Cássio Cunha Lima caminha para terceiro mandato

Com 47% das intenções de voto, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) deve se eleger para um terceiro mandato de governador no estado, cinco anos após ter sido cassado pela Justiça Eleitoral; "É preciso que na Paraíba tenha início um processo de reconciliação do governo com a sociedade. É impressionante, mas é verdade: a Paraíba talvez seja o único Estado da Federação onde a pauta é a possibilidade de uma gestão voltar a dialogar com a sociedade e seus segmentos", diz ele; leia a entrevista

Com 47% das intenções de voto, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) deve se eleger para um terceiro mandato de governador no estado, cinco anos após ter sido cassado pela Justiça Eleitoral; "É preciso que na Paraíba tenha início um processo de reconciliação do governo com a sociedade. É impressionante, mas é verdade: a Paraíba talvez seja o único Estado da Federação onde a pauta é a possibilidade de uma gestão voltar a dialogar com a sociedade e seus segmentos", diz ele; leia a entrevista
Com 47% das intenções de voto, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) deve se eleger para um terceiro mandato de governador no estado, cinco anos após ter sido cassado pela Justiça Eleitoral; "É preciso que na Paraíba tenha início um processo de reconciliação do governo com a sociedade. É impressionante, mas é verdade: a Paraíba talvez seja o único Estado da Federação onde a pauta é a possibilidade de uma gestão voltar a dialogar com a sociedade e seus segmentos", diz ele; leia a entrevista (Foto: Aquiles Lins)


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Aquiles Lins, 247 – O senador Cássio Cunha Lima, candidato do PSDB a governador da Paraíba, caminha para retornar ao Palácio da Redenção com certa tranquilidade. Cinco anos depois de ter o mandato de governador cassado por compra de votos, Cássio Cunha Lima venceria hoje com de cerca de 270 mil votos de diferença o principal adversário, o governador Ricardo Coutinho, do PSB.

Embora trave disputa no Tribunal Superior Eleitoral para manter a candidatura, o tucano não acredita em surpresa advinda da corte eleitoral. Nessa quinta-feira, 11, o TSE interrompeu o julgamento do registro de sua candidatura com quatro votos favoráveis. A ministra Luciana Lóssio pediu vistas do processo. Além dela, faltam votar as ministras Rosa Weber e Maria Tereza de Assis Moura. O Ministro Gilmar Mendes, relator da matéria, entendeu que o prazo para inelegibilidade de Cássio Cunha Lima estaria exaurido em 5 de outubro de 2014 e o senador Cássio Cunha Lima estaria apto a concorrer ao pleito deste ano. Isto porque o primeiro turno das eleições de 2006 ocorreu em 1º de outubro.

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Cunha Lima conversou com o 247 nesta semana. Questionado sobre os motivos que explicariam a aceitação do eleitorado paraibano à sua candidatura - ele aparece com 47% das intenções, contra 33% do governador Ricardo Coutinho, do PSB, segundo pesquisa do Ibope - o candidato atribuiu à lembrança do trabalho realizado em seus mandatos e conta que governou especialmente para os menos favorecidos.

"Investimos no saneamento básico quando dobramos a área atendida; na construção de moradias, quando foram mais de 21 mil casas construídas ou reformadas; nos 27 concursos públicos realizados e 37 Planos de Cargos, Carreira e Remuneração tornados realidade. Conseguimos implantar o Ensino Médio em 57 municípios, além de criar quatro novos campi da nossa Universidade Estadual da Paraíba", listou.

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Apesar das realizações, Cássio Cunha Lima sofreu um duro revés político em 2009, quando teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por abuso de poder nas eleições de 2006. A Justiça Eleitoral, e depois o Supremo Tribunal Federal, entenderam como compra de voto a distribuição de 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha à reeleição de Cássio. Os cheques distribuídos totalizam cerca de R$ 4 milhões e fizeram parte do programa Fundação Ação Comunitária (FAC).

Ele acredita que a interrupção do seu governo pela Justiça trouxe prejuízos não só políticos à Paraíba, mas também administrativos. Obras que estavam em andamento ou para serem iniciadas foram paralisadas, investimentos travaram.

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"Estávamos no melhor momento da nossa gestão, com o início de importantes projetos como o Centro de Convenções de João Pessoa, a obra do canal Acauã-Araçagi (que ampliará a fronteira agrícola da Paraíba). Iríamos iniciar também a construção de rodovias para tirar as cidades paraibanas do isolamento asfáltico. Todas estas importantes ações administrativas certamente estariam concluídas, caso não ocorresse o meu afastamento, e já estariam gerando centenas de empregos para os paraibanos", lamentou.

