Funeral vira comício: "fora Dilma, agora é Marina"

As cerimônias fúnebres para homenagear o ex-governador Eduardo Campos, falecido em um acidente aéreo na última quarta-feira 13, terminaram como ato político em torno das candidaturas de Marina Silva, que ocupava a vaga de vice na chapa de Campos, e de Paulo Câmara, candidato socialista ao governo de Pernambuco; do lado de fora, militantes gritavam: "Fora Dilma, agora é Marina"; no carro do corpo de bombeiros, além dos familiares de Campos, estavam os candidatos Marina e Paulo Câmara

As cerimônias fúnebres para homenagear o ex-governador Eduardo Campos, falecido em um acidente aéreo na última quarta-feira 13, terminaram como ato político em torno das candidaturas de Marina Silva, que ocupava a vaga de vice na chapa de Campos, e de Paulo Câmara, candidato socialista ao governo de Pernambuco; do lado de fora, militantes gritavam: "Fora Dilma, agora é Marina"; no carro do corpo de bombeiros, além dos familiares de Campos, estavam os candidatos Marina e Paulo Câmara
As cerimônias fúnebres para homenagear o ex-governador Eduardo Campos, falecido em um acidente aéreo na última quarta-feira 13, terminaram como ato político em torno das candidaturas de Marina Silva, que ocupava a vaga de vice na chapa de Campos, e de Paulo Câmara, candidato socialista ao governo de Pernambuco; do lado de fora, militantes gritavam: "Fora Dilma, agora é Marina"; no carro do corpo de bombeiros, além dos familiares de Campos, estavam os candidatos Marina e Paulo Câmara (Foto: Paulo Emílio)


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Paulo Emílio, Pernambuco 247 - As cerimônias fúnebres para homenagear o ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) e seus assessores, falecidos em um acidente aéreo na última quarta-feira (13), em Santos, litoral paulista, acabaram por virar um ato político em torno das candidaturas de Marina Silva, que ocupava a vaga de vice na chapa de Campos, e de Paulo Câmara, candidato socialista ao Governo do Estado. A missa campal em homenagem às vítimas, celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, foi acompanhada por cera de 100 mil pessoas, segundo o Governo do Estado.

As manifestações políticas começaram logo no início da manhã. Muitos populares presentes ao velório, realizado em frente ao Palácio do Campo das Princesas, gritavam palavras de ordem a todo instante. "Eduardo guerreiro do povo brasileiro" foi o bordão mais utilizado pelos populares presentes ao local da cerimônia. Com políticos das mais diversas correntes ideológicas e de vários partidos, aliados ou não ao PSB, a cerimônia religiosa teve início nomeio da manhã.

Momentos antes, a presidente Dilma Rousseff (PT) havia chegado, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e foi recebida com vaias pela população que acompanhava a cerimônia. As vaias, porém, foram abafadas por aplausos poucos instantes depois.

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"Ela (Dilma) não tinha nada que vir aqui. É falso. Ela não gostava mais de Eduardo, queria manter distância de Eduardo. Eu não viria aqui para fazer uma falsidade dessas", disse o ex-governador e senador por Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB), um dos maiores críticos da presidente Dilma. O parlamentar ressaltou que as vaias não eram endereçadas a Lula. "Lula gostava de Eduardo", disse.

Bastante emocionados, Lula e Dilma assistiram toda a cerimônia e foram embora sem falar com a Imprensa. Lula e Dilma falaram com a viúva de Campos, Renata Campos, em pelo menos duas ocasiões: na chegada ao palácio e ao término da cerimônia. Após cumprimentar Lula, que estava visivelmente emocionado, Renata entregou o filho Miguel, de apenas oito meses, para que Lula o segurasse.

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O presidenciável Aécio Neves (PSDB) chegou momentos após o início dos ritos religiosos. O tucano cumprimentou Lula e Dilma, bem como os familiares das vítimas do acidente. Ele disse que não podia imaginar um "projeto de novo Brasil" sem estar ao lado de Campos. "Nunca imaginei construir um projeto de um Brasil novo, independentemente de posições em que estivéssemos, em que não estivéssemos juntos. Todas nossas conversas apontavam nessa direção", disse o senador mineiro.

