Youssef associa Dirceu a suposta propina do PT

Doleiro declarou, em outubro do ano passado, que o ex-ministro da Casa Civil sabia do dinheiro pago por empreiteiras, desviado da Petrobras e repassado ao PT; depoimento de Alberto Youssef veio à tona nesta quinta-feira 12, depois que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do acordo de delação premiada; MPF suspeitou anteriormente que a consultoria de Dirceu tivesse a mesma função das empresas de fachada do doleiro, o que foi negado pela defesa do ex-ministro

Doleiro declarou, em outubro do ano passado, que o ex-ministro da Casa Civil sabia do dinheiro pago por empreiteiras, desviado da Petrobras e repassado ao PT; depoimento de Alberto Youssef veio à tona nesta quinta-feira 12, depois que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do acordo de delação premiada; MPF suspeitou anteriormente que a consultoria de Dirceu tivesse a mesma função das empresas de fachada do doleiro, o que foi negado pela defesa do ex-ministro
Doleiro declarou, em outubro do ano passado, que o ex-ministro da Casa Civil sabia do dinheiro pago por empreiteiras, desviado da Petrobras e repassado ao PT; depoimento de Alberto Youssef veio à tona nesta quinta-feira 12, depois que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do acordo de delação premiada; MPF suspeitou anteriormente que a consultoria de Dirceu tivesse a mesma função das empresas de fachada do doleiro, o que foi negado pela defesa do ex-ministro (Foto: Gisele Federicce)


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247 – O doleiro Alberto Youssef envolveu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu ao suposto pagamento de propina pago ao PT com dinheiro desviado de contratos superfaturados da Petrobras. A associação foi feita pelo doleiro em depoimento prestado em outubro do ano passado, no âmbito da Operação Lava Jato, mas que veio à tona nesta quinta-feira 12, depois que o juiz Sergio Moro retirou o sigilo do acordo de delação premiada dele e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Segundo Youssef, o nome de Dirceu constava na lista da contabilidade da propina como "Bob". "Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci", disse Youssef. Camargo, que também já firmou acordo de delação premiada, confessou ter feito pagamentos de propina a funcionários graduados na Petrobras em troca de contratos com a estatal.

O doleiro disse ainda que, depois de deixar o governo Lula, em 2005, José Dirceu costumava usar um jatinho que era de Júlio Camargo. Ele respondeu não saber quantas vezes nem por quais os motivos Dirceu usou a aeronave, mas afirmou que "Julio Camargo e José Dirceu são amigos". O MPF já mostrou desconfiança de que a empresa de Dirceu, que prestou consultoria às empreiteiras da Lava Jato, tivesse papel semelhante ao das empresas de Youssef.

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O ex-ministro negou veementemente, assegurando que as consultorias que prestou às companhias atualmente investigadas "nada tem a ver" com a Lava Jato. Leia aqui sua resposta.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o depoimento de Youssef:

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Youssef afirma que dinheiro da propina ia para partidos políticos

André Richter - Em depoimento à Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef disse que PP, PT e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque receberam dinheiro de um dos investigados na Operação Lava Jato.

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As declarações prestadas em outubro do ano passado foram divulgadas após decisão do juiz federal Sergio Moro de retirar o sigilo dos depoimentos dados em acordo de delação premiada.

Permanecem sob sigilo as partes dos depoimentos que envolvem autoridades protegidas por foro privilegiado.

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Youssef disse que entregou dinheiro em dois escritórios do consultor Júlio Camargo, em São Paulo e no Rio de Janeiro, após trazer para o Brasil valores enviados por Camargo ao exterior.

De acordo com o doleiro, antes de repassar o dinheiro ao consultor, "retinha o percentual devido ao PP", a Paulo Roberto Costa e a João Claudio Genu [ex-assessor do PP]."

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SegundoYoussef, o dinheiro entregue no escritório de Camargo em São Paulo "servia para pagamentos da Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à época eram João Vaccari e José Dirceu."

Para justificar as acusações, o doleiro disse ter "convicção de que os valores eram destinados ao Partido dos Trabalhadores e à diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato Duque".

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Ele disse que a entrega de dinheiro nos escritórios de Camargo ocorreu entre meados de 2005 a meados de 2012. O valor operado foi R$ 27 milhões.

Sobre as entregas no escritório de Júlio Camargo no Rio, Youssef afirmou que eram "pagamentos devidos ao Renato Duque e, provavelmente, a outros empregados da diretoria de Engenharia e Serviços, referente a comissionamentos das obras feitas pela Camargo Corrêa e a Mitsui Yoyo". Segundo o doleiro, um dos funcionários era Pedro Barusco, que também fez acordo de delação premiada.

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Perguntado pelos investigadores sobre as remessas ao exterior, Alberto Youssef explicou que Júlio Camargo não sacava o comissionamento no Brasil, para ludibriar as autoridades públicas sobre a origem do dinheiro, que, posteriormente, "seriam usados para o pagamento de propina e formação de caixa dois dos partidos".

No depoimento, Youssef afirma que Camargo tinha o mesmo papel dele, como operador na diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Duque. No entanto, Camargo precisava de reais em espécie e procurou o doleiro para que o dinheiro pudesse ser movimentado no Brasil.

Segundo o delator, o esquema de pagamentos de propina aos partidos consistia na assinatura de contratos fraudados de consultoria das empresas de Camargo e as empresas Camargo Corrêa, Mitsui Toyo e Pirelli. Os valores eram enviados para contas no exterior. Depois disso, ficava disponível no Brasil e era repassado aos destinatários.

A defesa de Renato Duque nega ele tenha recebido valores indevidos durante o período em que esteve na diretoria de Serviços da Petrobras. Citados na delação premiada de Pedro Barusco, João Vaccari e o PT rechaçam a declarações sobre recebimento de valores indevidos.

No entendimento do partido, as declarações sobre irregularidades são para envolver a legenda em acusações sem provas ou indícios, e não merecem crédito.

Em nota divulgada quando foi noticiado que um de suas empresas teve o sigilo fiscal quebrado, José Dirceu disse que não é investigado na Lava Jato e encaminhou ao juiz Sergio Moro contratos e dados financeiros da JD Consultoria.

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