Bolsa cai forte com Dilma além da margem de erro
Ibovespa acelerou as perdas no final da tarde desta quinta-feira 23 e fechou em queda de 3,24% após as pesquisas Datafolha e Ibope mostrarem a presidente Dilma Rousseff com seis e oito pontos de vantagem, respectivamente, sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves; levantamentos foram divulgados nos minutos finais do pregão; esta foi a primeira vez no segundo turno que a petista apareceu em vantagem fora da margem de erro; índice devolveu ganhos do ano; ações da Petrobras caíram entre 6% e 7,5%
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Por Ricardo Bomfim
SÃO PAULO - Divulgados nos minutos finais do pregão desta quinta-feira (23), Ibope e Datafolha mostraram a presidente Dilma Rousseff (PT) 8 e 6 pontos percentuais à frente de Aécio Neves (PSDB), respectivamente. Após o resultado, o Ibovespa acelerou suas perdas e fechou no seu menor patamar desde 15 de abril.
Às 17h23 (horário de Brasília), o índice de ações mais importante da BM&FBovespa registrou queda de 3,24%, a 50.713 pontos. No mesmo momento, o dólar comercial ultrapassou o teto psicológico de R$ 2,50 e fechou a 2,51, alta de 1,3%. A ação do Banco do Brasil (BBAS3) teve a maior queda, despencando 9,11%, fechando a R$ 24,95. Apenas 13 ações que compõem o Ibovespa fecharam em alta. O volume negociado no pregão de hoje chegou a R$ 11,4 bilhões.
O mercado estava desde o início da manhã precificando um cenário mais favorável para uma vitória de Dilma, segundo explicou o analista da XP Investimentos, Thiago Souza. Com a confirmação desse cenário nas pesquisas divulgadas nos minutos finais da dessão, o Ibovespa mergulhou 0,87% - ou 443 pontos - das 16h50 até o fechamento. A Petrobras caiu 2,53% no mesmo intervalo de tempo, indo de R$ 15,81 para R$ 15,41.
Nesta sessão, o mercado também repercutiu o relatório divulgado pelo UBS, mostrando a visão dos estrategistas Geoff Dennis e Howard Park para os possíveis cenários pós-eleição. Na opinião dele, o Ibovespa pode variar entre 48 mil pontos com um dólar em R$ 2,70 no pior cenário, ou então disparar para 65 mil pontos com uma queda da moeda norte-americana para R$ 2,25 no cenário mais animador.
Destaques de ações
Novamente, as ações que mostraram maior volatilidade são aquelas do chamado "kit eleições", composto por estatais e bancos. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,95, -9,11%) liderou as perdas, enquanto os papéis ON e PN da Petrobras (PETR3; R$ 15,05, -6,23%; PETR4, R$ 15,41, -7,22%) caíram entre 6% e 7,5%. No radar da empresa, além das pesquisas eleitorais, está ainda o rebaixamento sua nota de risco pela Moody's na última terça-feira (21) e o levantamento realizado pela Bloomberg mostrando que a estatal foi a ação mais volátil do mundo durante as eleições. Ao mesmo tempo em que fica a incerteza com relação ao represamento de preços que a estatal vinha sofrendo nos últimos meses, mas que mudou quando o preço do petróleo no mercado internacional caiu. Hoje, a gasolina vendida pela companhia está mais em linha com os preços praticados lá fora.
No âmbito de resultados trimestrais, a Natura (NATU3) trouxe números em linha com o mercado e não animaram os investidores - as ações da empresa caíram 4,48%, fechando a R$ 34,10. Já a Hering (HGTX3) mostrou que as receitas ficaram abaixo das estimativas dos analistas, crescendo 0,7% em relação ao ano anterior. A queda, no entanto, foi de 2,27%, bem mais amena que de muitos outros ativos do índice, cotadas a R$ 21,50.
No lado positivo, 13 das 70 ações do Ibovespa fecharam no azul. Destaque para as exportadoras, que dispararam no lastro do dólar cada vez mais apreciado em relação ao real.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247