Criticando o seu adversário peessebista, uma das principais promessas do candidato tucano soa inusitada: "reconciliar o governo com a sociedade". "É impressionante, mas é verdade: a Paraíba talvez seja o único Estado da Federação onde a pauta é a possibilidade de uma gestão voltar a dialogar com a sociedade e seus segmentos. Atualmente temos um governo que não dialoga com os setores produtivos, esquece o funcionalismo e desrespeita as demais instituições", dispara.

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Entre as principais propostas do plano de governo do candidato tucano, estão ações na Segurança Pública, Educação e Saúde. Cunha Lima disse que pretende investir em concursos públicos, reduzir o número de servidores comissionados, retomar a administração dos hospitais públicos e dar autonomia financeira à Universidade Estadual da Paraíba. Na infraestrutura, destacam-se a inserção de uma faixa extra para ônibus na BR-230, entre Cabedelo e Oitizeiro. Além da criação de alças de ligações entre as BR's que cortam João Pessoa para diminuir o tráfego pesado na capital.

Cássio Cunha Lima é um político profissional. Foi deputado constituinte, prefeito de Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba, por três mandatos, deputado federal, senador, governador por dois mandatos e agora disputa o terceiro. É vice-presidente nacional do PSDB. Cunha Lima não perdeu a esperança de ver o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, em terceiro lugar nas pesquisas, disputando o segundo turno e até vencendo o pleito.

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"A população brasileira está apenas começando nesse momento a discutir com mais profundidade e cada vez que mais pessoas conhecem Aécio, vêem nele a pessoa mais preparada para conduzir com segurança as mudanças que o Brasil precisa. Tenho confiança que o trabalho desenvolvido por ele à frente do governo de Minas Gerais repercutiu de maneira positiva em todo o país e não tenho dúvidas que presença dele no segundo turno."

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247 - Como o senhor avalia o momento de sua trajetória política? De governador cassado a favorito para retornar ao cargo?

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Cássio Cunha Lima - Ao longo de minha vida pública, sempre me esmerei para ter, mais do que uma ficha limpa, uma vida limpa. E me orgulho muito de jamais ter tido, em todos os cargos que exerci, uma só conta reprovada pelos tribunais de contas ou de ter meu nome envolvido em algum processo de improbidade ou algo semelhante.

Mantenho a mesma posição de respeito à Justiça Eleitoral do Brasil, quanto à decisão de me afastar do cargo em fevereiro de 2009, mas também continuo a encarar o fato como altamente injusto, pois não fui flagrado em corrupção, desvio de recursos públicos ou qualquer mal feito. Continuo a achar que a execução de um programa de atenção aos mais carentes, com previsão legal e orçamentária, fiscalização da sociedade e dos órgãos públicos em nada difere de um Bolsa Família, por exemplo.

De qualquer forma, acatei com humildade e resignação a decisão. E tive a imensa alegria e elevado orgulho de, em 2010, menos de dois anos após sair do governo, sem apoio das máquinas de governo federal ou estadual, ser eleito como o senador com maior votação na história da Paraíba.

Quanto ao reconhecimento da população paraibana ao meu nome, acredito que se deva à lembrança do trabalho realizado no nosso mandato, tendo em vista que encontramos um Estado com sérias dificuldades financeiras e, com muito trabalho, conseguimos equilibrar as contas públicas. Conseguimos fazer uma gestão que priorizou as pessoas que mais precisavam da ação do governo e, para isso, investimos no saneamento básico quando dobramos a área atendida; na construção de moradias, quando foram mais de 21 mil casas construídas ou reformadas; nos 27 concursos públicos realizados e 37 Planos de Cargos, Carreira e Remuneração tornados realidade. Conseguimos implantar o Ensino Médio em 57 municípios, além de criar quatro novos campi da nossa Universidade Estadual da Paraíba, que ainda recebeu total autonomia financeira e administrativa, passando a receber em nosso governo o peso de uma instituição, como o Poder Judiciário e a Assembleia Legislativa, passando a dispor em lei até de duodécimo.

247 - Que experiência o senhor traz para sua vida pública do episódio da cassação?

A saída do governo foi extremamente dolorosa, principalmente porque estávamos no melhor momento da nossa gestão, com o início de importantes projetos como o Centro de Convenções de João Pessoa, a obra do canal Acauã-Araçagi (investimento em parceria com o Governo Federal que ampliará a fronteira agrícola da Paraíba).

