“PT tem que dar conta de ambiente pró-mudanças”

Da reunião do Diretório Nacional, em Fortaleza, o vice-presidente do partido, deputado José Guimarães (CE), analisa que "o Brasil pós-eleições é um Brasil que quer mudanças profundas na política, na economia e, portanto, o partido tem que dar conta desse sentimento"; em entrevista ao 247, ele assegura que a reação de boa parte do partido ao anúncio da equipe econômica foi "positiva"; "Não há nenhuma revelação explícita de descontentamento", diz; segundo ele, a presença da presidente Dilma hoje à noite no encontro, coordenado pelo presidente Rui Falcão, é uma "sinalização clara e objetiva do respeito que ela tem pelo PT"

Da reunião do Diretório Nacional, em Fortaleza, o vice-presidente do partido, deputado José Guimarães (CE), analisa que "o Brasil pós-eleições é um Brasil que quer mudanças profundas na política, na economia e, portanto, o partido tem que dar conta desse sentimento"; em entrevista ao 247, ele assegura que a reação de boa parte do partido ao anúncio da equipe econômica foi "positiva"; "Não há nenhuma revelação explícita de descontentamento", diz; segundo ele, a presença da presidente Dilma hoje à noite no encontro, coordenado pelo presidente Rui Falcão, é uma "sinalização clara e objetiva do respeito que ela tem pelo PT"
Da reunião do Diretório Nacional, em Fortaleza, o vice-presidente do partido, deputado José Guimarães (CE), analisa que "o Brasil pós-eleições é um Brasil que quer mudanças profundas na política, na economia e, portanto, o partido tem que dar conta desse sentimento"; em entrevista ao 247, ele assegura que a reação de boa parte do partido ao anúncio da equipe econômica foi "positiva"; "Não há nenhuma revelação explícita de descontentamento", diz; segundo ele, a presença da presidente Dilma hoje à noite no encontro, coordenado pelo presidente Rui Falcão, é uma "sinalização clara e objetiva do respeito que ela tem pelo PT" (Foto: Ana Pupulin)


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Gisele Federicce, 247 – O PT "tem que dar conta" do ambiente que se formou no Brasil após as eleições presidenciais, que retrata um "sentimento de mudanças profundas", avaliou nesta sexta-feira 28 o vice-presidente do partido, deputado José Guimarães (CE), que participa da reunião do Diretório Nacional, em Fortaleza (CE).

"O Brasil pós eleições é um Brasil que quer mudanças profundas na política, na economia e, portanto, o partido tem que dar conta desse ambiente, desse sentimento nascido em torno da vitória da Dilma", afirmou, em entrevista ao 247. O debate de hoje, segundo ele, vai ao encontro do "aprofundamento das mudanças".

De acordo com Guimarães, a reação geral das lideranças do partido em relação ao anúncio oficial da nova equipe econômica, nesta quinta-feira 27, foi "positiva". O Palácio do Planalto oficializou os nomes de Joaquim Levy e Nelson Barbosa nos ministérios da Fazenda e do Planejamento, e de Alexandre Tombini, que foi mantido no Banco Central.

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"Não há nenhuma revelação explícita de descontentamento", disse o petista. Segundo ele, "as pessoas apostam" que a nova equipe econômica trabalhará com as diretrizes da política econômica do governo Dilma e "não há receio" de que pode haver regresso dos avanços sociais.

"Não haverá ajuste que prejudique as conquistas dos últimos anos. Ajustes têm que ter, mas não há risco de regresso", afirmou. O deputado acrescentou ainda que, no partido, existe a "confiança" de que a escolha da presidente "é um sinal explícito de que estamos no caminho certo".

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Presença de Dilma no encontro

A presença de Dilma está confirmada para hoje à noite no encontro do PT. Um sinal, segundo Guimarães, de aproximação da presidente com o partido e do cumprimento da promessa de diálogo feita logo após a reeleição.

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"A presença da Dilma é uma sinalização clara e objetiva do respeito que ela tem com o PT e principalmente do diálogo que ela quer firmar com o partido no segundo mandato. A presença dela tem um simbolismo grande, é a primeira reunião que ela participa [após as eleições]. E não deixa de ser também um recado sobre o peso do Nordeste, o Ceará principalmente", ressaltou.

A vitória folgada obtida no Nordeste foi decisiva para a reeleição de Dilma Rousseff. A região foi responsável por 20.176.579 votos à petista. O Ceará, onde acontece a reunião do PT, elegeu o primeiro governador petista da história e a Bahia, onde Dilma teve a maior vantagem em votos totais em relação a Aécio Neves (PSDB), elegeu o sucessor de Jaques Wagner (PT) em primeiro turno.