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que o partido tem "coragem e dignidade para manter vivo o legado de Eduardo". Em relação a uma nova composição da chapa presidencial, Amaral disse que o momento não "era para isso" e que "como presidente do PSB só irei pensar em sucessão na próxima quarta-feira, às 15", observou em referência a reunião que a Executiva do partido fará em Brasília para definir se a ex-senadora Marina Silva será ou não a cabeça de chapa.

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Segundo ele, não existe pressa por parte do PSB para definir esta questão. "O programa (de governo) já está pronto. Não tem prazo correndo, assegurou Amaral. Marina, que ao longo do velório permaneceu o tempo inteiro ao lado da família de Campos, evitou falar sobre o seu futuro político.

A ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), que tem o seu nome cotado internamente como uma opção da legenda para disputar a presidência, negou que haja uma divisão no seio da legenda no que diz respeito a resistências ao nome de Marina. "Não há divisão. Meu nome só foi lembrado pelo fato de eu ser amiga de Eduardo, de Marina e de ser também uma socialista histórica", disse. "O que for decidido pela Executiva Nacional será acatado pelo partido", complementou referindo-se a reunião que será realizada pela Executiva do partido.

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Ela também negou que queira assumir a posição de cabeça da chapa."Eu não disputo nada. Apenas me coloco à disposição do partido. O que aconteceu com Eduardo nos impõe grande responsabilidade", declarou. Ela reafirmou que os compromissos firmados por Campos serão mantidos. "O que já foi acordado está mantido. Como, por exemplo, as alianças regionais".

O ex-presidente do PT de Pernambuco, deputado Pedro Eugênio, também foi ao velório e fez sua análise sobre o impacto político da tragédia. "A perda é grande e muda todo o cenário", disse ele. "Mas toda discussão, agora, é prematura. Precisamos aguardar as decisões que serão tomadas pelo PSB na próxima quarta-feira."

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O ex-deputado Maurício Rands, que trocou o PT pelo PSB, disse que uma das missões dos integrantes do PSB será manter acesa a mensagem de Campos de que "não vamos desistir do Brasil". Rands disse que há um "clamor nacional" para que Renata Campos seja a candidata a vice na chapa socialista. "Há um clamor não só em Pernambuco, mas no Brasil, para que Renata venha a integrar a chapa de Marina como vice", afirmou. "Ela (Renata Campos) tem todas as qualidades para representar o PSB nesta chapa", disse. "É uma decisão que cabe à ela e o Brasil saberá a decisão que ela a venha tomar", completou.

A possibilidade, porém, foi descartada pelo governador de Pernambuco, João Lyra (PSB). "Renata sempre foi e será uma mulher política e participativa. Mas a prioridade nela neste momento é ser mãe dos cinco filhos que teve com Eduardo. Ela vai continuar participando da vida pública, mas tenho convicção que a prioridade dela é ser mãe. Campos levou 29 anos para se firmar como uma liderança e ninguém pode ser assim, substituindo-o de uma hora para outra", ressaltou.

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Renata Campos, porém, marcou uma reunião para esta segunda-feira, no Recife, com a cúpula nacional e estadual do PSB para que o partido assegure que irá manter as composições idealizada por Campos, tanto em nível nacional como estadual.

Também estiverem presentes ao velório o governador de Alagoas, Teotônio Vilela, o ex-governador de São Paulo, José Serra, o senador Aloísio Nunes, candidato a vice na chapa de Aécio; o ministro da Casa-Civil, Aloizio Mercadante, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha; Francisco Falcão, ministro do STJ e os governadores Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, Renato Casagrande, do Espírito Santo, o prefeito de São Paulo, Fernando Hadad, o ex-ministro da Saúde e candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, entre outros.

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