Levante mira Alstom e Siemens após vencer Globo

Nesta quarta-feira 4, grupo de pressão que jogou esterco na fachada da Rede Globo, em São Paulo, marcha sobre as sedes das multinacionais Alstom e Siemens; à sua maneira, Levante Popular foca na apuração do propinoduto tucano em São Paulo e na palavra de ordem Fora, Alckmin; confirmações pelas redes apontam para grande ato de protesto; na semana passada, estratégia deu resultado imediato, com editorial das Organizações Globo fazendo mea culpa de apoio ao golpe militar de 1964; LP foi o idealizador do ato, mas Black Blocs pegaram carona; em tempo: os cabeças cobertas devem aparecer de novo

Nesta quarta-feira 4, grupo de pressão que jogou esterco na fachada da Rede Globo, em São Paulo, marcha sobre as sedes das multinacionais Alstom e Siemens; à sua maneira, Levante Popular foca na apuração do propinoduto tucano em São Paulo e na palavra de ordem Fora, Alckmin; confirmações pelas redes apontam para grande ato de protesto; na semana passada, estratégia deu resultado imediato, com editorial das Organizações Globo fazendo mea culpa de apoio ao golpe militar de 1964; LP foi o idealizador do ato, mas Black Blocs pegaram carona; em tempo: os cabeças cobertas devem aparecer de novo
Nesta quarta-feira 4, grupo de pressão que jogou esterco na fachada da Rede Globo, em São Paulo, marcha sobre as sedes das multinacionais Alstom e Siemens; à sua maneira, Levante Popular foca na apuração do propinoduto tucano em São Paulo e na palavra de ordem Fora, Alckmin; confirmações pelas redes apontam para grande ato de protesto; na semana passada, estratégia deu resultado imediato, com editorial das Organizações Globo fazendo mea culpa de apoio ao golpe militar de 1964; LP foi o idealizador do ato, mas Black Blocs pegaram carona; em tempo: os cabeças cobertas devem aparecer de novo (Foto: Sheila Lopes)


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Marco Damiani _247 – Grupo organizado de pressão que obteve uma vitória estrondosa no sábado 31, ao arrancar das Organizações Globo um editorial no jornal O Globo com uma autocrítica sobre apoio ao golpe militar de 1964, o Levante Popular já vai aprontar mais uma.

Nesta quarta-feira 4, manifestação de protesto pela apuração em profundidade do propinoduto tucano em São Paulo, e sob a palavra de ordem Fora, Alckmin, promete ser numerosa – e estridente.

Os objetivos são as sedes das multinacionais Alstom e Siemens, vizinhas no bairro da Barra Funda, em São Paulo. As empresas, em esquemas distintos, foram o duto de propinas que recheou altos executivos das administrações do PSDB paulista com dinheiro obtido a partir do superfaturamento de programas no setor de transportes urbanos, trens e metrô da Grande São Paulo.

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CONIVÊNCIA QUEBRADA - O Levante Popular foi o criador e principal executor do plano de jogar esterco sobre a fachada da Rede Globo em São Paulo, na semana passada. Goste-se dessa estratégia ou não, o certo é que não se via nada igual desde que o cartunista Jaguar lançou, solitário, ovos cozidos sobre a sede da Academia Brasileira de Letras, mais de dez anos atrás, no Rio de Janeiro.

Sendo a favor ou contra esse modo de agir, o certo é que a radical manifestação de protesto quebrou o silêncio da Globo, que correu a produzir um editorial fazendo autocrítica sobre seu apoio incondicional e entusiasmado ao golpe militar de 1º de abril de 1964 (abaixo, íntegra do editorial do jornal O Globo publicado em primeira página no dia 2 de abril de 1964, o que confirma que o golpe foi mesmo em 1º de abril, apesar de os militares o datarem em 31 de março).

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"A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos", registrou o novo editorial de O Globo, do sábado 31, na tentativa de desvincular o tardio mea culpa. Lá se foram 49 anos entre o primeiro texto e o segundo. Como diria um gaiato carioca, haja "discussões internas de anos", ein?

Os dirigentes do Levante Popular não têm dúvidas de que a vitória sobre a Vênus Platinada é deles, e agora querem agir com uma criatividade, digamos, do mesmo quilate sobre a Alstom e a Siemens.

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O grupo não é apolítico, como os Black Blocs se mostram ser. Ao contrário, as lideranças do Levante são jovens que vêm acumulando discussões entre si sobre a conjuntura. As ações radicais são pensadas com um objetivo definido, que procura se distinguir do vandalismo gratuito. A intenção é o exercício da pressão no limite máximo do aceitável.

BLACK BLOCS - No ato da Rede Globo, porém, o momento do clímax deu errado:

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- Quando íamos começar a jogar o esterco que levamos, chegaram os Black Blocs. Eles tomaram aquela munição da gente e passaram a atirar eles mesmos contra a parede da Globo. Eles até ganharam mais fama por aquilo, mas fomos nós que levamos o esterco até lá. A conquista do editoral do Globo é nossa, frisou ao 247 um integrante do Levante Popular.

Em sendo assim, hoje tem mais pelos lados do bairro da Barra Funda. Se vale a torcida, que não haja violência.

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Leia editorial Ressurge a Democracia do jornal O Globo de 2 de abril de 1964:

O GLOBO Rio Janeiro, 02 de abril de 1964
RESSURGE A DEMOCRACIA.

Vive a Nação dias gloriosos. Por que souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem.
Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada. Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo. Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez. Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo. As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna: são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei. Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal. Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo. A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País. Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.

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