Emprego puxa votos para Dilma no Nordeste

O desempenho eleitoral na presidente Dilma Rousseff no Nordeste não está relacionado apenas ao sucesso de programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família; o número de pessoas empregadas cresceu 4,9% no primeiro trimestre deste ano, colocando a Região como a de melhor desempenho em todo o País; por isso, em vários estados da região, ela chega a ter mais de 50% das intenções de voto; desafio dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo Campos será equilibrar o jogo na região

Ipojuca - PE, 14/04/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante Cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias no Estaleiro Atlântico Sul . Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Ipojuca - PE, 14/04/2014. Presidenta Dilma Rousseff durante Cerimônia alusiva à viagem inaugural do navio Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias no Estaleiro Atlântico Sul . Foto: Roberto Stuckert Filho/PR (Foto: Paulo Emílio)


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Pernambuco 247 - A despeito do que dizem os preconceituosos de plantão, a Região Nordeste não vive apenas da transferência de renda do programa bolsa-família. No primeiro trimestre deste ano, o número de pessoas empregadas no Nordeste cresceu 4,9% em relação ao mesmo período do exercício anterior, colocando a Região como a de melhor desempenho em todo o país, com a criação de 1 milhão de postos de trabalho. No Sudeste, o nível de emprego cresceu apenas 0,8% (cerca de 1/3 das vagas criadas no Nordeste). Já a média nacional foi de 2%. Esta geração de empregos, bem como as medidas de transferência de renda, tem uma ligação íntima com os últimos 12 anos, época em que o PT chegou ao poder, e que devem se refletir nas eleições de outubro.

Alguns fatores ajudam a explicar o nível de crescimento do emprego em todo o Nordeste. A Região, que durante décadas padeceu com uma carência extrema de infraestrutura, de repente tem experimentado um boom na implantação de grandes obras estruturadoras que alavancaram o desempenho da construção civil. Associado a isso, o setor de serviços regional também tem apresentado um crescimento significativo. E este desempenho tem continuado a despeito do desaquecimento da economia, em especial o setor industrial do Sul e Sudeste, que além de reduzir as contratações também estão reduzindo o próprio ritmo de produção.

O crescimento do setor de serviços é explicado por uma equação bastante simples. Alijado do mercado de consumo por décadas, os programas de transferências de renda fizeram com que o nordestino pudesse ter acesso a alguns itens que até bem pouco tempo podiam ser considerados artigos de luxo. Queijo, iogurte, carne entre outros produtos, a exemplo do que acontecia em outras regiões do país, entraram no cardápio diário deste consumidor. Isso acabou fazendo com que as empresas descobrissem um novo mercado fira do saturado eixo Sul e Sudeste.

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Um ponto de market share no Nordeste custa infinitamente menos que a mesma pontuação no Sul ou no Sudeste. Isso fez com que muitas empresas instalassem suas fábricas na Região o que provocou um efeito cascata em relação ao emprego. É esta força que deu mais de 10 milhões de votos de vantagem para que a presidente Dilma Rousseff (PT) fosse eleita em 2010 contra o seu principal adversário, o tucano José Serra (PSDB) que agora está sendo buscada com afinco, seja pelo PT, pelo PSDB ou PSB.

Enquanto o PT busca manter este capital político e até mesmo ampliá-lo, PSDB e PSB ressaltam que o bolsa-família não apenas será mantido como aperfeiçoado. Atualmente, cerca de 14 milhões de famílias recebem o auxílio do programa em todo o país, e boa parte está concentrada no Nordeste. A balança, porém, não dá tendências de mudanças. Apesar da alta do nível de emprego; o desemprego no Nordeste ainda é maior que o das demais regiões, chegando a 9,3% neste primeiro trimestre, contra 7,1% da média nacional.

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Que o índice é alto não se discute. Mesmo assim, a presidente Dilma e o PT contam com estes dois pontos para alavancar o resultado do pleito de outubro. Se o bolsa-família abriu a porta que milhões de nordestinos deixassem a pobreza extrema, o crescimento da economia assegurou uma estabilidade para o trabalhador que até bem pouco atrás era praticamente inimaginável: ter emprego fixo com os direitos trabalhistas garantidos e uma renda mínima assegurada ao final do mês.

É esta a dificuldade que os candidatos Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) ainda não conseguiram contornar. Embora se apresentem como algo novo, ao mesmo tempo em que afirmem que não vão mexer nas conquistas sociais e econômicas e muito menos nos programas de transferência de renda, ainda não conseguiram mudar a cabeça do eleitorado nordestino que teme perder tudo o que conquistou nos últimos anos. Neste caso, o PT leva uma vantagem sem igual sobre os adversários, já que foi sob a égide do partido que essas mudanças chegaram à Região.

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Um outro ponto que deve pesar nos próximos meses é a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha pela reeleição da presidente Dilma. Plenamente identificado com a população nordestina, o carisma de Lula em nível regional é inegável, representando uma dificuldade ainda maior para o PSB e PSDB na briga pelos votos do Nordeste.

Esta combinação de emprego e renda – além do carisma - serão o cerne das eleições regionais que, assim como em 2010, deverão ser decisivas nas eleições presidenciais de outubro.

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