência e sem apresentar um acervo técnico, laudo que comprovaria sua experiência em tocar empreendimentos semelhantes.

Uma das laranjas usadas por Lopes, Tatiane de Souza afirmou que na empresa se ouvia que Rossoni era um político influente no município. Valdir é pai do ex-prefeito de Bituruna Rodrigo Rossoni (PSDB), que chegou a ter o mandato cassado por abuso do poder econômico nas eleições acusado de contratar cabos eleitorais. O deputado não quis comentar as acusações, segundo a Carta Capital.

Outro lado

O defensor de Lopes, Roberto Brzezinski Neto, aconselhou o cliente a não aceitar um acordo de delação premiada. No entendimento de Brzezinski, o Tribunal de Justiça do Paraná revogará a prisão do empresário e de seu filho, mulher e irmã, considerada foragida. 

Parentes de Lopes estariam insatisfeitos com a estratégia do advogado. Segundo eles, Brzezinski atenderia aos interesses de outros investigados. De qualquer forma, os promotores veem como certa a condenação do empresário.

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