Lula não deve ficar com cobertura no Guarujá
Ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que têm a opção de adquirir um imóvel na Praia das Astúrias ou pedir o ressarcimento do valor pago até agora no empreendimento da Bancoop, devem optar pela segunda opção; aquisição gerou desgaste após acusação feita pelo jornal O Globo de supostas mordomias do ex-presidente; dois fatores pesam na decisão: a possibilidade de que Lula concorra novamente à presidência da República, em 2018, e o preconceito de parte da elite paulistana em relação ao PT; candidato ou não, Lula e seus familiares dificilmente poderiam frequentar em paz uma praia no balneário paulista
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247 - O ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia devem se desfazer das cotas que possuem num empreendimento da Bancoop (antiga cooperativa imobiliária dos bancários), na praia das Astúrias, no Guarujá (SP).
A informação está publicada em reportagem da jornalista Marina Dias, que foi enviada pela Folha de S. Paulo ao local (leia aqui). Segundo ela, em razão da repercussão negativa provocada pelo caso.
O episódio surgiu na imprensa após uma reportagem sensacionalista do jornal O Globo, que tratava Lula, um contribuinte com rendimentos suficientes para adquirir tal imóvel, como uma espécie de sultão de Brunei. Começava assim:
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já pode passar o “reveilon” na Praia das Astúrias, no Guarujá, área nobre do litoral Sul de São Paulo. De sua ampla sacada, poderá ver a queima de fogos, que acontece na orla bem defronte do seu prédio, feito pela OAS, empresa investigada pela Operação Lava-Jato. É que na semana passada terminaram as obras de reforma do apartamento triplex no Edifício Solaris, que ele e dona Marisa Letícia, sua mulher, compraram por meio da Bancoop — a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo —, ainda na planta, em 2006. Acusada de irregularidades e em crise financeira, a Bancoop deixou três mil famílias sem receber os sonhados apartamentos."
Pouco depois, o Institulo Lula divulgou nota informando que o imóvel nem sequer está no nome do ex-presidente Lula – como informa a Folha, está em nome da OAS, construtora que assumiu o empreendimento. Eis a nota:
Nota sobre o suposto apartamento de Lula no Guarujá
Dona Marisa Letícia Lula da Silva adquiriu, em 2005, uma cota de participação da Bancoop, quitada em 2010, referente a um apartamento, que tinha como previsão de entrega 2007. Com o atraso, os cooperados decidiram em assembleia, no final de 2009, transferir a conclusão do empreendimento à OAS. A obra foi entregue pela construtora em 2013. Neste processo, todos os cooperados puderam optar por pedir ressarcimento do valor pago ou comprar um apartamento no empreendimento. À época, Dona Marisa não optou por nenhuma destas alternativas esperando a solução da totalidade dos casos dos cooperados do empreendimento. Como este processo está sendo finalizado, ela agora avalia se optará pelo ressarcimento do montante pago ou pela aquisição de algum apartamento, caso ainda haja unidades disponíveis. Qualquer das opções será exercida nas mesmas condições oferecidas a todos os cooperados.
Assessoria de Imprensa
Instituto Lula
A informação correta, na reportagem de Marina Dias, é que Lula e Marisa Letícia, de fato, devem se desfazer das cotas que possuem no empreendimento. Dois fatores pesam na decisão: a possibilidade de que Lula concorra novamente à presidência da República, em 2018, e o preconceito de parte da elite paulistana em relação ao PT –candidato ou não, Lula e seus familiares dificilmente poderiam frequentar em paz uma praia no balneário paulista. Preconceito este que vem sendo insuflado por meios de comunicação, como o jornal O Globo e a própria Folha.
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