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O encontro teve início às 10h no Hotel Gran Marquise. Estão presentes o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (CE), e o governador eleito do Ceará Camilo Santana (PT-CE), além de outras lideranças. O encontro também acontece neste sábado 29.

Os petistas já definiram que o próximo Congresso Nacional do PT será em junho de 2015, em Salvador (BA), onde devem participar cerca de 1.600 deputados.

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Abaixo, o texto distribuído por Guimarães à imprensa e aos membros do diretório, durante o evento. Nele, o vice-presidente do PT defende que os brasileiros reafirmaram a confiança no governo petista e cobram mudanças efetivas à altura das esperanças e expectativas da população.

GOVERNO NOVO, IDEIAS NOVAS, PRÁ VALER!

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O resultado das eleições presidenciais de 2014, com a reeleição da presidenta Dilma, pode ser compreendido como a renovação da confiança do povo brasileiro no projeto em curso no país, iniciado pelo ex-presidente Lula, com a mensagem de que o mesmo precisa avançar e se renovar para continuar correspondendo às expectativas e esperanças do povo brasileiro.

As principais ideias-forças da campanha, anunciavam ao país, a determinação da presidenta, de promover uma significativa atualização programática, na perspectiva de se manter o nosso projeto político, conectado a um predominante sentimento de mudança.

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Mais futuro/mais mudança e governo novo/ideias novas, foram os motes da campanha que buscaram traduzir a disposição, o compromisso e a capacidade do nosso projeto de se atualizar permanentemente, valorizando as conquistas alcançadas nos doze anos de governos do PT, mas indicando claramente que novos desafios se apresentavam como prementes para o novo período.

No âmbito da política econômica, as definições das novas diretrizes, com as intervenções e medidas delas decorrentes, não carecem sequer aguardar o início do segundo mandato da presidenta Dilma, devendo sua implementação iniciar-se imediatamente, numa demonstração clara da disposição do governo de apresentar para a sociedade, para o mercado e demais atores da cena econômica nacional e internacional, nossa opção por um modelo de desenvolvimento, com novas estratégias de crescimento, que garantam as conquistas da distribuição de renda, da preservação e ampliação do emprego, da valorização real do salário, avançando na construção de um país moderno, competitivo e inclusivo.

A promessa de "novo governo, novas ideias", pode e deve se materializar também na área econômica. A largada para um novo ciclo de desenvolvimento, com estratégias de curto, médio e longo prazos bem definidas, pressupõe a afirmação de uma nova agenda nacional com centralidade para a retomada do crescimento através da estratégia de expansão e democratização da produção, sobretudo a produção industrial, e, da qualificação dos serviços públicos. Uma coisa está intimamente ligada à outra, ou seja, somente com a retomada do crescimento é que criaremos as condições objetivas para a desejada e cobrada melhoria dos serviços públicos e, em sentido inverso, somente com a qualificação dos serviços é que teremos qualificação e gente capacitada para a expansão e qualificação produtiva.

A expansão e a democratização da produção se traduz na implementação de uma política industrial que apoia e fortalece a indústria nacional, mas, que atua para além das poucas dezenas de grandes empresas, albergando milhares de pequenas e médias indústrias que contribuem significativamente para a geração de empregos e produção dos mais variados produtos. Democratizar a produção, quer dizer, também democratizar o acesso ao crédito, à tecnologia e ao conhecimento para todos que produzem e empregam.

Da mesma forma que já constituímos no país, nos nossos três primeiros governos, uma nova classe média de pessoas físicas, agora, precisamos criar uma nova classe média do setor produtivo, fortalecendo e modernizado as pequenas e médias indústrias no campo e na cidade.

O estímulo à retomada dos investimentos privados, se viabiliza com a definição clara da direção a ser seguida com a organização institucional respectiva, bem como, pela desoneração das exportações e dos investimentos para formação bruta de capital, aliado ainda a um esforço de expansão da poupança interna e seu endereçamento para os investimentos produtivos de longo prazo.

No curto prazo, os esforços se concentram na agenda da estabilidade econômica, com controle da inflação, consolidação fiscal e redução do déficit da conta corrente.

A elevação da confiança do mercado no país, não decorrerá de um ato de generosidade dos capitalistas, mas da demonstração inequívoca de que o país tem um projeto de desenvolvimento com um modelo bem definido, com estratégias de crescimento eficazes, capazes de assegurar a remuneração e o retorno satisfatório, de tantos quantos, de forma empreendedora e arrojada se disponham a ser parceiros do Brasil que vem dando e continuará dando certo.

