Marina cria mais cizânia no PSB

Em entrevista, ela afirma que, embora candidatura de Eduardo Campos esteja "posta", ela também seria uma "possibilidade"; "Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer"; isso significa que simulações eleitorais com seu nome continuarão sendo feitas, criando eventuais constrangimentos para o PSB; ela já está até expulsando aliados, como Ronaldo Caiado; colunista Fernando Rodrigues diz que Marina e Campos estão "desafinados"; Editorial da Folha já prevê substituição dele pela ex-ministra 

Em entrevista, ela afirma que, embora candidatura de Eduardo Campos esteja "posta", ela também seria uma "possibilidade"; "Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer"; isso significa que simulações eleitorais com seu nome continuarão sendo feitas, criando eventuais constrangimentos para o PSB; ela já está até expulsando aliados, como Ronaldo Caiado; colunista Fernando Rodrigues diz que Marina e Campos estão "desafinados"; Editorial da Folha já prevê substituição dele pela ex-ministra 
Em entrevista, ela afirma que, embora candidatura de Eduardo Campos esteja "posta", ela também seria uma "possibilidade"; "Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer"; isso significa que simulações eleitorais com seu nome continuarão sendo feitas, criando eventuais constrangimentos para o PSB; ela já está até expulsando aliados, como Ronaldo Caiado; colunista Fernando Rodrigues diz que Marina e Campos estão "desafinados"; Editorial da Folha já prevê substituição dele pela ex-ministra  (Foto: Roberta Namour)


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247 – Desde que se filiou ao PSB em apoio à candidatura de Eduardo Campos, Marina Silva não perde uma oportunidade para assumir a dianteira do partido na discussão sobre 2014 e assim criar constrangimento para seus novos partidários.

A edição desta quarta-feira da Folha aponta indícios de que essa aliança não vai funcionar. Em entrevista ao jornal, Marina reabriu a possibilidade de voltar à disputa: "Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer e estamos abertos a esse processo."

Ela deixou claro que a fase no PSB é transitória: “A Rede não está se fundindo com o PSB, não sou uma militante do PSB. É uma filiação democrática transitória. Sou a porta-voz da Rede, militante da Rede. Meu partido é a Rede.”

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Leia outros destaques:

Disputa de 2014

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Estou partindo do princípio que a candidatura dele está posta. Se a aliança prospera com ele, e a candidatura dele posta, a Rede terá ali o caminho da sua viabilização.
Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer, e estamos abertos a esse processo. Mas se você me pergunta qual é a minha prioridade, é a de que prospere o programa, a aliança, e que a gente possa, a partir do que foi sinalizado, ter a candidatura que já estava posta.

Vice de Campos

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A minha possibilidade é de trabalhar para que o programa e a candidatura que o Eduardo Campos hoje representa assuma compromissos com a sustentabilidade política, social, ambiental, cultural, esse é o meu compromisso, essa é a minha cobrança. Em nenhum momento falei de lugar na chapa, a única coisa que fiz foi dizer: reconheço a sua candidatura, e gostaria de saber se há disposição para aprofundarmos uma coligação programática, aonde faço uma filiação ao PSB para registrar formalmente essa aliança programática'.

Caiado

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O Caiado e eu somos tão coerentes que, se a aliança prosperar comigo, ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está pedindo.

Para o colunista da Folha, Fernando Rodrigues, os dois candidatos já demonstram estar “desafinados”:

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Desafinados

BRASÍLIA - Demorou pouquíssimo para surgirem as contradições na recém-anunciada aliança eleitoral entre Marina Silva e Eduardo Campos.

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Indagada por Ranier Bragon e Matheus Leitão sobre quem dessa coalizão será o candidato a presidente, Marina fez inúmeras ressalvas. Depois, foi direta: "Nós dois somos possibilidades e sabemos disso".

Marina não disse nada de novo. Apenas vocalizou uma hipótese que habita a cabeça de todos os que acompanham política. Na última pesquisa do Datafolha, em agosto, ela tinha 28% das intenções de voto. Eduardo Campos pontuava 8%. Agora, ambos estão no mesmo partido, o PSB. Qual é a lógica para inverter a posição dos dois políticos --Marina sendo vice de Eduardo-- ao formar a chapa presidencial em 2014?

