Reunião inédita dará novo papel a ex-presidentes?

Nunca antes quatro ex-presidentes e atual ocupante do cargo foram vistos juntos, lado a lado, no Brasil; quanto mais sorridentes, amistosos e cordiais como aconteceu nesta segunda-feira 9, ao pé do avião presidencial com destino aos funerais de Nelson Mandela; o que aqui é singular, em países desenvolvidos como os Estados Unidos é comum; lá, os antigos mandatários deixam o dia a dia dos partidos políticos e se tornam verdadeiras instituições a serviço de causas nacionais e globais; cortesia da presidente Dilma Rousseff com José Sarney, Lula, Fernando Henrique e Fernando Collor pode significar entrada da política brasileira num patamar mais elevado de entendimento entre contrários; será?

Nunca antes quatro ex-presidentes e atual ocupante do cargo foram vistos juntos, lado a lado, no Brasil; quanto mais sorridentes, amistosos e cordiais como aconteceu nesta segunda-feira 9, ao pé do avião presidencial com destino aos funerais de Nelson Mandela; o que aqui é singular, em países desenvolvidos como os Estados Unidos é comum; lá, os antigos mandatários deixam o dia a dia dos partidos políticos e se tornam verdadeiras instituições a serviço de causas nacionais e globais; cortesia da presidente Dilma Rousseff com José Sarney, Lula, Fernando Henrique e Fernando Collor pode significar entrada da política brasileira num patamar mais elevado de entendimento entre contrários; será?
Nunca antes quatro ex-presidentes e atual ocupante do cargo foram vistos juntos, lado a lado, no Brasil; quanto mais sorridentes, amistosos e cordiais como aconteceu nesta segunda-feira 9, ao pé do avião presidencial com destino aos funerais de Nelson Mandela; o que aqui é singular, em países desenvolvidos como os Estados Unidos é comum; lá, os antigos mandatários deixam o dia a dia dos partidos políticos e se tornam verdadeiras instituições a serviço de causas nacionais e globais; cortesia da presidente Dilma Rousseff com José Sarney, Lula, Fernando Henrique e Fernando Collor pode significar entrada da política brasileira num patamar mais elevado de entendimento entre contrários; será? (Foto: Ana Pupulin)


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247 – Em razão de um fato externo e singular, o Brasil assistiu nesta segunda-feira 9 a uma cena inédita e educativa. Lado a lado, a atual presidente da República e quatro de seus antecessores – vale dizer, todos os ex-mandatários vivos do País – perfilaram-se, sorridentes, para a lente do fotógrafo oficial Roberto Stuckert Filho. Um retrato de união, cordialidade e espírito público. Nunca houve um encontro como esse.

Estavam ao pé do avião presidencial, prontos para embarcar para os funerais do líder sul-africano Nelson Mandela, pela ordem, José Sarney (cujo mandato foi de 1985 a 1990), Lula (2003-2010), Dilma (2011-), Fernando Henrique (1995-2002) e Fernando Collor (1990-1992).

Lá dentro, na viagem para Johanesburgo, iniciada ao meio-dia, em Brasília, certamente eles puderam trocar ideias e experiências, atualizar informações e, com um pouco de sorte e boa vontade, podem ter, até mesmo, discutido o momento brasileiro, a economia, a política, as eleições de 2014... Afinal, são políticos com o importante cargo em comum.

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Como antigos ocupantes do primeiro escalão do País, e estimulados pelo gesto de cortesia da presidente Dilma, pode-se apostar que as conversas tenham sido boas e que todos tenham, até mesmo, se entendido. Ao menos temporariamente, o que já seria um ganho para a Nação.