No âmbito político, o segundo mandato da presidenta Dilma já deverá iniciar-se, com a implementação de um novo conceito de governabilidade que considere por um lado a requalificação da coalização política que conforma a base aliada do governo, e por outro, o aprofundamento da interlocução com os movimentos sociais, intelectuais e demais setores progressistas da sociedade brasileira, com vistas a realizar as reformas necessárias e inadiáveis para o país, bem como, para enfrentar o ódio de uma oposição raivosa e com setores abertamente golpistas, com forte apoio da grande mídia. Esses pressupostos devem, inclusive, orientar a composição da equipe do novo governo.

É preferível uma base mais enxuta, porém mais coesa programática e ideologicamente, do que uma base muito ampla, repleta de contradições inconciliáveis que a todo tempo eclode em disputas e crises, às vezes por posturas de oposição frontal ao nosso programa e outras por conta de interesses contrariados, nem sempre legítimos.

A reforma política, com plebiscito e constituinte exclusiva, a regulamentação econômica da mídia, para combater o monopólio e o oligopólio, conforme determinado pela constituição, o aprofundamento da democracia participativa, a reforma tributária, são temas que constituem uma agenda política incapaz de se viabilizar por meio de uma coalização de centro-direita, exigindo, para sua efetivação, a construção de hegemonia na sociedade, somente possível pela combinação da luta institucional com mobilização social e revolução cultural conforme já consignado na resolução política da última reunião de Executiva Nacional.

A nova quadra política, pós-eleição, apresenta uma conjuntura de prolongamento do acirramento da disputa política, onde as forças conservadoras, derrotadas nas eleições, tentam, com o apoio da grande mídia, impor sua agenda neoliberal ao governo eleito, sem pudores inclusive, para questionar a legitimidade do novo mandato da presidenta.

As denúncias de corrupção na Petrobrás, identificadas e investigadas pelas instituições constitucionalmente competentes, sempre fortalecidas e apoiadas nos nossos governo, não podem ser utilizadas como pano de fundo para conspirações contra a democracia e o Estado de Direito. Os comprovadamente culpados devem ser punidos e responder por seus atos na forma da lei.

Anunciado o resultado do pleito, a presidenta reeleita falou à nação sobre seus compromissos e verbalizou sua disposição para o diálogo, pela unidade do país na construção do seu futuro. A oposição fez pouco caso do gesto da presidenta, deturpando o seu significado. O chamamento ao diálogo é acima de tudo um gesto de grandeza da presidenta que se portou como estadista, enquanto, do outro lado, viu-se a arrogância e a grosseria.

Se a oposição se recusa ao diálogo, a sociedade brasileira, ao contrário, o reivindica. Debater o país, o projeto de nação com uma agenda por mais futuro e mais mudanças é tarefa permanente do governo e do PT.

Para bem responder às tarefas políticas dessa nova quadra conjuntural, o Partido dos Trabalhadores está desafiado a revolver seus paradigmas de organização e atuação, ou seja, examinar profundamente, em várias direções e sentidos, remexer para reordenar em novas bases.

O grande legado desta campanha para o PT, foi a retomada ou o aprofundamento do vínculo militante de milhares de ativistas sociais e políticos que ganharam as ruas do Brasil e as redes sociais na defesa da nossa candidatura , no enfrentamento dos ataques conservadores e odiosos ao nosso projeto, numa demonstração inequívoca de que, nas horas decisivas, as divergências pontuais ficam secundarizadas em detrimento dos interesses estratégicos que nos unificam.

Preservar e cultivar o vínculo com esse amplo universo militante que usou o vermelho, ostentou nossas bandeiras e ocupou as redes sociais, assumindo a defesa do nosso projeto, é o mais urgente desafio do nosso partido.

Cabe ao PT, assumir a interlocução contínua com os mais diversos setores progressistas da sociedade brasileira, visando uma mobilização permanente que forme massa crítica e construa a hegemonia política, social e cultural necessária para implementação do novo programa.

É necessário aprofundar o debate, produzindo uma reflexão na dimensão do desafio e da complexidade do momento atual, colhendo a contribuição de todos os distintos segmentos, que filiados ou não, militam pelo aprofundamento das mudanças e transformações em curso no Brasil. O processo de preparação do 5º Congresso do PT, assume importância fundamental como esteio a esse espaço de reflexão.

No aspecto organizacional, assumem relevo, temas como a questão da formação política, com a estruturação da escola de formação permanente, a política de comunicação partidária, e, a dimensão regional da organização partidária.

Acreditamos profundamente na capacidade do PT de se postar à altura dos desafios dessa nova quadra política, se afirmando como partido capaz de se manter autônomo em relação ao Estado, mas, influenciando decisivamente nos rumos do segundo mandato da presidenta Dilma, com participação protagonista na articulação e na mobilização da sociedade brasileira.

Dep. José Guimarães
Vice-presidente DN-PT

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