Iríamos iniciar também a construção de rodovias para tirar as cidades paraibanas do isolamento asfáltico, a partir dos recursos obtidos junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), que concedeu empréstimo de 100 milhões de dólares ao Estado da Paraíba. Todas estas importantes ações administrativas certamente estariam concluídas, caso não ocorresse o meu afastamento, e já estariam gerando centenas de empregos para os paraibanos.

Outro programa importante, infelizmente comprometido na atual gestão, era o Programa do Leite que, distribuía 120 mil litros de leite diariamente e movimentava a economia do semi-árido através de centenas de pequenos produtores, além do importante reforço alimentar para as nossas crianças.

247 - Quais as principais propostas para uma eventual nova gestão sua no governo da Paraíba?

Em primeiro lugar, é preciso que na Paraíba tenha início um processo de reconciliação do governo com a sociedade. É impressionante, mas é verdade: a Paraíba talvez seja o único Estado da Federação onde a pauta é a possibilidade de uma gestão voltar a dialogar com a sociedade e seus segmentos. Atualmente temos um governo que não dialoga com os setores produtivos, esquece o funcionalismo e desrespeita as demais instituições. Restabeleceremos estas relações porque compreendemos que cabe ao governo ser um instrumento mediador de conflitos, não um gerador permanente de problemas.

Quanto às ações, daremos prioridade às questões mais urgentes que afligem o paraibano, principalmente no que diz respeito à Segurança, Educação e Saúde. Vamos retomar prioritariamente os concursos públicos para estas três áreas. Para isso, estamos dispostos a assumir um ousado programa de racionalização da máquina, extinguindo órgãos e eliminando o máximo de cargos comissionados na gestão, para que sejam priorizados os servidores efetivos.

Na educação é preciso restabelecer a autonomia da Universidade Estadual como centro formador de professores. Acabar com as perseguições políticas que infelizmente ainda ocorrem na Paraíba, principalmente contra prestadores de serviços. É importante retomar parcerias com importantes instituições como o Instituto Ayrton, que muito ajudou na correção de série dos nossos alunos.

No que diz respeito à saúde, é preciso restaurar o caráter público dos hospitais paraibanos que hoje são comandados por entidades privadas. Vamos retomar as conversações com os médicos que não são sequer recebidos pela atual administração e priorizar, para o cidadão, o atendimento humanizado nas nossas instalações.

A Segurança Pública é uma área crítica na Paraíba. O estado é o quinto no ranking da violência. O que o senhor pretende fazer?

Na área de segurança, propomos aumentar o efetivo das polícias militar e civil que estão atualmente com contingentes menores do que dispunham em 2008. Conforme dados de Relatório da Polícia, comparado com 2006, a PM conta hoje com menos 1.405 policiais, enquanto a Civil, com menos 286 – um total de 1.691 policiais.

Além disso, há 411 integrantes da tropa sem função definida na corporação e outros 2.450 deixaram a PM por motivos diversos.

247 - E sobre a Infraestrutura, o que está previsto?

Antes de pensar em tirar do papel novos projetos de infraestrutura, é preciso, no início do governo, dar continuidade às obras que certamente ficarão inconclusas. O que requer mais urgência para o novo governo está relacionado às ações e obras que resultem na melhor mobilidade urbana e, para isso, temos um arrojado planejamento que visa a fazer com que as pessoas tenham mais facilidade e rapidez nos seus deslocamento. Entre estas ações, destacam-se a inserção de uma faixa extra para ônibus na BR-230, no trecho que começa em Cabedelo e vai até o giradouro do Oitizeiro.

Além da criação de alças de ligações entre as BR's que cortam João Pessoa para diminuir o tráfego pesado na capital. Também é compromisso o início da construção de uma ponte ligando Cabedelo à Lucena, no litoral norte. A Paraíba é o único estado do Nordeste que ainda não possui ligação entre o litoral norte e sul.

Como vice-presidente do PSDB, como o senhor avalia a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, agora com a entrada de Marina Silva (PSB)? 

A população brasileira está apenas começando nesse momento a discutir com mais profundidade e cada vez que mais pessoas conhecem Aécio, vêem nele a pessoa mais preparada para conduzir com segurança as mudanças que o Brasil precisa. Tenho confiança que o trabalho desenvolvido por ele à frente do governo de Minas Gerais repercutiu de maneira positiva em todo o país e não tenho dúvidas que presença dele no segundo turno.

 

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