A experiência de outros países, onde as democracias são mais antigas e sólidas, mostra que a compreensão entre ex-presidentes chega a ser comum. Afinal, eles não são políticos como outros quaisquer. Eles são, isso sim, 'os caras', aqueles que galgaram todas as etapas da carreira política e, em razão das circunstâncias, tornaram-se o número 1 de seus respectivos momentos. Carregam, de per si, uma bagagem única de experiências, quer pela vivência em crises, quer pela navegação em tempos de prosperidade. Erros e acertos, tudo o que vêm deles é especial, seja pela carga de poder que enfeixaram ou pelos riscos que correram no exercício de seus mandatos.

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SENADOR VITALÍCIO - Na Itália, por exemplo, os ex-presidentes são tão respeitados que, ao deixarem o poder, automaticamente se tornam senadores vitalícios, exceção feita aos que renunciam. Trata-se da forma de o país aproveitar deles a vivência acumulada, a palavra moderadora, a capacidade de ministrar lições ensinadas pela prática do poder.

No Brasil, a ideia de tornar os ex-presidente senadores vitalícios é aventada eventualmente, mas jamais emplacou.
São os Estados Unidos, porém, o país que melhor aproveita o acúmulo de conhecimento específico dos ex-presidentes. Na verdade, na terra de Barack Obama ser um ex-presidente é o mesmo que ser uma instituição viva. O respeito a eles é intocável. Nos momentos decisivos para o país, como a entrada numa guerra ou um forte decisão econômico, é comum ao titular do cargo consultar um ou mais de seus antecessores, independentemente da sua própria coloração partidária e do procurado interlocutor. Uma conversa informal, nem sempre divulgada, mas que serve de monitoramento ao mandatário para acercar-se de mais certezas sobre sua próxima decisão.

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Como instituição, os ex-presidentes americanos liberam-se da prática da política partidária. Passam a ser grandes embaixadores de seu próprio país ou de causas acima das divergências do dia a dia da política. O democrata Jimmy Carter, por exemplo, venceu o Prêmio Nobel da Paz após ter deixado o cargo – e até hoje é um enviado especial da Organização das Nações Unidas para missões relativas aos direitos humanos e eleitorais.

ATÉ GEORGE W. BUSH - Visitando o Brasil neste momento, Bill Clinton afastou-se da militância no partido Democrata para dedicar-se à sua própria fundação, organizada de forma a estimular o crescimento de setores econômicos de países emergentes. Apesar de ter sua mulher, Hillary, na condição de ex-secretária de Estado e atual cotada para ser a próxima candidata dos democratas à Casa Branca, raramente Clinton se posiciona sobre política interna. Valoriza, assim, sua palavra.

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Os George Bush pai e filho, goste-se deles ou não, igualmente preservaram distância da atividade política cotidiana. Bush pai, por exemplo, foi nomeado, em 2004, como membro honorário pela reconstrução do World Trade Center, ao lado de Carter e Clinton. No ano seguinte, como cabe a uma instituição em pessoa, foi indicado por seu filho George, então na presidência, como líder de uma campanha para ajudar vítimas de um tsunami na Ásia. Outra vez, ao lado de Clinton.

Mais polêmico entre os ex-presidentes vivos dos EUA, George W. Bush, apesar dos 4 mil soldados americanos mortos na guerra do Iraque e 27 mil feridos, é igualmente respeitado pelo atual Barack Obama. Ele foi convidado recentemente para estar na Casa Branca ao lado de seus colegas ex-mandatários, como forma de mostrar ao público que, acima das divergências pessoais e partidárias, existe a instituição Presidência da República.

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No Brasil, até a cena inédita desta segunda-feira 9, tudo tem sido diferente. Ex-presidentes não largam a política partidária, disputam cargos eletivos e sempre se mostram prontos a voltar ao poder, algo inconcebível, apesar de não ser proibido, na democracia americana.

Após a reunião promovida por Dilma, por força da morte de Nelson Mandela, talvez algo comece a mudar na relação entre os ex-presidentes brasileiros. Eles podem, por exemplo, passar a nutrir mais respeito entre eles próprios, o que já seria um belo início para atos futuros em comum pelo bem do País. A conferir.

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