Tentativa de votar MP termina em bate-boca
Em mais uma votação frustrada da MP dos Portos, presidente da Câmara decide encerrar sessão após troca de ataques entre os líderes do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PR, Anthony Garotinho (RJ), e de protesto do deputado Toninho Pinheiro (PP-MG), que subiu à frente da mesa da presidência empunhando uma faixa contra corte de verbas para a saúde; nova sessão foi marcada para as 17h30, mas o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admite que o tempo para a aprovação do projeto "se encurtou dramaticamente"
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247 - Mais uma tentativa de votar a MP dos Portos foi abortada no fim da tarde desta terça-feira, devido à alta tensão entre os parlamentares. Um bate-boca entre os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Anthony Garotinho (PR-RJ) terminou com um protesto do Toninho Pinheiro (PP-MG), que subiu à frente da mesa da presidência empunhando uma faixa contra corte de verbas para a saúde. Ele acabou agarrado por seguranças, levando o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a encerrar a sessão.
Uma nova sessão foi agendada para as 17h30, mas o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que o tempo para a aprovação do projeto "se encurtou dramaticamente". A MP dos Portos perde a validade na quinta-feira, o que exige que os deputados encaminhem o projeto ao Senado ainda nesta terça-feira -- são necessários pelo menos dois dias para os senadores votarem a MP.
Bate-boca
Líder do DEM, Caiado discursou em resposta a Garotinho, líder do PR, que havia posto em dúvida os motivos da oposição para obstruir a votação. Em discurso duro, Caiado disse que Garotinho "faz parte do chiqueiro" que denunciou quando disse que a MP dos Portos tinha se tornado a 'MP dos Porcos'. "Estou convencido de que Vossa Excelência faz parte do chiqueiro; está contaminado com a catinga dos porcos", disse Caiado. Ele se referiu a Garotinho como "chefe de quadrilha", disse que ele deveria estar na cadeia e que o deputado não teria moral para comentar honra dos outros deputados.
Caiado engrossou o tom: "Garanto que, daqui para fora, o senhor é um frouxo, amarela. Não venha achar que vai fazer o jogo e pressionar as pessoas de bem deste Plenário". Na sequência, Garotinho subiu à tribuna para a tréplica. "Quando as pessoas não têm razão, elas partem para a violência", disse Garotinho.
"Moro na mesma rua em que nasci. Minha filha, que é deputado estadual, reside num apartamento alugado no bairro do Flamengo. Se Vossa Excelência costuma tratar os seus porcos da maneira como tenta me tratar, é mal deputado como é mal pecuarista", disse Garotinho, que só não disse o que acha de Caiado "por respeito a esta Casa".
Antes de ser interrompido pelo protesto de Toninho Pinheiro, Garotinho não deixou de alfinetar Caiado. "Eu não abandono amigo meu. Eu não finjo que não conheço [o ex-senador] Demóstenes. Eu não finjo que não conheço Demóstenes após andar de braços dados com ele", provocou, em referência à saída de Demóstenes Torres do DEM e do Congresso Nacional depois de reveladas suas relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Com Agência Câmara de Notícias
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