PT realiza ato contra uso político da AP 470
Refletir sobre as eleições e o julgamento do 'mensalão'; esse é o objetivo do “Ato em Defesa do PT e dos Direitos Democrático”, a ser realizado nesta segunda, a partir das 19h, no Recife; segundo os petistas, os correligionários sofreram julgamento político na Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive, com o respaldo da imprensa
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Leonardo Lucena _PE247 – Refletir sobre as eleições e o julgamento do Mensalão. Esse é o objetivo do “Ato em Defesa do PT e dos Direitos Democrático”, a ser realizado hoje (10), a partir das 19h, no Sindicato dos Trabalhadores em Comunicação (Sinttel), bairro de Santo Amaro, região central do Recife. A iniciativa é do deputado federal, Fernando Ferro. Segundo os petistas, os correligionários sofreram julgamento político na Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive, com o respaldo da Imprensa.
No caso do julgamento, o cerne da questão, além do período coincidente com o pleito municipal, é que a Teoria do Domínio do Fato, criada pelo jurista alemão Claus Roxin, veio à tona. De acordo com a tese, o indivíduo, mesmo não participando diretamente de determinada ação, foi mandante da execução dos atos, sabendo, portanto, o que estava acontecendo. Este seria o caso do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu (condenado a 10 anos e 10 meses de prisão), do ex-presidente do PT, José Genoíno (6 anos e 11 meses), e do ex-tesoureiro da legenda, Delúbio Soares (2 anos e 3 meses), integrantes do “núcleo político” do Mensalão, segundo o STF. Os três foram alvo de provas testemunhais.
O resultado das eleições também será outro ponto a ser discutido. Com o lançamento da candidatura de Geraldo Júlio (PSB), indicado pelo correligionário e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o partido perdeu a hegemonia de 12 frente à Prefeitura da capital pernambucana. E pode não aderir à Frente Popular, encabeçada pelos socialistas, pois os principais nomes da legenda – leia-se o senador Humberto Costa e o ex-prefeito João Paulo (candidato e vice, respectivamente, no pleito deste ano) – querem a independência da sigla na Câmara dos Vereadores. O dilema teve interferência da cúpula nacional do partido, mas ainda não há decisão acerca da posição do PT no Legislativo Municipal.
Soma-se a isso a desunião interna no partido. Deputado federal, João Paulo é o principal desafeto político do atual prefeito João da Costa (PT) por motivos até hoje não esclarecidos. Conforme especulações, o parlamentar, após indicar seu sucessor, eleito, brigava por maior protagonismo na prefeitura, o que teria provocado desentendimentos com o gestor.
Já na reta final da corrida eleitoral, o chefe do Executivo municipal também se desentendeu com o candidato do PT, Humberto Costa, pois não apoiou o congressista no pleito. Isso porque João da Costa foi impedido de disputar a eleição, com o cancelamento das prévias partidárias, em junho, que estava sendo disputada com o então deputado federal Maurício Rands.
Sob denúncias de fraudes na disputa e constantes troca de farpas, chegando, inclusive, a ataques pessoais, o Executiva Nacional do partido anulou o confronto e apresentou o nome de Humberto Costa a fim de estabelecer o consenso interno e não colocar em risco a vitória da legenda nas eleições, o que não ocorreu.
Agora, resta saber como este ato contribuirá para as tentativas de consenso interno dentro do PT. Passados dois meses após as eleições, a legenda ainda não conseguiu dar o primeiro passo rumo à união intrapartidária.
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