Faltam respostas

Sem ter como rebater as acusações de formação de cartel, lideranças do PSDB dizem que se trata de uma operação eleitoral



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Como deputado estadual eleito para três mandatos, sempre na oposição e na função de fiscalizar o Executivo, acionei por diversas vezes o Ministério Público solicitando investigações sobre desmandos em contratos e obras no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que ocasionaram e ocasionam prejuízos ao erário.

Em 2006, sete meses antes do acidente na estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô, pedi a intervenção do Ministério Público por danos à ordem urbanística e à segurança da população e trabalhadores, após receber denúncias sobre a obra.

Na época, autoridades da esfera estadual diziam que era uma ação eleitoreira minha para prejudicar o então governador e candidato. Infelizmente, não consegui evitar a tragédia que vitimou sete pessoas.

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Em 2007, após meses de investigação, fiz nova representação ao Ministério Público mostrando que entre as causas do acidente estavam a pressa, a mudança do método construtivo e a economia de materiais. Mais tarde, investigações do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e do Instituto de Criminalística viriam a confirmar a tese. A Justiça acatou a denúncia do MP, e hoje diretores do Metrô e das empresas são réus e respondem pelo prejuízo e pelas mortes causadas.

Em fevereiro de 2011, recebi denúncias de um esquema que se desenvolvia na CPTM e no Metrô com pagamento de propinas para obtenção de contratos e por serviços não executados e uso de empresas offshores no Uruguai do lobista Arthur Teixeira para desviar dinheiro e remunerar agentes públicos e políticos, envolvendo a Siemens e a MGE.

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Levei o caso ao MP, que anexou a minha representação a um inquérito já aberto a partir de denúncias da bancada do PT feitas anos antes. Na ocasião, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi informado pela imprensa sobre o caso, mas nunca tomou providências; suas lideranças na Assembleia Legislativa tampouco permitiram que abríssemos a CPI que eu em vão requeria.

Em 2013, essa denúncia se confirmou quando a própria Siemens procurou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para se autodenunciar por formação de cartel e manipulação de contratos e preços com participação de outras empresas do setor.

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No final de 2011, recebi novas denúncias dos metroviários, inconformados com o que presenciavam nos contratos ora em andamento de reforma dos 96 trens das Linhas 1 e 3 do Metrô. Configuravam prejuízos milionários ao erário para beneficiar algumas daquelas mesmas empresas do cartel. Pesquisei por sete meses e, em junho de 2012, acionei o Ministério Público solicitando investigação do caso. Um inquérito foi aberto e o promotor acaba de denunciar o absurdo à Justiça: os trens reformados poderão ficar mais caros do que a aquisição de novos.

Agora, já como deputado licenciado, recebi novos papéis com novas informações sobre aquela denúncia de 2011 e resolvi entregá-las à análise de uma das mais altas autoridades do país, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

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Diante da repercussão do caso, algumas lideranças do PSDB aqui em São Paulo e em Brasília valeram-se do velho recurso de desqualificar a denúncia com ataques aos denunciantes. Sem ter como rebater as acusações de formação de cartel nem como justificar o que a Justiça da Alemanha e da Suíça já comprovaram, dizem que se trata de uma operação eleitoral.

Ora, que seja. Enquanto isso, a opinião pública quer saber, afinal, por que há depósitos no estrangeiro ligados a lideranças dos sucessivos governos tucanos de São Paulo e de Brasília. Quem comandou a organização do cartel e com que interesse.

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Procuram-se respostas simples, que podem afinal elucidar um caso que se arrasta a tanto tempo na Justiça e no Ministério Público de São Paulo. O resto é cortina de fumaça.

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