Altman: “tucanos são a cômica voz da brutalidade”
Jornalista faz um relato do ato contra a "podridão" no País, realizado nesta quarta-feira em algumas capitais; "Qualquer que seja a conta [do público], estava presente a fina flor da oposição de direita"; Breno Altman ironiza ao dizer que "a 'sociedade civil' estava bem representada" com personalidades como Wanessa Camargo, e descreve alguns dos bordões proferidos pelos presentes: "A nossa bandeira jamais será vermelha!"; "Dilma terrorista!"; "Ei, ebola leva a Dilma embora!"; "Muitas tribos se unem na brutalidade que emana do rancor contra o partido de Lula e Dilma. Vão de fascistas declarados a uma curiosa 'esquerda democrática', todos arregimentados pela vontade de tirar o PT do governo a qualquer preço"
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247 – O jornalista Breno Altman escreve um relato irônico sobre o ato convocado pelos tucanos na noite desta quarta-feira 22, contra a "podridão" do País. "A Polícia Militar estimou a presença em mil pessoas. Depois revisou para cinco mil. Os chefes tucanos especulam números entre dez e vinte mil participantes. Qualquer que seja a conta, estava presente a fina flor da oposição de direita", escreve.
Ele ressalta uma frase dita por Milton Flávio, presidente do PSDB municipal de São Paulo, em que declarou que tratava-se de um ato "convocado pela sociedade civil", para dizer que ela, a sociedade civil, "estava bem representada em cima do carro de som: o deputado federal Paulinho da Força (SD), a cantora Wanessa Camargo, o humorista Juca Chaves e o vereador tucano Floriano Pesaro".
Bem vestidos e elegantes, senhoras e senhores da República de Higienópolis, acompanhados de moças e moços da mesma nação, faziam soar os bordões do Brasil pelo qual muitos entre eles choram de saudades. Sem jamais deixar de lado, é claro, aquele tratamento educado e efusivo que aprenderam a proferir, contra a presidente, nos estádios de futebol.
"A nossa bandeira jamais será vermelha!"
"Dilma terrorista!"
"Ei, ebola leva a Dilma embora!"
"Ai que maravilha, a Dilma vai pra Cuba e o Aécio pra Brasília!"
"Dilma vai embora que o Brasil não quer você / aproveita e leva embora os vagabundos do PT" – ao som de "Para não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré.
Segundo Altman, "o trajeto e o cenário compunham tentativa de reeditar os protestos de junho do ano passado. Mas em uma versão particular: a dos herdeiros políticos e culturais da marcha com Deus e a Família, marcante na preparação do golpe militar de 1964". Ele ressalta que os militantes, enquanto bradam contra a corrupção, estão, na realidade, perturbados em ver "aos pouquinhos, o Estado se deslocar da casa grande para a senzala".
"Muitas tribos se unem na brutalidade que emana do rancor contra o partido de Lula e Dilma. Vão de fascistas declarados a uma curiosa 'esquerda democrática', todos arregimentados pela vontade de tirar o PT do governo a qualquer preço", afirma o colunista. "Ninguém tocou no uísque, nas propriedades e nos juros do andar de cima, mas o desconforto com a ascensão dos pobres do campo e da cidade não deixa dormir aqueles que jamais arrumaram sua própria cama".
Leia a íntegra em Tucanos são a cômica voz da brutalidade
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