Dilma deveria ter ido ao Maracanã
Quem exerce função pública em uma democracia tem de estar preparado para receber vaias e aplausos
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Se eu fosse conselheiro da presidente Dilma iria na contramão dos ortodoxos: diria para ela ter ido ao Maracanã hoje. Só para assistir ao jogo, sem falar nem entregar taça e medalhas. E não fazer cara feia nem sorrir ao levar vaia. Depois a presidente diria aos jornalistas que como chefe de Estado não poderia deixar de ir a evento de repercussão internacional e torcer pelo Brasil. Que quem exerce função pública em uma democracia tem de estar preparado para receber vaias e aplausos, e ela foi sabendo que seria vaiada, mas um brasileiro não foge à luta. E garantir que as vozes das ruas, inclusive as que vaiam, são ouvidas em seu governo.
É ruim dar palpites sem ter todas as informações, inclusive sobre o ânimo pessoal da presidente. Dilma, porém, precisa sair do óbvio e do rotineiro, o que tem caracterizado suas ações desde o pronunciamento na televisão, e se mostrar estadista e disposta a dar uma boa renovada nos métodos e no estilo de seu governo e dela própria. É isso que as pessoas esperam, e conselhos prudentes demais e sintonizados com a velha política têm sido pouco eficazes.
Os tempos são outros.
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