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Esse dilema flutuará por muito tempo entre os integrantes do PSB e da Rede Sustentabilidade. É improvável ter a resposta definitiva antes de junho do ano que vem, data-limite para o registro de candidaturas.

Coerente com suas posições, Marina Silva disse ser contra qualquer tipo de aliança para obter mais tempo de TV. Quer evitar jogar "o futuro da nação nas mãos daqueles que não entendem a lógica de que o governar juntos' não pode ser feito com base no toma lá, dá cá'".

Ocorre que Eduardo Campos tem pré-alianças heterodoxas já firmadas. Por exemplo, com o deputado Ronaldo Caiado, um ruralista do Democratas de Goiás. Pragmático, o goiano se antecipou sobre a nova realidade: "Marina Silva não me causa nenhum desconforto".

Marina teve reação diversa. Disse enxergar coerência em Ronaldo Caiado, a quem quase indicou a porta da rua: "Ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está pedindo".

Ou seja, a dupla Marina-Eduardo não sabe quem será candidato a presidente nem quem será aceito na aliança. Falta afinar o discurso para converter em apoios o fato político protagonizado no sábado passado.

No editorial, jornal de Otavio Frias já prevê substituição de Campos pela ex-ministra:

Signo da surpresa

União de Marina e Campos é fato inesperado que tira opositores e até aliados da zona de conforto; maior novidade pode estar por vir

Sem que tenham enterrado a "velha política", como dizem pretender, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e sobretudo a ex-senadora Marina Silva conseguiram ao menos criar um fato novo --e inesperado-- para a disputa presidencial de 2014.

Como reconheceram, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), a aliança Marina-Campos, anunciada no sábado, nasceu sob o signo da surpresa. Talvez por essa razão, tem provocado mais dúvidas que certezas e transformou-se no principal assunto político dos últimos dias.

Não é pouca coisa. Marina parecia caminhar para uma escolha ingrata entre sair da cena eleitoral e acomodar-se em uma legenda de aluguel, enquanto Campos não mostrava sinais de vigor nas pesquisas de intenção de voto.

Juntos, conseguiram incomodar PT e PSDB, que agora se dedicam a realizar uma espécie de auditoria com todos os seus aliados.

Em São Paulo, a esperada adesão do PSB de Campos à campanha de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) pode não se concretizar. Entraram no mesmo compasso de espera acordos semelhantes encaminhados pelos dois partidos em outros dez Estados. Quanto ao PT, deve perder o apoio dos socialistas na Bahia.

A incerteza em relação a mudanças nas peças eleitorais não é exclusiva de petistas e tucanos. O próprio PSB foi pego de surpresa. "Vamos afinar a viola. Evidente que teremos ajustes. (...) Revisão não significa que vai mudar", diz o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), líder da sigla na Câmara.

Entre os ditos sonháticos envolvidos na fracassada criação da Rede Sustentabilidade, o impacto do inesperado tem outro gosto. Em mensagens trocadas no final de semana, alguns disseram estar "constrangidos" e "desolados" com o gesto de Marina.

Não sem razão. Da política internacional ao Código Florestal, passando pelo porto de Suape (PE) e pelas doações eleitorais, são muitos os pontos de divergência entre Marina e o PSB de Campos.

Os dois ainda precisarão entrar em um acordo quanto a eventuais alianças destinadas a ampliar o tempo de propaganda na TV. Segundo projeções atuais, o PSB teria menos de 2 minutos a cada bloco de 25 minutos. É muito pouco. Dilma Rousseff (PT) terá cerca de 12 minutos, e Aécio Neves, 4.

Com exposição tão pequena, Eduardo Campos, desconhecido no plano nacional, dificilmente conseguirá crescer. Marina Silva, com sabido capital eleitoral, está em patamar bem mais elevado. Embora muito se diga que o presidente do PSB será candidato, ele mesmo sabe que a principal surpresa pode ainda estar por vir.

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