Engenheiro diz que custo inicial de Abreu e Lima não era realista

Em depoimento à CPI da Petrobras neta quarta-feira, 10, o engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da estatal disse que o orçamento inicial de custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não era realista; “Não era possível construir uma refinaria daquelas por [US$] 2 bilhões em nenhum lugar do mundo”, disse, repetindo o que disse à CPI a ex-presidente da Petrobras Graça Foster; Guedes também afirmou que o custou da refinaria subiu por conta da "pressa"

Em depoimento à CPI da Petrobras neta quarta-feira, 10, o engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da estatal disse que o orçamento inicial de custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não era realista; “Não era possível construir uma refinaria daquelas por [US$] 2 bilhões em nenhum lugar do mundo”, disse, repetindo o que disse à CPI a ex-presidente da Petrobras Graça Foster; Guedes também afirmou que o custou da refinaria subiu por conta da "pressa"
Em depoimento à CPI da Petrobras neta quarta-feira, 10, o engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da estatal disse que o orçamento inicial de custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não era realista; “Não era possível construir uma refinaria daquelas por [US$] 2 bilhões em nenhum lugar do mundo”, disse, repetindo o que disse à CPI a ex-presidente da Petrobras Graça Foster; Guedes também afirmou que o custou da refinaria subiu por conta da "pressa" (Foto: Aquiles Lins)


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Da Agência Câmara - O engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da Petrobras, disse à CPI da Petrobras que o orçamento inicial de custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, não era realista.

A refinaria foi orçada inicialmente em 2,5 bilhões de dólares, valor que subiu para 18,5 bilhões de dólares ao final da construção. “Não era possível construir uma refinaria daquelas por 2 bilhões em nenhum lugar do mundo”, disse, repetindo o que disse à CPI a ex-presidente da Petrobras Graça Foster.

Guedes apontou alguns fatores que explicam a diferença. Um deles é a variação cambial. Outra é a mudança no projeto de engenharia em função dos equipamentos necessários.
O engenheiro defendeu ainda o procedimento interno da estatal de contratar empresas que apresentassem propostas de custos dentro da margem de 15% a menos ou 20% a mais que o valor estabelecido pela própria Petrobras.

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Essa margem de 35 pontos percentuais aceita pela empresa é apontada pelo Ministério Público como um dos fatores que explicam o pagamento de propinas a diretores da Petrobras e agentes políticos – propina que ficava entre 1% e 3% do valor das obras.

Segundo Guedes, a margem elástica é comum em projetos industriais, como o de refinarias e complexos petroquímicos, que envolvem a aquisição de equipamentos complexos. "Obra industrial depende da aquisição de equipamentos complexos. O projeto executivo só pode ser feito depois da aquisição dos equipamentos. Daí essa margem", explicou.

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Confira demais reportagens da Agência Câmara sobre o assunto: 

"Custo de Abreu e Lima aumentou por causa da pressa"

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O engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da Petrobras, disse à CPI da Petrobras que a pressa na execução das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi um dos fatores que explica o aumento do custo da obra. A refinaria foi orçada inicialmente em 2,5 bilhões de dólares, valor que subiu para 18,5 bilhões de dólares ao final da construção.

"Quem definia os prazos das obras? Quem definiu os prazos da refinaria Abreu e Lima (Rnest) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)?", perguntou o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA). "A competência é da diretoria executiva, a partir de pauta da diretoria de Abastecimento", respondeu Maurício Guedes. A diretoria era ocupada na época por Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato.

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Segundo o engenheiro, a condução da obra na Rnest e o prazo apertado fizeram com que a aquisição de equipamentos, feita apenas com base no projeto básico, exigisse mudanças no projeto detalhado, o que motivou aditivos contratuais que encareceram a obra.

O depoimento de Maurício Guedes foi encerrado há pouco. Agora, os deputados ouvem Heyder de Moura Carvalho, ex-gerente de Compras para Empreendimentos da Área de Abastecimento da Petrobras.

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Engenheiro da Petrobras acredita que Barusco não agiu sozinho

O engenheiro Maurício Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da Petrobras, disse à CPI da Petrobras não acreditar que o ex-gerente de Tecnologia Pedro Barusco, réu confesso da Operação Lava Jato, tenha agido sozinho no esquema de corrupção e propinas na estatal.

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Barusco, em acordo de delação premiada com a Justiça Federal, disse ter recebido 97 milhões de dólares em propinas entre 1997 e 2010.

Segundo o engenheiro, os procedimentos internos da Petrobras preveem muitas instâncias decisórias, em esquema colegiado, o que dificulta uma ação isolada. "Nesse ponto eu compartilho com o que disse aqui a ex-presidente da Petrobras Graça Foster", afirmou Guedes, em referência ao depoimento de Foster à CPI.

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"E como o senhor recebeu as notícias de pagamento de propinas na Petrobras?", perguntou o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ). "Com surpresa, tristeza e indignação", disse. "O senhor já recebeu alguma oferta de vantagem ilícita?", perguntou o relator. "Nunca", respondeu.

Ex-gerente de Compras da Petrobras critica contratação para obras mal definidas

O engenheiro Heyder de Moura Carvalho, ex-gerente de Compras para Empreendimentos da Área de Abastecimento da Petrobras, disse à CPI que investiga irregularidades na estatal que a petrolífera cometeu erros ao contratar empresas para realizar obras que ainda não estavam bem definidas.

Ele disse isso ao responder pergunta do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) sobre os motivos de seu afastamento do cargo, no ano passado. "Todos os 19 gerentes setoriais foram afastados na época e acho que isso foi uma medida preventiva adotada pela Petrobras depois das denúncias da Operação Lava Jato", respondeu.

Carvalho disse que nunca participou da contratação das empresas acusadas de formação de cartel nos contratos da Petrobras. "Eu era responsável pela aquisição de equipamentos e não por obras", explicou Carvalho, que se aposentou no ano passado.

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