Campos na CNA: “tripé macro é de faz de conta”
A representantes do agronegócio, presidenciável do PSB afirma que, se for eleito, adotará um "tripé macroeconômico de verdade, não de faz de conta"; depois de mal-estar com o setor por críticas de sua candidata a vice, Marina Silva, Eduardo Campos defendeu uma caminhada "sem preconceitos, sem ranços e com capacidade de diálogo"; candidato prometeu "fortalecer o ministério da Agricultura" e criticou problemas "seríssimos" para o campo, como logística e energia; "Tudo isso é mais uma questão de gestão do que de recursos, precisamos de pessoas competentes", defendeu
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 – Marcado pela imagem de sua companheira de chapa, Marina Silva, que já demonstrou publicamente resistência em fazer alianças com o setor do agronegócio, o candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, prometeu "diálogo" em uma eventual gestão a uma plateia formada por representantes do setor nesta quarta-feira 6, durante sabatina na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
"A palavra que eu trago aqui hoje é a do diálogo", disse Campos. Em seu discurso, o presidenciável citou várias vezes o nome da candidata a vice. Lembrou que ela "nasceu em uma floresta", e ele, "cresceu numa fazenda". Garantiu aos representantes do setor uma gestão "sem preconceitos, sem ranços, com a capacidade de diálogo que a minha caminhada comprova que tem".
Ao final de sua participação, afirmou: "gostaria de agradecer a presença da minha companheira Marina Silva. Sei que a presença dela é bem-vinda pelos senhores, para que mostremos, com essa atitude, o tamanho da nossa disposição para o diálogo".
Segundo Campos, as ações realizadas até aqui fizeram com que o agronegócio brasileiro representasse hoje 23% do PIB brasileiro. "Temos capacidade de ir mais longe", disse. O candidato assumiu compromissos para a retomada do crescimento do País e para o resgate da credibilidade com os investidores brasileiros e estrangeiros.
O presidente do PSB voltou a prometer uma "nova governança política" e a criticar o que chamou de "máquina pública aparelhada, dividida", que não daria conta de realizar as ações necessárias. O ex-governador de Pernambuco ressaltou que irá "adotar um tripé macroeconômico de verdade, não de faz de conta", como sugeriu ser o praticado atualmente.
Sobre outros tópicos específicos do setor agrícola, afirmou que tomará decisões para que o Brasil se torne "essa potência que tem todo o potencial de se tornar". Campos prometeu que "a agenda [do agronegócio] não será terceirizada" e que "o presidente vai assumir pessoalmente os compromissos com o agronegócio brasileiro, para que não impere os assuntos transversais na burocracia". Campos reforçou ainda que pretende "fortalecer o ministério da Agricultura".
O presidenciável criticou duramente a gestão atual do governo para o agronegócio, passando pelo seguro ao produtor rural – "não adianta ter R$ 150, R$ 180 bilhões em crédito e dividir com conta de palito" – a logística - "algo já falado, decantado por todos que estão aqui" - e a energia no campo, que classificou como um problema "seríssimo". "Tudo isso é mais uma questão de gestão do que de recursos. Temos que ter gente competente", afirmou.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre a apresentação e respostas de Campos na sabatina:
Campos promete fortalecer Ministério da Agricultura e políticas de renda para o setor
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, prometeu nesta quarta-feira fortalecer o Ministério da Agricultura e disse ser necessária uma melhor articulação entre as políticas de renda para o setor agropecuário.
"Quero assumir o compromisso também de fortalecer o Ministério da Agricultura. É tirá-lo do balcão político e das lideranças e colocá-lo na mão da competência de quem possa efetivamente inspirar um diálogo", disse Campos, em evento organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com os três principais candidatos à Presidência.
Ao colocar suas posições, Campos, terceiro colocado nas pesquisas, defendeu ainda a necessidade de coordenar melhor as políticas federais de crédito, seguro e o preço mínimo para o setor.
"É fundamental articular o crédito, o seguro e o preço mínimo", afirmou o presidenciável, acrescentando que o seguro atual é mais focado na proteção para catástrofes, deixando de lado a proteção da renda de produtores. " A política do preço mínimo deve ser institucionalizada."
Campos, que tem a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva como companheira de chapa, defendeu ainda que haja maior diversificação do modal de infraestrutura brasileira para melhorar a produtividade e a competitividade dos negócios no país.
O segundo a apresentar suas propostas ao setor será o candidato do PSDB, Aécio Neves, que está em segundo nas pesquisas eleitorais. A presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição e lidera as sondagens na corrida ao Planalto, será a última a falar.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello, Jeferson Ribeiro e Nestor Rabello)
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247